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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Bustamante Sá

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 09.05.2017
31.07.1907 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
17.03.1988 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Gilson Ribeiro

Paisagem, 1936
Bustamante Sá
Óleo sobre tela
65,00 cm x 80,00 cm

Rubem Fortes Bustamante Sá (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1907 - Idem 1988). Pintor, desenhista e professor. Em 1926, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde tem aulas com Rodolfo Amoedo (1857-1941) e Augusto Bracet. Dois anos depois, expõe pela primeira vez no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Com outros artistas, sai da ...

Texto

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Biografia

Rubem Fortes Bustamante Sá (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1907 - Idem 1988). Pintor, desenhista e professor. Em 1926, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde tem aulas com Rodolfo Amoedo (1857-1941) e Augusto Bracet. Dois anos depois, expõe pela primeira vez no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Com outros artistas, sai da Enba para fundar o Núcleo Bernardelli, em 1931. Participa do 1º Salão do Núcleo Bernardelli, um ano depois. É aluno de Manoel Santiago (1897 - 1987) e pinta freqüentemente ao ar livre com os colegas Milton Dacosta (1915 - 1988) e José Pancetti (1902-1958). Em 1936, ganha a medalha de prata do SNAM e, em 1938, o prêmio de viagem ao país, graças ao que visita Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba e São Paulo, registrando as paisagens locais. Em 1949, recebe o prêmio de viagem ao estrangeiro. Vai a Lisboa, Madri e Paris. Nesta última cidade, freqüenta a Académie Julian, sob a orientação de Chaplain-Midy e André Planson. Quando volta ao Rio de Janeiro, em 1952, participa novamente do SNAM. Realiza exposições pelo Brasil e algumas no exterior, como, em 1974, Salônica, na Grécia, Toronto, Nova York e países da América do Sul. É professor da Associação Brasileira de Desenho, que ajuda a fundar, e do Instituto Nacional de Educação de Surdos, pelo qual se aposenta. Em 1986, o pintor e crítico Quirino Campofiorito (1902 - 1993) lança um livro sobre sua pintura.

Análise

Bustamante Sá é mais conhecido por suas paisagens. Entretanto, segundo o pintor e crítico Quirino Campofiorito, antes da viagem à Europa, o pintor dedica-se também a outros gêneros de pintura, devido à necessidade de ganhar os prêmios oferecidos pelos salões, já que é de origem pobre e tem de trabalhar para sustentar sua família1. Seu envolvimento no Núcleo Bernardelli é condizente com sua situação social e também indica um antiacademicismo que inclui a crítica à hierarquia dos gêneros e à pintura em ateliê. Mas as instituições são acadêmicas na época e é com Retrato do Pintor Gibson (1948), que Bustamante recebe como prêmio uma viagem ao estrangeiro. O quadro é escuro e dominado por tons de cinza. O retratado está em pé à direita modelando uma escultura em frente ao que parece ser um esboço em uma tela, ainda sem cor. Os únicos tons quentes estão na pele do pintor e em sua gravata vermelha. Graças à distinção, Bustamante tem um contato direto com os mestres europeus. Interessa-se especialmente pela paisagem de Jean-Baptiste Camille Corot (1796 - 1975) e de Paul Cézanne (1839 - 1906), ainda segundo Quirino Campofiorito2. A importância das formas geométricas na visualização da natureza, conforme compreendida por Cézanne, é um traço marcante dos quadros do artista. Suas vistas apresentam poucas curvas e as formas são simplificadas. São aplicadas  pinceladas em ziguezague, que formam planos de cor e não marcam. Nisso, a pintura de Bustamante lembra a do professor do Núcleo Bernardelli Bruno Lechowski (1887-1941) e de seu discípulo José Pancetti, com quem Bustamante pinta. Outra característica de seu trabalho são os tons rebaixados. Em geral, não há cores intensas e passa-se de uma cor a outra sem sobressaltos. Outra cor, apenas excepcionalmente.3

Notas

1. CAMPOFIORITO, Quirino. A pintura de Bustamante Sá. Rio de Janeiro: Cabicieri Editorial, 1986, p 133-135.

2. Idem, p. 36-38.

3. Ibidem, p. 30.

Obras 24

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Registro Fotográfico Gustavo Bustamante Sá

Cabo Frio (RJ)

Óleo sobre tela

Exposições 65

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Fontes de pesquisa 18

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  • - CAMPOFIORITO, Quirino. A Pintura de Bustamante Sá. Rio de Janeiro: Cabicieri Editorial, 1986. (Aquarela do Brasil). 759.98104 S111c
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. R703.0981 P818d
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997. R750.81 A973d 2.ed.
  • AYALA, Walmir. Le Brésil par ses artistes. Rio de Janeiro, RJ: Nórdica, s.d. 211 il. color.
  • BUSTAMANTE Sá um ano depois de ir. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 20 de mar. de 1989.
  • CAMPOFIORITO, Quirino. A Pintura de Bustamante Sá. Apresentação Jorge Cabicieri; introdução Quirino Campofiorito; edição Jorge Cabicieri, Lindinaura Cabicieri. Rio de Janeiro: Cabicieri Editorial, 1986. 291 p., il. color. (Aquarela do Brasil).
  • CATÁLOGO do 1º Salão do Núcleo Bernardelli. Junho 1932.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. R759.981 L533d
  • LOUZADA, Maria Alice do Amaral. Artes plásticas Brasil 1996: seu mercado, seus leilões. São Paulo: Júlio Louzada, 1996. v. 8. R702.9 L895a v.8
  • MORAIS, Frederico. Núcleo Bernardelli: arte brasileira nos anos 30 e 40. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1982.
  • MOSTRA itinerante do acervo do Margs.Porto Alegre: Margs, [2000].
  • O REDESCOBRIMENTO do Brasil. Texto Ricardo Ramos. São Paulo: Ranulpho Galeria de Arte, 1987.
  • PERFIL da Coleção Itaú. Curadoria Stella Teixeira de Barros. São Paulo: Itaú Cultural, 1998. IC 708 P438 1998
  • PINTURA Brasil Século XIX e XX: obras do acervo Banco Itaú. São Paulo: Instituto Cultural Itaú, 1989.
  • RIO perde um de seus paisagistas. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 21 de mar. de 1988.
  • TEMPO de madureza. São Paulo: Ranulpho Galeria de Arte, 1986.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

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