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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Anna Letycia

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 18.10.2024
25.09.1929 Brasil / Rio de Janeiro / Teresópolis
30.10.2018 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Vicente de Mello

Caracol, 1958
Anna Letycia
Água-forte, água-tinta, relevo, c.i.d.
14,70 cm x 23,50 cm

Anna Letycia Quadros (Teresópolis, Rio de Janeiro, 1929 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018). Gravadora. Seus trabalhos se caracterizam pela economia de traços, pelo uso criterioso da cor e pela leveza sugerida pelas formas sólidas.

Texto

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Anna Letycia Quadros (Teresópolis, Rio de Janeiro, 1929 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018). Gravadora. Seus trabalhos se caracterizam pela economia de traços, pelo uso criterioso da cor e pela leveza sugerida pelas formas sólidas.

Inicia estudos de desenho e pintura com Bustamante Sá (1907-1988), na Associação Brasileira de Desenho, no Rio de Janeiro, e, na década de 1950, frequenta vários cursos de gravura, tendo como professores André Lhote (1885-1962), Darel (1924), na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), e Iberê Camargo (1914-1994), no Instituto Municipal de Belas Artes. Realiza curso de xilogravura com Oswaldo Goeldi (1895-1961), na Escolinha de Arte do Brasil, e de pintura com Ivan Serpa (1923-1973), com quem participa da criação do Grupo Frente. Nessa década, passa a trabalhar exclusivamente com gravura em metal.

Em 1959, Anna Letycia frequenta o ateliê do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), coordenado pela artista Edith Behring (1916-1996). É convidada a lecionar gravura no ateliê desse museu, atividade que exerce entre 1960 e 1966. Dentro desse período, dá aulas de gravura em Santiago, onde recebe o título de professor honoris causa da Pontifícia Universidade Católica do Chile, em 1961.

Na produção de Anna Letycia, a afinidade com a obra de Goeldi  pode ser percebida no clima soturno de algumas gravuras e na ligação com o expressionismo. A artista utiliza frequentemente a imagem do caracol, motivo para geometrizações e múltiplas combinações formais, como em Caracol (1965), obra na qual, através das formas espiraladas, explora sugestões de positivo e negativo, claro e escuro, densidade e transparência.

A partir de 1968, inclui a caixa como novo elemento formal em suas obras, e como símbolo da dualidade interior/exterior. Em Caixa Voadora (1968) associa às formas espirais e cúbicas sugestões de motivos decorativos arquitetônicos. De uma produção inicial ligada a formas da natureza, a artista passa a criar obras abstratas, revelando constante pesquisa técnica e formal.

Em 1977, Anna Letycia instala em Niterói a Oficina de Gravura, no Museu do Ingá, que coordena até 1998. Desenvolve ainda atividades de cenógrafa e figurinista, e atua principalmente em parceria com a diretora Maria Clara Machado (1921-2001). Em 1998, é publicado o livro Anna Letycia, de Angela Ancora da Luz, pela Editora da Universidade de São Paulo.

Obras 20

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Reprodução fotográfica Vicente de Mello

Cais do Porto

Pastel seco sobre papel
Reprodução fotográfica Vicente de Mello

Caixa Voadora

Água-tinta, ponta-seca, relevo
Reprodução fotográfica Vicente de Mello

Caixas

Água-tinta, água-forte e ponta-seca
Reprodução fotográfica Vicente de Mello

Caracol

Ponta-seca, relevo
Reprodução fotográfica Vicente de Mello

Caracol

Água-tinta, processo guache

Espetáculos 35

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Exposições 270

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Mídias (1)

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Anna Letycia - Enciclopédia Itaú Cultural
“Acho que sempre roda o meu mundo, sou muito interiorizada, não muito verbalizante.” Assim a artista Anna Letycia define a origem de seu trabalho, que começou com a pintura e migrou para a gravura. Na década de 1950, foi discípula de Iberê Camargo, que admira pela rigidez com que lecionava. As obras de Anna Letycia revelam fragmentos de seu mundo particular e misterioso. Brincam com dualidades geométricas, o claro e o escuro, luzes e sombras, primeiro com elementos da natureza, como formigas, pássaros, raízes e plantas, passando por formas espiraladas de caracóis, texturas com metal, relevos e tintas oxidadas até caixas abertas e fechadas. Em suas gravuras, até a própria matriz recebe recortes, “porque ela não é inerte, também tem forma e por isso também precisa se pronunciar”, explica.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 12

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • AMARAL, Aracy (org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. Texto Aracy Amaral, Sônia Salzstein. São Paulo: Techint Engenharia, 1988. 391 p., il.color.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • GRAVURA brasileira hoje: depoimentos. Organização Heloisa Pires Ferreira e Maria Luisa Luz Távora; entrevistas Anna Letycia, Antônio Grosso, Carlos Scliar, Dionísio del Santo; Edith Behring; Marília Rodrigues. Rio de Janeiro: Oficina de gravura SESC-Tijuca, 1995. v.1.
  • GRAVURA: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000.
  • LETYCIA, Anna. Gravuras 1955 /1996. Comentário Jorge Amado; texto Antonio Bento, Frederico Morais, Roberto Pontual, Aníbal Machado; curadoria Alex Gama; fotografia Vicente de Mello; projeto gráfico Silvia Filgueiras Steinberg, Marcellus Schnell. Rio de Janeiro: Paço Imperial, 1996. [21] p., il. p&b, color.
  • LETYCIA, Anna. Gravuras de Anna Letycia. Texto Ferreira Gullar. São Paulo: Instituto Tomie Ohtake, 2008. [24] p., il.
  • LUZ, Angela Azevedo B. Ancora da. Anna Letycia. São Paulo: Edusp, 1998. (Coleção Artistas Brasileiros).
  • PONTUAL, Roberto. Arte/ Brasil/ hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973.
  • PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
  • THE ORIGINAL and its reproduction: a "Melhoramentos" project. Washington: Brazilian-American Cultural Institute, 1977. 16 p.

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