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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Paulo Monteiro

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 04.11.2021
1961 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica Iara Venanzi/Itaú Cultura

Sem Título, 1994
Paulo Monteiro
Guache sobre papel
100,00 cm x 70,00 cm
Acervo Banco Itaú

Paulo Bacellar Monteiro (São Paulo, São Paulo, 1961). Escultor, pintor, desenhista, gravador, ilustrador. Estuda na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, em 1980. Nessa época, faz também curso de gravura com Sérgio Fingermann (1953). Dois anos depois, forma, com Carlito Carvalhosa (1961), Fábio Miguez (1962), Nuno Ramos (1960) e Rodrigo Andrade...

Texto

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Biografia

Paulo Bacellar Monteiro (São Paulo, São Paulo, 1961). Escultor, pintor, desenhista, gravador, ilustrador. Estuda na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, em 1980. Nessa época, faz também curso de gravura com Sérgio Fingermann (1953). Dois anos depois, forma, com Carlito Carvalhosa (1961), Fábio Miguez (1962), Nuno Ramos (1960) e Rodrigo Andrade (1962), o grupo Casa 7. Além de pinturas e gravuras, desenvolve trabalhos tridimensionais. Ilustra os livros Camões e os Lusíadas; e Livros de Portugal, de Beatriz Berrini, e a capa do disco Vivendo e Não Aprendendo, do Grupo Ira.

Análise

No início da década de 1980, Paulo Monteiro, como outros artistas da Casa 7, realiza obras que apresentam afinidades com a produção dos neo-expressionistas alemães, na dramaticidade e na atmosfera sombria, e também fazem referências à obra do artista canadense Philip Guston (1913 - 1980). Monteiro, nessa época, pinta telas de grandes formatos, com fatura ampla, e tintas que escorrem. Como nota a crítica Aracy Amaral, o artista cria nos quadros profundidades ilusórias de interiores, com grande liberdade formal, unindo elementos de densidades diversas em telas estruturadas por excesso de camadas pictóricas.

Na década de 1990, realiza desenhos nos quais revela a admiração pela produção de Mira Schendel (1919 - 1988). Os traços se espalham pelo papel em percurso aparentemente disperso, escapando a qualquer previsibilidade gráfica. Nota-se um esforço do artista para estabelecer as linhas no papel, que se desenvolvem principalmente em suas margens. Como nota o crítico Alberto Tassinari, Paulo Monteiro dá a impressão de mobilizar mais força do que o necessário para realizar os desenhos. O artista carrega o traço, elevando sua potência a um limiar além do qual o gesto ameaça o suporte. Toda essa concentração de ação é expressa no papel. Monteiro não se deixa guiar por um desenho espontâneo, instintivo, mas reafirma com seu traço a vontade de registrar uma ação por inteiro, com seus acertos e desacertos.

O artista passa também a dedicar-se à escultura, inicialmente com obras de pequenas dimensões, criadas em argila e posteriormente fundidas em chumbo. Nelas, a matéria não é retirada ou acrescentada, mas apenas deslocada por gestos rigorosos. Cria formas irregulares, orgânicas, nas quais explora as rugosidades da superfície. Embora feitas de metais, suas esculturas têm um aspecto flexível e maleável. Algumas obras lembram máscaras ou fragmentos de corpos. Para o historiador da arte Rodrigo Naves, as esculturas revelam certa expansão, como se um núcleo interno presidisse uma dilatação imprevisível. Porém a impressão de movimento contrasta com o peso da própria matéria dessas obras, como se esse material fosse mais um empecilho do que uma condição para sua existência. Para Naves, do movimento do escultor ao manipular a argila surge uma estruturação, que, no entanto, realça a instabilidade do conjunto - a tendência a retornar ao aspecto informe original. Embora mantenham proximidade com obras de Claes Oldenburg (1929), as esculturas de Monteiro rejeitam a leveza e a ironia dos objetos da arte pop.

Para o historiador da arte Nelson Aguilar, o artista faz nas esculturas o elogio do poder construtivo do gesto ao enfrentar a inércia da argila com a menor manipulação possível. Esse duelo entre o vazio e a vontade é expressa em seus desenhos e pinturas, nos quais a vastidão do campo branco do papel e da tela tende a contrabalançar a força do grafite ou da tinta em sua superfície.

Obras 9

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Esmalte sintético sobre papel
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Chumbo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Chumbo

Exposições 127

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Fontes de pesquisa 20

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  • BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 18., 1985, São Paulo. 18ª Bienal Internacional de São Paulo. Curadoria Sheila Lerner. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1985. Catálogo geral.
  • CASA 7. Tradução Barbara Gancia. São Paulo: Subdistrito Comercial de Arte, 1985.
  • CASA 7: pintura. São Paulo: MAC/USP, 1985.
  • CINTRÃO, Rejane (Coord.). Arte brasileira sobre papel na coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Tradução Izabel Murat Burbridge. Apresentação Tadeu Chiarelli. São Paulo: MAM, 1999. [48] p., il. color.
  • ENTRE o desenho e a escultura. Apresentação Cacilda Teixeira da Costa e Milú Villela; tradução Alberto Dwek, Noemi Jaffe Cartum. São Paulo: MAM, 1995. 32p. il. color.
  • INFLUÊNCIAS póeticas: dez desenhistas contemporâneos, Amilcar de Castro e Mira Schendel. Rio de Janeiro: Paço Imperial, 1996. s.p. il.
  • JOÃO Sattamini/subdistrito. Texto Ruben Breitman. São Paulo: Casa das Rosas, 1992. 1 folha dobrada.
  • LAGNADO, Lisette. Les Enfants terribles da Casa 7. Arte em São Paulo, São Paulo, n.30, maio 1985.
  • MACUNAÍMA 89. Apresentação Iole de Freitas, Luíza Interlenghi, Lorenzo Mammì. Rio de Janeiro: Funarte. Instituto Nacional de Artes Plásticas, 1989. [108] p., il. p&b.
  • MATTOS, Armando (coord. ). Anos 80: o palco da diversidade. Curadoria Armando Mattos, Marcus de Lontra Costa. Rio de Janeiro: MAM, 1995.
  • MODERNIDADE: arte brasilieira do século XX. Prefácio Celso Furtado; apresentação Pierre Dossa; texto crítico Aracy Amaral, Roberto Pontual. Paris: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, 1988. 352 p.
  • MONTEIRO, Paulo. Paulo Monteiro. São Paulo: Marília Razuk Galeria de Arte, 1998. [16] p., il. color.
  • MONTEIRO, Paulo. Paulo Monteiro. São Paulo: Paulo Figueiredo Galeria de Arte, 1993. [16] p., il. p&b.
  • MONTEIRO, Paulo. Paulo Monteiro. São Paulo: Paulo Figueiredo Galeria de Arte: Marilia Razuk Galeria de Arte, 1994. Obras expostas na 22ª Bienal Internacional de São Paulo.
  • PRÊMIO Brasília de Artes Plásticas 1990. Brasília: Museu de Arte de Brasília, 1990.
  • SALÃO PAULISTA DE ARTE CONTEMPORÂNEA, 2., 1984, São Paulo, SP. 2º Salão Paulista de Arte Contemporânea. São Paulo: MIS : Paço das Artes, 1984.
  • SEMANA DE ARTE DE LONDRINA, 4., 1995, Londrina, PR. Arte brasileira: confrontos e contrastes. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 1995.
  • SILVEIRA, Dôra (Coord.). Espelho da Bienal. Curadoria Ruben Breitman; versão em inglês Jullan Smyth; texto Mário Pedrosa e Paulo Reis; apresentação Italo Campofiorito. Niterói: MAC-Niterói, 1998. [16] p., 11 cartões-postais.
  • TASSINARI, Alberto. Paulo Monteiro. Galeria: Revista de Arte, São Paulo, n. 21, p. 94, 1990.

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