Caio Reisewitz
![Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, 2005 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/013302085549.jpg)
Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, 2005
Caio Reisewitz
Fotografia
Texto
Caio Christian Reisewitz (São Paulo, São Paulo, 1967). Fotógrafo. Forma-se em comunicação visual pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) em 1989. No início dos anos 1990, viaja para a Alemanha, e freqüenta a Escola Superior de Artes de Darmstadt. Entre 1992 e 1997, estuda na Johannes Gutenberg-Universität Mainz, em Mainz, Alemanha, especializando-se em fotografia. Retorna a São Paulo em 1997. Recebe os prêmios de aquisição do 4º e do 6º Salão do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA), em 1997 e 1999, e o Prêmio Sérgio Motta, em 2001. Publica o livro Periferia, pela Galeria Brito Cimino, em 2002. Em 2004, expõe na 26ª Bienal Internacional de São Paulo e, em 2005, participa do pavilhão brasileiro da 51ª Bienal de Veneza com fotografias que retratam a arquitetura brasileira barroca e contemporânea.
Análise
O fotógrafo Caio Reisewitz explora em sua produção as relações entre registro documental e arte, e também entre espaço político e estético. Apresenta inicialmente registros arquitetônicos e paisagens urbanas, que revelam grande estranheza, e também imagens cotidianas, que sugerem narrativas.
Na produção realizada entre 2003 e 2005 registra principalmente interiores de edifícios e paisagens como a Serra do Mar ou a represa de Guarapiranga, em São Paulo. Utiliza câmeras de grande formato para que as cópias, de quase três metros de largura, possam ter grande definição. Fotografa constantemente em dias nublados, obtendo uma luminosidade esmaecida e maior nitidez dos detalhes. Utiliza a perspectiva central e a luz neutra, evitando a presença de sombras e recusando a dramaticidade. Algumas paisagens são transfiguradas pela instabilidade da luz, como Guarapiranga III (2003).
Sua obra dialoga constantemente com a própria história da arte ao evocar a produção de pintores viajantes e fotógrafos paisagistas que atuaram no país durante o século XIX, retratando a monumentalidade das matas. Revela predileção por lugares nos quais não há a presença humana, embora essa possa ser percebida no registro da paisagem.
Algumas imagens de autoria de Reisewitz solicitam o questionamento em torno da degradação do meio ambiente, como Bertioga I ou Sapopemba I (ambas de 2003), que apresentam respectivamente uma queimada na Mata Atlântica e o acúmulo de detritos em um lixão em São Paulo. Como nota o fotógrafo Eder Chiodetto (1965), Caio Reisewitz busca neutralizar a tendência ao espetacular na fotografia. O uso da luminosidade despojada resulta em registros que evocam o silêncio e a reflexão.
Obras 23
Exposições 266
Exposições virtuais 1
Mídias (1)
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Fontes de pesquisa 20
- 2º Prêmio Cultural Sergio Motta. São Paulo: Instituto Sergio Motta, [2001?].
- AFOTODISSOLVIDA. São Paulo: SESC Pompéia, 2004.
- ARCO das rosas: o marchand como curador. Apresentação José Roberto Aguilar; texto Celso Fioravante; trad. Camila Henman Belchior. São Paulo: Casa das Rosas, 2001.
- BRITO Cimino 4. Texto Rafael Vogt Maia Rosa. São Paulo: Galeria Brito Cimino, 2002.
- CHIARELLI, Tadeu (org). Alegoria. São Paulo: MAM, [2002].
- CHIODETTO, Eder. Reisewitz revigora a ilusão das imagens. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 maio 2005. Ilustrada.
- ENTRE a fotografia e o desenho. Belo Horizonte: CEMIG Espaço Cultural, 2003.
- FOTOGRAFIAS no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São Paulo: MAM, 2002.
- MAPEAMENTO nacional da produção emergente [2001/2003]: Rumos Itaú Cultural Artes Visuais. Coordenação curatorial Fernando Cocchiarale et al. São Paulo, SP: Itaú Cultural, 2002. (Rumos Itaú Cultural Artes Visuais).
- NOVÍSSIMOS 98. Curadoria Eli Sudbrack, Everton Ballardin, Rubens Mano; texto Bernardo Carvalho. São Paulo: Paço das Artes, 1998.
- POSE detida. Curadoria José Fujocka Neto; texto Ronaldo Entler. São Paulo: Oficina Cultural Oswald de Andrade, 2001. [24] p., il. color.
- REDE de tensão: Bienal 50 anos. Curadoria Vitória Daniela Bousso, Maria Alice Milliet, Marili Brandão; tradução Izabel Murat Burbridge, John Norman. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2001. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name3041d4/1.
- REISEWITZ, Caio. Alles Deutschland - Caio Reisewitz: trabalhos fotográficos. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, s.d.
- REISEWITZ, Caio. Caio Reisewitz: Goiânia. Goiânia: Museu de Arte Contemporânea de Goiás, 2003.
- REISEWITZ, Caio. Periferia. São Paulo: Galeria Brito Cimino, 2002.
- REISEWITZ, Caio. Você Não Está Sozinho. Texto Stella Teixeira de Barros. São Paulo, Galeria Brito Cimino, 2005. 46 p. il. color.
- RETRATOS do imaginário de São Paulo. São Paulo: FormArte, 2001.
- RUMOS ITAÚ CULTURAL ARTES VISUAIS. Arte política: isto são outros 500. Curadoria Angélica de Moraes, Vitória Daniela Bousso, Fernando Cocchiarale. São Paulo, SP: Itaú Cultural, 2000. (Rumos Itaú Cultural Artes Visuais).
- SALÃO DA BAHIA, 4., 1997, Salvador. 4º Salão da Bahia. Salvador: Museu de Arte Moderna da Bahia, 1997.
- TERRITÓRIO expandido II. São Paulo: Sesc, 2000.
Como citar
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CAIO Reisewitz.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa26889/caio-reisewitz. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7