Amelia Toledo
![Confluência de Paisagens, 2007 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/013302035699.jpg)
Confluência de Paisagens, 2007
Amelia Toledo
Pedras e aço inox espelhado
Texto
Amelia Amorim Toledo (São Paulo, São Paulo, 1926 – Idem, 2017). Escultora, pintora, desenhista, designer. O caráter experimental, a utilização de uma extensa gama de materiais – naturais e industriais – e o interesse em recriar a paisagem são aspectos recorrentes na obra da artista paulistana, que se dedica também à pintura a óleo e à aquarela, em obras geralmente monocromáticas, com sutis vibrações luminosas.
No fim dos anos 1930, frequenta o ateliê de Anita Malfatti (1889-1964), em São Paulo. Entre 1943 e 1947, estuda com Yoshiya Takaoka (1909-1978) e, em 1948, com Waldemar da Costa (1904-1982). Nesse mesmo ano, trabalha com desenho de projetos no escritório do arquiteto Vilanova Artigas (1915-1985). Em 1958, frequenta a London County Council Central School of Arts and Crafts, em Londres. De volta ao Brasil, em 1960, estuda gravura em metal com João Luís Oliveira Chaves (1924), no Estúdio/Gravura. Em 1964, obtém o título de mestre pela Universidade de Brasília (UnB). Desde a metade dos anos 1960, leciona na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie e na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, e na Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Rio de Janeiro.
No início dos anos 1960, a partir do estudo do espaço escultórico de raiz construtiva, realiza curvaturas em elementos geométricos regulares. Explora também as possibilidades oferecidas pela superfície espelhada do aço inoxidável. Por meio do jogo de reflexos, a multiplicação das superfícies é potencializada, e o espaço se desdobra em um jogo de ressonâncias, aproximando-se da arquitetura.
A paisagem também é uma constante em sua produção, como em Fatias de horizonte (1996), na qual anteparos com chapas de aço recriam a ilusão visual da linha do horizonte, suscitando questões como continuidade e descontinuidade. Situação tendendo ao infinito (1971), por sua vez, se baseia na geometria, empregando um cubo de formas cristalinas dividido sucessivamente em oito cubos menores. A obra faz um convite à manipulação, pois pode ser desmontada e remontada em várias configurações.
Realiza obras para espaços públicos, como o projeto cromático, de 1998, para a estação Arcoverde do metrô do Rio de Janeiro. Em 1999, é realizada exposição retrospectiva de sua obra na Galeria do Sesi, em São Paulo, e, em 2004, é publicado o livro Amélia Toledo: as naturezas do artifício, escrito pelo crítico de arte Agnaldo Farias (1955).
Nome fundamental da arte brasileira do século XX, Amélia Toledo apresenta uma produção baseada sobretudo nas formas da natureza. Não é por isso, entretanto, que deixa de estabelecer diálogo de seu trabalho com o universo moderno e industrial na escolha tanto de materiais como de temas. Artista de formação sólida e múltipla, apresenta também obras realizadas em pintura monocromática.
Obras 22
Amarelo
Azuis
Bolas-Bolhas
Confluência de Paisagens
Cor
Exposições 276
Mídias (1)
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Fontes de pesquisa 19
- ARTE e artistas plásticos no Brasil 2000. São Paulo: Meta, 2000.
- BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
- BRAZILIANART Book I. Curadoria Nair Barbosa Lima, Paulo Klein; tradução Norwill Veloso, Pérsio Burkinski. São Paulo: Grupo G&A, 1999.
- COSTA, Marcus de Lontra. Amélia Toledo, a história da inquietude. Correio Braziliense, Brasília, 22 mar. 1989.
- DOCTORS, Márcio. Amélia Toledo: mergulho em direção ao infinito. Galeria: revista de arte, São Paulo, n. 10, p. 48-50, 1988.
- EM busca da essência: elementos de redução na arte brasileira. Curadoria Sheila Leirner, Gabriela Suzana Wilder. São Paulo, SP: Fundação Bienal de São Paulo, 1987. Disponível em: http://www.bienal.org.br/publicacoes/2120.
- HERKENHOFF, Paulo. Reflexões e devaneios sobre os Frutos-do-mar: a arte de Amélia Toledo. Rio de Janeiro: [s. n. ], 1983.
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- OBJETO na arte: Brasil anos 60. Coordenação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: FAAP, 1978.
- ORGANICUS. Curadoria Tereza de Arruda. São Paulo: Valu Oria Galeria de Arte, 1997.
- SCHENBERG, Mario. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988.
- TOLEDO, Amelia. Amelia Toledo: Horizontes. Tradução Izabel Murat Burbridge. Rio de janeiro: CCBB, 1996.
- TOLEDO, Amelia. Amélia Toledo. Rio de Janeiro: Galeria Sérgio Milliet, 1983.
- TOLEDO, Amelia. Amélia Toledo. São Paulo: Montessanti Galleria, 1988.
- TOLEDO, Amelia. Amélia Toledo: pintura x pintura. São Paulo: Galeria Luisa Strina, 1985.
- TOLEDO, Amelia. Amélia Toledo: pintura/escultura. Brasília: Espaço Capital Arte Contemporânea, 1989.
- TOLEDO, Amelia. Entre, a obra está aberta. São Paulo: SESI, 1999.
- TOLEDO, Amelia. Esculturas. Rio de Janeiro: Galeria Bonino, 1969.
- TOLEDO, Amelia. Peles da cor. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1998.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
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AMELIA Toledo.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa9129/amelia-toledo. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7