Alexandre Órion
![Metabiótica - Máscara 16, 1992 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/011902001019.jpg)
Máscara [stencil] utilizada na confecção da intervenção Metabiótica 16, 1992
Alexandre Órion
Papel, linha, fita adesiva e tinta
Texto
Alexandre Órion Criscuolo (São Paulo, São Paulo, 1978). Artista visual, fotógrafo, ilustrador. Em 2004, forma-se em artes visuais pela Faculdade de Educação e Cultura Montessori (Famec), em São Paulo. Inicia carreira com ilustração e direção de arte para publicações e investiga o grafite e a fotografia, linguagens que depois relaciona em intervenções urbanas. Na série fotográfica Projeto Metabiótica, iniciada em 2002 e transformada em livro em 2006, Órion registra transeuntes relacionando-se com grafites que produz nos muros da cidade de São Paulo. Utiliza a técnica do estêncil, em preto sobre muro branco.
Em sua obra, nota-se a influência do artista inglês Banksy (1974), não apenas em relação à poética visual, como também pelo ativismo social e político que provoca. Outras referências declaradas do artista são o hip hop e a cultura do skate.
No Brasil, realiza diversas exposições, como a individual Metabiótica (2004), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, e a coletiva Itaú Contemporâneo: arte no Brasil 1981-2006 (2007), no Instituto Itaú Cultural. No exterior, participa das exposições Rencontres Parallèles, no Centre d’Art Contemporain de Bass-Normandie, e Amalgames Brésiliens, no musée de l'Hôtel-Dieu, em Mantes-La-Jolie, ambas em 2005, na França. Suas obras fazem parte da coleção Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, em Paris, Deutsche Bank, em Nova York, e Centrum Beeldende Kunst, na Holanda, entre outras.
Análise
A cidade é inspiração e suporte para as obras de Alexandre Órion, e fornece matéria-prima para seus trabalhos. Dois anos depois da inauguração do túnel Max Feffer, em São Paulo, o artista nota que as placas amarelas que revestem as paredes laterais do túnel estão cobertas de fuligem. Surge a ideia de Ossário (2006), obra produzida a partir do processo do “grafite reverso”: desenhos de crânios humanos que se revelam pela limpeza seletiva da matéria preta. Durante as madrugadas de duas semanas, o artista trabalha em 300 metros de extensão do túnel. Depois de alguns embates com policiais e agentes de trânsito – embora não haja qualquer dano ao patrimônio público –, a instalação é “apagada” pela prefeitura. A fuligem retirada é utilizada pelo artista como pigmento para suas obras murais em diversos países.
A reorganização estética-ideológica do espaço urbano é mote para o artista evidenciar questões invisíveis, como a da poluição urbana. Polulografia (2009) é uma série de imagens feitas por meio de uma técnica exclusiva de impressão com a fuligem que se desprende de caminhões. Durante sete dias, o veículo carrega uma estrutura metálica adaptada ao escapamento para a fabricação da imagem.
O vínculo entre discurso, técnica e lugar é marca dos trabalhos de Alexandre Órion. A cidade apresenta ao artista seus significados, ao quais ele acrescenta outros com suas intervenções, e essas desaparecem, resultado da constante transformação urbana.
Obras 8
Máscara [stencil] utilizada na confecção da intervenção Metabiótica 16
Metabiótica 12
Metabiótica 14
Metabiótica 16
Metabiótica 18
Espetáculos 1
Exposições 11
-
22/5/2004 - 26/7/2004
-
8/4/2005 - 30/4/2005
-
8/5/2005 - 19/6/2005
-
4/9/2005 - 18/9/2005
-
21/3/2007 - 27/5/2007
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 10
- Alexandre Órion mostra a vida cotidiana em livro. O Estado de S.Paulo. São Paulo, 8 dez. 2006. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,alexandre-orion-mostra-a-vida-cotidiana-em-livro,20061208p6289. Acesso em: abril 2017.
- BRAZ, Endrigo Chiri. A arte urbana de Alexandre Orion. Cult. São Paulo [s.d.]. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/a-arte-urbana-de-alexandre-orion/. Acesso em: abril 2017
- COELHO, Teixeira (Org.). Coleção Itaú Contemporâneo: arte no Brasil, 1981-2006. Apresentação de Olavo Egydio Setúbal. São Paulo: Itaú Cultural, 2006.
- GAMA, Mara. Artista usa poluição, sujeira e dejetos como matéria prima de seu trabalho. Folha de S.Paulo. São Paulo, 5 jun. 2015. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2015/06/1637804-artista-usa-poluicao-sujeira-e-dejetos-como-materia-prima-de-suas-obras.shtml. Acesso em: abril 2017.
- ITAÚ CULTURAL (org.). Além das ruas: histórias do graffiti. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. 96 p. 1 publicação. Disponível em: https://issuu.com/itaucultural/docs/af_publicacao_alem_das_ruas_19.04.
- MANCO, Tristan; NEELON, Caleb; LOST ART. Graffiti Brasil. London: Thames and Hudson, 2005.
- MARTINS, José de Souza. O ossário urbano de Orion. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 23 set. 2006. Cidades/Metrópole, p.C9.
- ORION, ALEXANDRE. Site oficial do artista. Disponível em: http://www.alexandreorion.com.
- RABASSALLO, Luciana. Alexandre Orion criou o grafite inverso ao transformar a poluição dos carros em impactantes obras de arte. Rolling Stone. São Paulo, 8 abr. 2015. Disponível em: Disponível em: http://rollingstone.uol.com.br/blog/cultura-de-rua/alexandre-orion-criou-o-grafite-inverso-ao-transformar-poluicao-dos-carros-em-impactantes-obras-de-arte#imagem0 . Acesso em: abril 2017.
- ÓRION, Alexandre; XAVIER, Ana Maria (coord.). Metabiótica: Metabiotics. São Paulo: Via das Artes, 2006.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
ALEXANDRE Órion.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa202813/alexandre-orion. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7