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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Carlito Carvalhosa

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 19.04.2024
1961 Brasil / São Paulo / São Paulo
13.05.2021 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título, 1985
Carlito Carvalhosa
Óleo sobre tela
190,00 cm x 230,00 cm

Luiz Carlos Cintra Gordinho Carvalhosa (São Paulo, São Paulo, 1961 - idem, 2021). Pintor, gravador, escultor e artista plástico. Sua produção inicial já revela uma preocupação construtiva, buscando vínculos entre a dimensão expressiva da matéria e da forma, explorando as propriedades estéticas dos materiais.

Texto

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Luiz Carlos Cintra Gordinho Carvalhosa (São Paulo, São Paulo, 1961 - idem, 2021). Pintor, gravador, escultor e artista plástico. Sua produção inicial já revela uma preocupação construtiva, buscando vínculos entre a dimensão expressiva da matéria e da forma, explorando as propriedades estéticas dos materiais.

Estuda na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), de 1980 a 1984. Faz o curso de gravura em metal no ateliê de Sérgio Fingermann (1953), entre 1980 e 1982, que o influencia em suas produções. Ainda em 1982, integra o grupo da Casa 7, com os artistas plásticos Rodrigo Andrade (1962), Fábio Miguez (1962), Nuno Ramos (1960) e Paulo Monteiro (1961).

Uma das marcas do grupo da Casa 7 é a criação com materiais de baixo custo, por razões econômicas, como tinta industrial e papel kraft. Mesmo com materiais não convencionais às artes plásticas, o grupo mantém sua ênfase no gesto pictórico de influência expressionista e colabora para a reinvenção da arte brasileira de sua época. Um exemplo da criação de Carlito dessa fase é a obra Sem Título (s.d.), produzida com esmalte sintético sobre papel e de grande dimensão.

Participa da 18ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1985, última mostra do grupo, e, no fim da mesma década, Carlito realiza quadros com cera pura ou misturada a pigmentos. Mais tarde, passa a produzir esculturas com materiais diversos e maleáveis, miméticos e de cores branca ou translúcida, como tecidos, espelhos e luzes. Para o crítico Lorenzo Mammì (1957), o resultado final revela o processo de construção da obra, mas também o falsifica, alterando dados sobre as propriedades dos materiais.

Em 1989, Carlito recebe bolsa do Deutscher Akademischer Austauch Dienst (DAAD) [Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico], e viaja para Colônia, na Alemanha, onde permanece até 1992.

Realiza a exposição Carlito Carvalhosa, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro, em 1995, em que apresenta as Ceras Perdidas, produzidas entre 1994 e 1995. Como nota o crítico Rodrigo Naves (1955), a plasticidade da cera assegura a evidência do processo construtivo, por meio da forma dos cilindros que as moldaram.

Em 1996 e 1997, produz as esculturas de porcelana, em que associa o aspecto orgânico à rigidez e à aparência pura do material. A percepção do espectador se alterna entre as várias propriedades das peças, sem chegar a uma unidade harmônica. Na opinião de Naves, na criação do artista há uma espécie de convívio cindido entre aspectos formais, que deveriam se apresentar unificados, gerando certo incômodo, ao mesmo tempo que expressa o que há de interessante de sua obra.

Em 2000, é publicado o livro Carlito Carvalhosa, pela editora Cosac & Naify, com textos de Rodrigo Naves, Alberto Tassinari e Lorenzo Mammì.

Sua instalação Sum of Days ocupa o átrio do The Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York, em 2011. Nela, uma estrutura de material translúcido pendurada no teto, formando um labirinto, oculta o espaço que a rodeia, permitindo a total imersão do espectador. Microfones no interior da escultura tocam o som ambiente gravado no dia anterior.

Na individual Precaução de Contato, de 2014, troncos (antigos postes de luz) parecem estar suspensos pelo apoio da parede, com a possibilidade de cair a qualquer momento. O olhar do espectador se perde em suas produções, não encontrando um ponto de apoio definitivo. Essa ambiguidade também se revela nas esculturas, cuja colocação no espaço sugere sempre uma posição precária, gerando um desconforto para o olhar. Carlito expõe também na coletiva Passado/futuro/presente: arte contemporânea brasileira no acervo do MAM, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), em São Paulo, em 2019.

Carlito Carvalhosa transfigura o objeto e a matéria, tanto na pintura como na escultura, desfazendo a tensão da ausência de forma e propiciando ao espectador um novo olhar sobre sua criação final.

Obras 15

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

A Bela Máquina

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica Humberto Pimentel/Itaú Cultural

Sem título

Óleo sobre papel
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Cera sobre madeira
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Esmalte sintético sobre papel

Exposições 193

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Exposições virtuais 1

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Mídias (1)

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Carlito Carvalhosa - Enciclopédia Itaú Cultural
O paulistano Carlito Carvalhosa afirma que pintar é lidar com demônios. “Quando você faz pintura, está mexendo com 400, 500 anos de tradição, não tem como escapar. Mas tem como levar isso de uma maneira que não seja com reverência, de forma ativa, que funcione”, acredita o artista. Segundo ele, a natureza dos materiais que utiliza, em sua maioria maleáveis, muitas vezes determina as características da criação, com interferências de elementos como a gravidade ou a maneira como o gesso e a cera se moldam. São todos elementos do acaso que, em sua opinião, estabelecem uma relação mais interessante do que a tentativa de deixar as peças totalmente ao natural, como se não tivessem passado por uma interferência. Entre seus trabalhos, Carvalhosa destaca a carga simbólica de pinturas realizadas sobre espelhos, suporte que potencializa os significados para muito além do reflexo do observador.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 14

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  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
  • CARLITO Carvalhosa. Tradução John Manuel Monteiro. Rio de Janeiro: Centro Cultural do Banco do Brasil, 1995.
  • CARLITO Carvalhosa. Versão em inglês Regina de Barros Carvalho, Jonathan Morris, John Manuel Monteiro. São Paulo: Cosac & Naify, 2000.
  • CARVALHOSA, Carlito. Carlito Carvalhosa. São Paulo: Gabinete de Arte Raquel Arnaud, 1994.
  • CARVALHOSA, Carlito. Carlito Carvalhosa. São Paulo: Paulo Figueiredo Galeria de Arte, 1989.
  • CARVALHOSA, Carlito. Carlito Carvalhosa: pintura com cera. São Paulo: Subdistrito Comercial de Arte, 1987.
  • CARVALHOSA, Carlito. Para uma atitude mais individualista. Arte em São Paulo, São Paulo, n.29, mar. 1985, .
  • CARVALHOSA, Carlito. Portfolio. São Paulo: Galeria Nara Roesler, [s.d.]. Disponível em: https://nararoesler.art/usr/library/documents/main/27/gnr-carlito-carvalhosa-portfolio.pdf. Acesso em: 14 maio 2021.
  • CASA 7. Tradução Barbara Gancia. São Paulo: Subdistrito Comercial de Arte, 1985.
  • CASA 7: pintura. São Paulo: MAC/USP, 1985.
  • LAGNADO, Lisette. Les Enfants terribles da Casa 7. Arte em São Paulo, São Paulo, n.30, maio 1985.
  • Morre Carlito Carvalhosa, renovador da pintura na Casa Sete e herdeiro minimalista. Folha de S. Paulo, São Paulo, 14 mai. 2021. Ilustrada. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/05/morre-carlito-carvalhosa-herdeiro-dos-ideais-plasticos-do-neoconcretista-oiticica.shtml. Acesso em: 14 mai. 2021.
  • PRECAUÇÃO de Contato: Carlito Carvalhosa. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 2014. Exposição realizada no período de 30 ago. a 18 out. 2014. Disponível em: https://nararoesler.art/exhibitions/44/. Acesso em: 14 maio 2021.
  • PÉREZ-ORAMAS, Luis. Obra de Carlito Carvalhosa é legado de longa duração da humanidade, diz ex-curador do MoMA Luis Pérez-Orama. O Globo, [s.l.], 14 maio 2021. Cultura. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/obra-de-carlito-carvalhosa-legado-de-longa-duracao-da-humanidade-diz-ex-curador-do-moma-luis-perez-orama-25017131. Acesso em: 14 maio 2021.

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