Bruno Giorgi
![São Francisco, 1974 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/013302046089.jpg)
São Francisco, 1974
Bruno Giorgi
Bronze patinado
Texto
Bruno Giorgi (Mococa, São Paulo, 1905 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1993). Escultor. Muda-se com a família para Itália, e fixa-se em Roma em 1913. Em 1920, inicia estudos de desenho e escultura com o professor Loss. Participa de movimentos antifascistas. Em 1931, é preso por motivos políticos e condenado a sete anos de prisão. É extraditado para o Brasil em 1935, por intervenção do embaixador brasileiro na Itália. Em São Paulo, trava contato com Joaquim Figueira (1904 - 1943) e Alfredo Volpi (1896 - 1988). Em 1937, viaja para Paris e freqüenta as academias La Grand Chaumière e Ranson, onde estuda com Aristide Maillol (1861 - 1944). Em 1939, retorna a São Paulo e convive com Mário de Andrade (1893 - 1945), Lasar Segall (1891 - 1957), Oswald de Andrade (1890 - 1954) e Sérgio Milliet (1898 - 1966), entre outros. Começa a praticar desenho de modelo-vivo e pintura com os artistas do Grupo Santa Helena e integra a Família Artística Paulista (FAP). Em 1943, transfere-se para o Rio de Janeiro. A convite do ministro Gustavo Capanema (1900 - 1985) instala ateliê no antigo Hospício da Praia Vermelha, onde orienta jovens artistas como Francisco Stockinger (1919). Possui obras em espaços públicos como Monumento à Juventude Brasileira (1947), nos jardins do antigo Ministério da Educação e Saúde (MES), atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro; Candangos (1960), na praça dos Três Poderes, e Meteoro (1967), no lago do edifício do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília; e Integração, 1989, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Análise
Herdeiro das lições do escultor Aristide Maillol (1861 - 1944), a partir dos anos 1940, Bruno Giorgi revela em seus trabalhos um crescente interesse pela temática e pelos tipos brasileiros. Sua obra gradualmente passa de uma leve estilização da figura humana a uma maior deformação. Na rudeza das superfícies, o modelado evidencia a mão do escultor, como em Mulher ao Luar, 1949.
A partir desses trabalhos, começa a apresentar uma nova plasticidade. Em Maternidade, 1952 ou São Jorge (1953), os troncos e membros das figuras se alongam e se deformam em contínuo desenvolvimento no espaço. Essa dinâmica abstrata conduz a um jogo de cheios e vazios. A progressiva estilização e redução da figura a poucas linhas pode ser vista, por exemplo, em Candangos
Passa então a realizar composições abstratas, onde se nota a tentativa de integração entre sua escultura e a arquitetura moderna, como em Meteoro, uma de suas obras de maior destaque, ou Condor (1978). Na década de 1970, Bruno Giorgi retoma a exploração da figura humana, principalmente a representação das formas femininas, muito freqüente em sua produção anterior, da qual resulta uma série de torsos de pedra.
Obras 28
Abstrata
Andorinha
As Amigas
Banhista nº 2
Bucólica
Exposições 197
Fontes de pesquisa 26
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- AMARAL, Aracy (org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. Texto Aracy Amaral, Sônia Salzstein. São Paulo: Techint Engenharia, 1988. 391 p., il.color.
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- BRUNO Giorgi: (1905 - 1993). Rio de Janeiro: Pinakotheke, 2005.
- BRUNO Giorgi: (1905 - 1993). Rio de Janeiro: Pinakotheke, 2005. 730.981 G498b
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- CORIA, Regina (coord.); MENDONÇA, Valéria (coord.). Expressões do corpo na escultura de Rodin, Leopoldo e Silva, De Fiori, Brecheret, Bruno Giorgi. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1995. CAT-G SPpe 1995/e
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- MILANO, Dante. Bruno Giorgi. Rio de Janeiro: Serviço de documentaçao/MEC, 1959. (Artistas brasileiros).
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- PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
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- PRIETO, Sonia. Bruno Giorgi: quatro décadas de escultura. 1981. 456 f. Dissertação (Mestrado em Artes) - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, 1981.
- PRIETO, Sonia. Bruno Giorgi: quatro décadas de escultura. 1981. 456 f. Dissertação (Mestrado em Artes) - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, 1981. T730.981 G498p v. 1
- PRIETO, Sonia. Bruno Giorgi: quatro décadas de escultura. 1981. 456 f. Dissertação (Mestrado em Artes) - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, 1981. T730.981 G498p v. 2
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- TRIDIMENSIONALIDADE: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 1999.
- TRIDIMENSIONALIDADE: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 1999. IC 730.981 T824
- ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.
- ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1. 709.81 H673 v.2
Como citar
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BRUNO Giorgi.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa8920/bruno-giorgi. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
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