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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Aline Motta

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.11.2024
1974 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Aline de Souza Motta (Niterói, Rio de Janeiro, 1974). Artista visual, fotógrafa e diretora de cinema. Unindo fotografia, produtos audiovisuais e pesquisa documental sobre suas origens, cria trabalhos que buscam resgatar a ancestralidade negra e africana.

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Aline de Souza Motta (Niterói, Rio de Janeiro, 1974). Artista visual, fotógrafa e diretora de cinema. Unindo fotografia, produtos audiovisuais e pesquisa documental sobre suas origens, cria trabalhos que buscam resgatar a ancestralidade negra e africana.

Gradua-se em comunicação social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1995. Conclui a pós-graduação em cinema pela The New School University, na cidade de Nova Iorque, Estados Unidos, em 2004.

Na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, tem aulas com a artista Iole de Freitas (1945), entre 2008 e 2012, e com o artista Carlos Fajardo (1941), durante os anos de 2013 e 2014. No ano seguinte, participa da residência Afrotranscendence, que ocorre no espaço Red Bull Station, em São Paulo, idealizado pela curadora Diane Lima (1986).

Trabalha como continuísta por uma década, período em que participa da produção dos filmes O Homem do Futuro (2011), de Cláudio Torres (1962), e Corações Sujos (2012), do cineasta Vicente Amorim (1966).

Em 2016, participa da residência artística promovida pelo segundo ciclo do projeto Estamos (muito) Abertos, idealizado pelo Ateliê397. Nela, apresenta um livro-objeto que posteriormente se torna a instalação Escravos de Jó (2016). O folhear do livro, impresso em papel vegetal, cria sobreposições entre as imagens e palavras impressas em cada página, fazendo alusão ao passe e repasse de objetos durante o jogo lúdico Escravos de Jó. As impressões têm frases da cantiga entoada durante a brincadeira, assim como frases do livro de Jó, presente na Bíblia, e imagens que remetem ao escravismo brasileiro. Em 2017, apresenta a obra no Espacio de Arte Manzana 1, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.

Também em 2017, realiza o projeto Pontes Sobre Abismos, contemplado pelo Programa Rumos Itaú Cultural 2015/2016. Nele, apresenta videoinstalações, fotografias impressas em tecido, imagens montadas com fotografias em preto e branco e documentos históricos pertencentes a seus familiares. A coleta de imagens e documentos é realizada nas viagens que faz aos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro e aos países de Serra Leoa e Portugal, em busca de vestígios de seus antepassados. Com elementos que encontra em lugares públicos e privados, a artista cria uma contranarrativa sobre a formação das famílias brasileiras, considerando o processo de miscigenação étnico-racial.

No mesmo ano, constrói a concepção artística para o projeto expográfico e o roteiro audiovisual da 34ª edição do programa Ocupação Itaú Cultural, que tem como artista homenageada a escritora e educadora Conceição Evaristo (1946). Participa também da 13ª Residência Artística Red Bull Station, em São Paulo. É selecionada para participar da Residência Artística do Programa AIR, em Lagos, Nigéria, durante o Festival de Art Community Iwaya-ICAF, realizado pela Fundação Vernacular- Art-space Laboratory. O festival se encerra com uma exposição coletiva, da qual a artista participa.

A poética de Aline se debruça sobre as questões da memória, estudos decoloniais, migrações, imagens da diáspora africana, fotografias de acervo familiar, imagens e documentos de arquivo, além de relações entre a cidade e o corpo. A artista usa esses elementos e conceitos para contar histórias sobre diferentes pessoas e famílias, a partir de sua própria história. Nesse processo, identifica rupturas e continuidades similares às de outros grupos familiares de origem afrodescendente.

Exemplo desse processo criativo é seu projeto de livro de artista Jogo da Memória, que une criação literária a pesquisas de imagem, texto, documentos e relatos, e aborda a história de sua família durante o período pós-abolição, na cidade do Rio de Janeiro. Com o projeto, vence a sexta edição da Bolsa de Fotografia ZUM 2018, do Instituto Moreira Salles.

Realiza sua primeira exposição individual também em 2018, a instalação fotográfica Filha Natural, que constrói com fotografias estereoscópicas selecionadas numa pesquisa etnográfica sobre sua tataravó.  Na instalação, apresenta relações entre a cidade e o corpo ao colocar em diálogo sua obra com a arquitetura do espaço em que viveu sua antepassada. A instalação contém uma publicação artesanal sobre a pesquisa, fotografias, vídeos e uma performance, que marca o início da expressão da artista nesta linguagem. O projeto é selecionado para compor a II Mostra do Programa de Exposições, do Centro Cultural São Paulo (CCSP).

Aline participa, em 2018, da exposição Histórias Afro-Atlânticas, realizada pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP), em parceria com o Instituto Tomie Ohtake. A equipe curatorial, da qual participa o antropólogo Hélio Menezes, é responsável por identificar jovens artistas afrodescendentes, como Aline Motta.

A produção da artista relaciona histórias pessoais e de anônimos com linguagens artísticas. Em grande parte de seu trabalho, experimenta o uso da fotografia e do vídeo em ambientes pouco comuns, como lugares com água corrente, espaços com vegetação nativa e paredes de casas habitadas e abandonadas. Esses ambientes dialogam com seu interesse em pensar sentimentos de pertencimento a determinados territórios.

Exposições 28

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