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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Dudi Maia Rosa

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 30.05.2022
1946 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título, 1986
Dudi Maia Rosa
Resina poliéster, pigmento e fibra de vidro

Rafael Maia Rosa (São Paulo, São Paulo, 1946). Pintor, desenhista, professor. Destaca-se por produzir, ao longo das décadas, peças consistentes e experimentais.

Texto

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Rafael Maia Rosa (São Paulo, São Paulo, 1946). Pintor, desenhista, professor. Destaca-se por produzir, ao longo das décadas, peças consistentes e experimentais.

Em 1966, estuda gravura com Trindade Leal (1927-2013) na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo. Interessa-se inicialmente pela aquarela e pela cerâmica e se dedica posteriormente à pintura. Realiza a primeira exposição individual em 1967, na Galeria Atrium. Em 1968, ingressa na Faculdade de Engenharia de Mogi das Cruzes e frequenta o ateliê de Wesley Duke Lee (1931-2010). Nos anos seguintes vive na Inglaterra.

Nas décadas de 1960 e 1970, realiza trabalhos que têm como tema a cidade de São Paulo, representada em cenários oníricos. No início da década de 1970, dedica-se à gravura e à aquarela, com orientação de Babinski (1931). Em 1972, retorna ao Brasil e frequenta a Escola Brasil inicialmente como aluno, depois como professor.

Nos anos 1980, sua pintura adquire características tridimensionais, marcada por uma pintura gestual. Realiza obras ligadas à abstração, com suportes recortados em formas não usuais: triângulos ou semicírculos. Nessas telas, explora os grafismos e as texturas, como os vistos em Sim (1981).

Ainda nos anos 1980, realiza experiências com resina sintética, que permite uma variação de transparências e tonalidades em suas obras. Em alguns trabalhos, insere escritos, como citações bíblicas, ou figuras indefinidas, evanescentes. Depois da investigação sobre o suporte, passa a produzir obras nas quais emprega a cor e a transparência das superfícies, obtidas não mais por meio do pincel e da tela, mas pela exploração de outros materiais, como fiberglass (fibra de vidro). Nessas obras aprofunda as potencialidades expressivas dos novos materiais, como na série Portas (1986). Indica como referências para seu trabalho com fiberglass a produção dos artistas americanos Ron Davis (1937) e Jasper Johns (1930), além de Mark Rothko (1903-1970) em trabalhos mais recentes.

Na opinião do crítico Agnaldo Farias (1955), após ter participado ativamente da Escola Brasil com trabalhos abstratos, Dudi Maia Rosa tem uma trajetória que coincide com as de Cássio Michalany (1949) e Carlos Fajardo (1941) na crítica ao papel assumido pela pintura e escultura na figuração do mundo.

O artista emoldura certa área em madeira, que é preenchida com mantas de fibras de vidro alternadas com resinas misturadas a pigmentos. As características do material empregado e a diferença de espessura das camadas resultam em diversas formas de captação da luz. Desse modo, os trabalhos revelam diferentes transparências e tonalidades. Nessas obras, a luz e a cor agem fisicamente uma sobre a outra. Em vez de ser representações de acontecimentos do mundo, procuram ser elas mesmas fenômenos concretos.

Dudi Maia Rosa se consagra na cena das artes visuais brasileira sobretudo pelo caráter experimental de suas obras, um traço distintivo importante ao longo de toda a carreira do artista.

Obras 47

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Reprodução fotográfica acervo do artista

2222

Resina poliéster, pigmento e fibra de vidro
Reprodução fotográfica Eduardo Ortega

Amor/Roma

Resina poliéster, pigmento e fibra de vidro
Reprodução fotográfica Arnaldo Pappalardo

Anjo

Acrílica sobre tela
Reprodução fotográfica Arnaldo Pappalaro

Banhista

Acrílica sobre tela
Reprodução fotográfica Aranaldo Pappalardo

Como Jonas

Esmalte sobre tela e madeira

Exposições 196

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Mídias (1)

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Dudi Maia Rosa - Enciclopédia Itaú Cultural
Rafael “Dudi” Maia Rosa inicia sua carreira como autodidata, até que, em 1972, ao ingressar na Escola Brasil, é apresentado a questões artísticas e começa sua formação teórica. Primeiramente, atua na pintura de maneira clássica. Seu descolamento dessa tradição ocorre quando ele vê seu irmão construir um carro com fibra de vidro. “Pensei: ‘Puxa, que curioso. Se eles fazem um automóvel, deve ser fácil fazer um suporte com fibra de vidro’.” Assim, começa a trabalhar com resinas transparentes, que, posteriormente, são pigmentadas durante seu manuseio. Nesse processo, o artista acredita que passa “a ser manipulado” pela matéria, ficando à mercê de suas fontes, o que lhe desperta diversas considerações sobre a forma de criar. Ele reflete, por exemplo, a respeito de um tema recorrente na pintura, a ideia de profundidade, que alcança com o manejo dessas substâncias, em obras com até três centímetros de profundidade.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 16

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  • AMARANTE, Leonor. Dudi Maia Rosa: nos limites da pintura. Galeria: revista de arte, São Paulo: Area Editorial, n. 9, p. 44-49, 1988.
  • ARTE e artistas plásticos no Brasil 2000. São Paulo: Meta, 2000.
  • ARTE/CIDADE 3 : a cidade e suas histórias. Apresentação Danilo Santos de Miranda; texto Nelson Brissac Peixoto, Lorenzo Mammì. São Paulo : Marca D'Água, 1997. 124 p. il. p. b. color.
  • BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 19., 1987, SÃO PAULO, SP. Catálogo geral. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1987.
  • BRASIL já: Beispiele zeitgenossischer brasilianischer Malerei. Apresentação de Roberto Costa de Abreu Sodré. Textos de Paulo Estellita Herkenhoff Filho e Carlos von Schmidt. Leverkusen: Museum Morsbroich, 1988.
  • DUDI Maia Rosa e as mortes da pintura. Textos e versão para o inglês Oswaldo Corrêa da Costa. São Paulo, Metalivros, 2005.
  • DUDI Maia Rosa, Marcos Coelho Benjamim, Adriana Varejão. Curadoria Nelson Aguilar. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1995.
  • DUDI Maia Rosa. Texto de João Pedrosa. São Paulo: Subdistrito Comercial de Arte, 1989.
  • EM busca da essência: elementos de redução na arte brasileira. Curadoria Sheila Leirner, Gabriela Suzana Wilder. São Paulo, SP: Fundação Bienal de São Paulo, 1987. Disponível em: http://www.bienal.org.br/publicacoes/2120.
  • FONTES: Rd788 1978/1987/1989/1993/1994/1997/1998; Pontual, R. Dic. das artes plásticas no Brasil. Não catalogado
  • INSTALAÇÃO de Dudi Maia Rosa expõe a ressureição de Cristo. Folha de S. Paulo, São Paulo, 14 out. 1993.
  • MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO PAULO, SP. Arte contemporânea. Curadoria geral Nelson Aguilar; curadoria Nelson Aguilar, Franklin Espath Pedroso; tradução Arnaldo Marques, Ivone Castilho Benedetti, Izabel Murat Burbridge, Katica Szabó, John Norman. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo : Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000.
  • PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA, 1986, São Paulo, SP. Panorama de Arte Atual Brasileira 1986: pintura. São Paulo: MAM, 1986.
  • PERFIL da Coleção Itaú. Curadoria Stella Teixeira de Barros. São Paulo: Itaú Cultural, 1998.
  • PETTA, Rosângela. Um mergulho na superfície da tela. Guia das Artes, São Paulo: Casa Editorial Paulista, v. 2, n. 6, p. 12-14, 1987.

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