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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.05.2024
25.05.2017 - 13.08.2017 Brasil / São Paulo / São Paulo – Oca
Foto de reprodução Itaú Cultural

Capa da publicação da exposição Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos, 2017

Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos comemora três décadas de existência do instituto dedicadas às artes e à cultura brasileiras. A exposição, apresentada na Oca1, na cidade de São Paulo, de 24 de maio a 13 de agosto de 2017, propõe leituras transversais das ações do Itaú Cultural, desde sua fundação em 1987, e do Acervo de Obras de Arte...

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Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos comemora três décadas de existência do instituto dedicadas às artes e à cultura brasileiras. A exposição, apresentada na Oca1, na cidade de São Paulo, de 24 de maio a 13 de agosto de 2017, propõe leituras transversais das ações do Itaú Cultural, desde sua fundação em 1987, e do Acervo de Obras de Arte Itaú Unibanco2, considerado um dos maiores acervos corporativos do mundo e o maior da América Latina. Com curadoria de Paulo Herkenhoff (1949-), e co-curadoria de Thais Rivitti (1978) e Leno Veras (1986), em parceria com as equipes do Itaú Cultural, a mostra busca refletir sobre como nessas três décadas o instituto ajuda a moldar a arte no país.

A exposição, que conta com mais de 750 obras do acervo – 48 delas recém adquiridas, vislumbra não apenas as linguagens artísticas, mas a história, a política, as identidades, a economia, e as diferentes formas de ser da sociedade brasileira. Assim, o público pode observar através de seu percurso como a história da arte do Brasil passa pela coleção. Apesar da exposição não ser linear e oferecer diversas possibilidades de leituras, cada um dos quatro andares da Oca contextualiza períodos e cruzamentos de olhares. 

No térreo, a exposição reflete sobre a cidade de São Paulo, sua história, sua arquitetura, seus habitantes e os artistas que criam a partir desse lugar. O conjunto de obras, sobretudo fotografias e pinturas, relembra a força econômica do ciclo do café, o charme do Centro no início do século, a Semana de Arte Moderna em 1922, a descoberta da arte concreta e a pujança da arquitetura moderna. Destacam-se conjuntos de fotografias de German Lorca (1922-2021), Cristiano Mascaro (1944) e Claudio Edinger (1952), e telas de Agostinho Batista de Freitas (1927-1997). Nas obras mais contemporâneas, o cotidiano é marcado por diferenças econômicas gritantes e invisibilidade social, como em Vertical 12, da série Marcados (1981/1983), de Claudia Andujar (1931).

O subsolo abre-se em projetos de linguagens tecnológicas, laços de subjetividade e outros temas. A intenção da curadoria nessa sessão é se aproximar da noção de arte como um regime ético de identificação das imagens, da relação entre maneiras de ser e modos de existir dos indivíduos e coletividades que as produzem. Destaca-se as onze telas produzidas em 1938 por Candido Portinari (1903-1962), sobre os ciclos econômicos brasileiros.

Já o primeiro andar aborda a forma e a matéria do signo da arte e, na biblioteca, o programa Rumos Itaú Cultural, onde é possível a consulta dos cerca de mil volumes publicados pelo instituto, junto a um aplicativo com uma constelação de palavras, conceitos, artistas e teóricos selecionados à partir da provocação da curadoria da exposição, na base de dados da Enciclopédia Itaú Cultural3. O início do percurso apresenta uma polaridade que alimenta a arte brasileira e a criação artística de todo o século XX, o binômio expressão e racionalidade. Integra essa sessão, O Impossível (1940), de Maria Martins (1894-1973), em que duas figuras antropomórficas, masculino e feminino, se atraem e se repelem, gerando uma tensão que não se resolve. Destacam-se também obras das sucessivas gerações construtivas brasileiras, com trabalhos de Milton Dacosta (1915-1988), Volpi (1896-1988), Mira Schendel (1919-1988), Maria Leontina (1917-1984), e Judith Lauand (1922).

Por fim, o segundo andar concentra o período colonial, como o barroco e a escravidão e seu impacto sobre o contemporâneo. A formação social do Brasil colonial marcou-se por traumas e pela mestiçagem com a vinda de africanos escravizados e a conquista violenta da terra habitada pelas sociedades autóctones. Entre as obras, justapõem-se esculturas de Mestre Didi (1917-2013), como Opá Esin Ati Ejo Meji - Uma lança com duas serpentes (1992), tapeçarias de Albert Eckhout (1610-1665), como Chasseur Indien (c. 1778), e serigrafias de Jaime Lauriano (1985), da série Artefatos (2016).

Destaca-se, por ocasião da mostra, as novas aquisições de obras pelo Itaú Cultural, realizadas por sugestão da equipe curatorial. Das 48 obras adquiridas, assinadas por brasileiros, 17 integram o acervo para reforçar o núcleo de artistas negros, entre as quais, quatro obras de Ayrson Heráclito (1968), cinco obras de Jaime Lauriano; e duas obras de de Rosana Paulino (1967). Outro destaque da exposição é a restauração e devolução ao espaço público da escultura Sem título do artista luso-brasileiro Ascânio MMM (1941). Um ícone da coleção, com 5,35 metros de altura, a escultura vertical foi realizada nos anos 1970, encomendada pelo então prefeito de São Paulo, Olavo Egídio Setúbal (1923-2008), para um parque de esculturas na Praça da Sé. Anos depois, em 1989, a obra foi retirada para restauração, mas dada como irrecuperável pela prefeitura. Ficou décadas esquecida em um depósito até ser resgatada, adquirida e finalmente restaurada pela família Setúbal. Após o encerramento da exposição, a escultura é instalada em caráter permanente no parque de esculturas do Ibirapuera.

Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos, dá visibilidade a um dos acervos corporativos mais importantes da América Latina e do mundo, oferecendo reflexões sobre como a história da construção do Brasil passa pelas obras da coleção e pela cadeia de ações desempenhada pelo instituto nesses 30 anos. A exposição também reflete sobre o desafio de pensar os modos de organizar uma coleção.

Notas

1. Oca é um espaço expositivo localizado no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012), em 1954 para compor o projeto arquitetônico do parque em comemoração ao IV centenário da cidade paulistana. 

2. Composto por mais de 15 mil peças de arte contemporânea e moderna, entre pinturas, gravuras, selos, fotografias, esculturas e instalações, além de obras da brasiliana, com imagens da iconografia nacional desde o descobrimento do país, e de peças de filatelia e numismática, o acervo mantido e gerenciado pelo Itaú Cultural abriga obras da coleção particular do empresário Olavo Egydio Setúbal, fundador da Instituição, e da coleção de Arte Cibernética e Filmes e Vídeos de Artistas, formadas pelo próprio instituto.

3. A constelação desenha um percurso de pesquisa, interligando verbetes da Enciclopédia Itaú Cultural, à partir do acesso inicial no registro do artista visual Waldemar Cordeiro (1925-1973).

Ficha Técnica

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Curadoria
Paulo Herkenhoff

Cocuradoria
Leno Veras
Thais Rivitti

Artista participante
Abraham Palatnik
Ademar Manarini
Adir Sodré
Adriana Varejão
Agostinho Batista de Freitas
Albano Afonso
Albert Eckhout
Alcides Pereira dos Santos
Aldemir Martins
Aleijadinho
Alex Cerveny
Alex Flemming
Alexandre Órion
Alfredo Volpi
Aline Motta
Almandrade
Almeida Júnior
Aloísio Magalhães
Amelia Toledo
Amilcar de Castro
Ana Horta
Ana Maria Martins
Ana Maria Pacheco
Anésia Pacheco e Chaves
Anita Malfatti
Anna Bella Geiger
Anna Letycia
Anna Maria Maiolino
Antonio Bandeira
Antonio Dias
Antonio Gomide
Antonio Henrique Amaral
Antonio Manuel
Arjan Martins
Arnaldo Ferrari
Artur Lescher
Artur Matuck
Ascânio MMM
August Muller
Auguste Rodin
Augusto de Campos
Ayrson Heráclito
Beatriz Milhazes
Benedito Calixto
Berna Reale
Bianco
Bob Nugent
Bob Wolfenson
Brígida Baltar
Bruno Giorgi
Bruno Veiga Ribeiro
Burle Marx
Bustamante Sá
Cabelo
Caetano de Almeida
Caio Reisewitz
Candida Höfer
Candido Portinari
Cao Guimarães
Carlito Carvalhosa
Carlos Matuck
Carlos Prado
Carmela Gross
Chico Albuquerque
Cicero Dias
Claudia Andujar
Claudia Jaguaribe
Claudio Corrêa e Castro
Claudio Edinger
Cristiano Mascaro
Cristina Canale
Daniel Acosta
Daniel Senise
Delson Uchoa
Di Cavalcanti
Dina Oliveira
Dionísio del Santo
Djanira
Donato Chiarella
Donato Ferrari
Dora Longo Bahia
Dudi Maia Rosa
Éder Oliveira
Eder Santos
Edgard de Souza
Eduardo Coimbra
Eduardo Salvatore
Eduardo Sued
Efrain Almeida
Eliane Prolik
Ely Bueno
Emanoel Araújo
Emmanuel Nassar
Ernesto De Fiori
Ernesto Neto
Ester Grinspum
Eustáquio Neves
Fabio Miguez
Fernand Léger
Fernando Lemos
Flávio de Carvalho
Flavio-Shiró
Flexor
Frans Krajcberg
Frans Post
Franz Ackermann
Fred Forest
Frida Baranek
Gabriel Borba
Gaspar Gasparian
Georges Wambach
Georgina de Albuquerque
Geraldo de Barros
Gerda Brentani
German Lorca
Germana Monte-Mor
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José Rufino
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Lenora de Barros
León Ferrari
Leonardo Finotti
Leonilson
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Lima Barreto
Lívio Abramo
Lothar Charoux
Lúcia Koch
Lucia Laguna
Luciano Figueiredo
Luiz Hermano
Luiz Paulo Baravelli
Luiz Sacilotto
Luiz Zerbini
Lygia Clark
Lygia Pape
Machado de Assis
Manabu Mabe
Mange

Fontes de pesquisa 12

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