Darel

Sem Título, 1968
Darel
Gravura em metal
31,50 cm x 46,50 cm
Texto
Biografia
Darel Valença Lins (Palmares, Pernambuco, 1924 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017). Gravador, pintor, desenhista, ilustrador, professor. Estuda na Escola de Belas Artes do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), entre 1941 e 1942, e atua como desenhista técnico. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1946. Estuda gravura em metal com Henrique Oswald (1918-1965) no Liceu de Artes e Ofícios, em 1948. Dois anos depois, entra em contato com Oswaldo Goeldi (1895-1961).
Atua como ilustrador em diversos periódicos, como a revista Manchete e os jornais Última Hora e Diário de Notícias. Entre 1953 e 1966, encarrega-se das publicações da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil. Com o prêmio de viagem ao exterior, recebido no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM) do Rio de Janeiro, em 1957, viaja para a Itália, onde permanece até 1960. Ilustra diversos livros, como Memórias de um Sargento de Milícias, 1957, de Manuel Antônio de Almeida (1831-1861); Poranduba Amazonense, 1961, de Barbosa Rodrigues (1842-1909); São Bernardo, 1992, de Graciliano Ramos (1892-1953); e A Polaquinha (2002), de Dalton Trevisan (1925).
Leciona gravura em metal no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1951; litografia na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, entre 1955 e 1957; e na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, de 1961 a 1964. Entre 1968 e 1969, realiza painéis como os do Palácio dos Arcos, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.
Em 2015, é lançado o documentário Mais do eu possa me reconhecer, dirigido por Allan Ribeiro. Filmado no apartamento do artista no Rio de Janeiro, o filme conta a rotina do artista, que apesar de intensa produção de gravuras, passa a se dedicar a videoarte
Análise
Darel dedica-se a várias técnicas como desenhos, gravuras e pinturas, apresentando uma produção marcada por dois temas principais: as cidades imaginárias e os anjos e as máquinas. Como nota o crítico Frederico Morais (1936), as cidades criadas por Darel são vistas do alto ou à distância.
O artista não descreve locais específicos, apenas insinua casas, ruas ou edifícios. A figura humana também não é nítida, aparece como arabesco ou mancha. A partir da década de 1970, ocorre uma mudança em sua produção: o que estava distante se aproxima, e as figuras também se tornam mais concretas.
Na opinião do crítico Roberto Pontual (1939-1994), tanto as paisagens do casario de favelas, quanto as vistas das cidades da Itália e os anjos em luta com as máquinas, revelam o interesse caracteristicamente expressionista do artista pela dinâmica do claro-escuro e do cheio-vazio. A produção de Darel aproxima-se, em algumas obras, do realismo fantástico.
Obras 13
A Cidade
As Máquinas Fantásticas
Cidade 64
Cidade Amarela
Cidade II
Exposições 175
Fontes de pesquisa 20
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
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- BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
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- DAREL. Darel: litos e desenhos recentes. Vitória: Galeria de Arte e Pesquisa/UFES, 1982.
- DAREL. Darel: o estado dos afetos: desenho e gravura. Curitiba: Sala Miguel Bakun IV, 1991.
- DAREL. Gravura, fotomontagem, lito e plotagem. Rio de Janeiro: GB Arte, 1999.
- GRAVURA brasileira hoje: depoimentos. Organização Heloisa Pires Ferreira e Maria Luisa Luz Távora; entrevistas Adir Botelho, Anna Carolina Albernaz, Darel, Isa Aderne, José Altino; José Lima; Newton Cavalcanti; Orlando Dasilva, Thereza Miranda. Rio de Janeiro: Oficina de Gravura SESC-Tijuca, 1995. v.2.
- GRAVURA moderna brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes. Curadoria Rubem Grilo. Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1999.
- GRAVURA: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000.
- LEITE, José Roberto Teixeira. A gravura brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Rio, 1965.
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- Morre, aos 92 anos, o artista plástico pernambucano Darel Valença Lins. Folha de S. Paulo, São Paulo, 08 dez. 2017. Ilustrada. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/12/1941575-morre-aos-92-anos-o-artista-plastico-pernambucano-darel-valenca-lins.shtml >. Acesso em: 08 dez. 2017
- PEDROSA, Mário. Dos murais de Portinari aos espaços de Brasília. Organização Aracy Amaral. São Paulo, SP: Perspectiva, 1981. (Debates, 170).
- REIFSCHNEIDER, Oto Dias Becker. Darel Ilustrador. IN: Scriptorium. Associação Brasileira de Bibliófilos. Fortaleza, v.3, n. 1, p. 75-92, Agosto 2012.
- REIFSCHNEIDER, Oto Dias Becker. De Corpo e Alma: Mostra retrospectiva do artista plástico pernambucano Darel Valença Lins, na Galeria da Caixa Cultural, revela uma trajetória marcada pelo talento em lidar com múltiplas linguagens. Correio Braziliense, Brasília, 9 de Fev. 2013. Diversão e Arte.
- SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS, 6. , Rio de Janeiro, 1983. Arte Moderna no Salão Nacional - 1940 a 1982. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1983. (Sala Especial do VI Salão Nacional de Artes Plásticas).
- SCHENBERG, Mario. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988.
- TRÊS mestres da gravura em metal: Darel, Grassmann, Gruber. São Paulo: Museu Banespa, 1995.
Como citar
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DAREL.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa5637/darel. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7