Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Fabio Miguez

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 26.09.2018
1962 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica Arnaldo Pappalardo

Sem Título, 1984
Fabio Miguez
Esmalte sintético sobre papel
220,00 cm x 240,00 cm

Fábio Marques Miguez (São Paulo SP 1962). Pintor, gravador, fotógrafo. Em 1980, inicia curso de arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Nos dois anos seguintes também estuda gravura em metal com Sérgio Fingermann (1953). Entre 1983 e 1985, integra o ateliê Casa 7, juntamente com Carlito Carvalh...

Texto

Abrir módulo

Biografia

Fábio Marques Miguez (São Paulo SP 1962). Pintor, gravador, fotógrafo. Em 1980, inicia curso de arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Nos dois anos seguintes também estuda gravura em metal com Sérgio Fingermann (1953). Entre 1983 e 1985, integra o ateliê Casa 7, juntamente com Carlito Carvalhosa (1961), Nuno Ramos (1960), Paulo Monteiro (1961) e Rodrigo de Andrade (1962). No início, sua obra, realizada em grandes formatos, apresenta pinceladas amplas e cores fortes, uma fatura expressiva, que se aproxima da transvanguarda italiana e do neo-expressionismo. O artista passa a realizar, no fim dos anos 1980, telas abstratas carregadas de matéria pictórica, que tendem ao monocromatismo, utilizando tons rebaixados. Já nas telas produzidas a partir da metade dos anos 1990, os planos de fundo passam a ser frequentemente grandes áreas cinzas ou brancas, e o artista explora a diluição da tinta e a intensificação das cores. A fatura torna-se mais transparente. Paralelamente, o artista dedica-se à fotografia. Na série Deriva, realizada entre 1993 e 1994, apresenta paisagens de um canto de praia, nas quais os acidentes geográficos e os corpos sólidos são apresentados em meio a uma atmosfera enevoada.

Análise

Na metade da década de 1980, Fábio Miguez pinta paisagens que têm caráter quase abstrato. Como os outros artistas da Casa 7 - grupo do qual faz parte -, ele apresenta em sua obra pinceladas amplas e cores fortes, uma fatura expressiva, em grandes formatos, que se aproxima do neo-expressionismo. O artista produz, no fim dos anos 1980, telas abstratas carregadas de matéria pictórica, que tendem ao monocromatismo, utilizando tons rebaixados: marrom, cinza e preto. Como nota o crítico Roberto Pontual, essas obras são sóbrias, com poucos contrastes, fechadas no emaranhado de pinceladas, porém enérgicas no princípio de construção que ali tenta firmar-se. Posteriormente, usa uma gama cromática variada e luminosa.

Passa a explorar a diluição e a intensificação das cores em quadros nos quais os planos de fundo tornam-se frequentemente grandes áreas cinzas ou brancas, em telas da metade da década de 1990. A fatura é mais transparente e as tintas são mais diluídas. Em seus quadros apresenta áreas marcadas pela gestualidade aliadas a outras de caráter evanescente. Na opinião do historiador da arte Rodrigo Naves a produção de Miguez revela afinidade com a do artista holandês Bram van Velde, com suas áreas de cor matissianamente alegres e estrutura disforme e ameaçadora, além do diálogo com obras de Jorge Guinle (1947-1987).

Em pinturas exibidas a partir de 2001, as formas diluídas de suas telas são apresentadas juntamente com elementos geométricos, de cores mais intensas. Essas formas geométricas parecem flutuar em um plano acima daquele das manchas cromáticas. Miguez explora assim o espaço pictórico, construído por diferentes densidades de cor. Em algumas obras, emprega elementos de madeira colados aos quadros, que criam uma diferença de profundidade no espaço pictórico e reforçam a idéia da solidez dos elementos geométricos, em oposição a áreas onde as tintas são mais fluidas e a fatura mais rala e transparente.

O artista dedica-se também à fotografia. Na série Deriva, realizada entre 1993 e 1994, mostra paisagens de um canto de praia, nas quais os acidentes geográficos e os corpos sólidos estão em meio a uma atmosfera enevoada. Miguez explora as experiências óticas de aproximação e distanciamento, e da dissolução ou indefinição das superfícies. Pelo registro da neblina e do movimento das ondas do mar, destaca a instabilidade da paisagem, criando imagens que aparentam ser passageiras. Para o crítico Alberto Tassinari, essas fotografias indicam questões retomadas posteriormente pelo artista em seus quadros. Assim, as ondas ou a neblina são a forma que a instabilidade assume nas fotografias, e que nas pinturas são exploradas de diversas maneiras, por pares de oposição que não privilegiam nenhum de seus pólos: o definido e o indefinido, o aglomerado e o disperso, a indiferença e o contraste.

Obras 27

Abrir módulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Paisagem

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Sem Título

Óleo e cera sobre tela
Reprodução fotográfica Humberto Pimentel/Itaú Cultural

Sem Título

Mista sobre tela
Foto de Humberto Pimentel/Itaú Cultural

Sem Título

Óleo e cera sobre linho
Reprodução fotográfica Nelson Kon

Sem Título

Óleo e cera sobre tela

Exposições 138

Abrir módulo

Exposições virtuais 1

Abrir módulo

Mídias (1)

Abrir módulo
Fabio Miguez - Enciclopédia Itaú Cultural
Tudo cabe no universo de formas e cores do artista paulistano Fabio Miguez. Talvez herança dos tempos em que estudou Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) na década de 1980, seu trabalho apresenta uma lógica espacial que organiza combinações geométricas e cores muito ou pouco contrastantes. Expostas em galerias brasileiras e no exterior, as obras podem se espelhar, além da pintura, em objetos tridimensionais: “As coisas são construídas. A situação de jogo é que faz com que o trabalho não tenha uma forma definitiva, rígida. É quando as formas que já trabalho, recorrentes na pintura, aparecem em um jogo mais literal”, explica o artista, a exemplo das obras Valises (malas de mão), Baú e Ping-Pong, em que planos modulares abrem e fecham como caixas, formando diferentes composições na medida em que revelam ou ocultam tonalidades propostas pelo artista.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 18

Abrir módulo
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 18., 1985, São Paulo, SP. Expressionismo no Brasil: heranças e afinidades. São Paulo: Fundação Bienal, 1985.
  • BOUSSO, Vitória Daniela. Fábio Miguez. Galeria Revista de Arte, São Paulo, n. 26, pp.38-41, 1991.
  • BRASIL projects´90. Prefácio de Henry T. Hopkins. Apresentação de Sheila Leirner e Carmen Elisa Madlener dos Santos. Introdução de Adolfo V. Nodal. Los Angeles: Municipal Art Gallery; São Paulo: MASP, 1990.
  • CASA 7. Tradução Barbara Gancia. São Paulo: Subdistrito Comercial de Arte, 1985.
  • CASA 7: pintura. São Paulo: MAC/USP, 1985.
  • FABIO Miguez. Texto Rodrigo Naves. São Paulo: Paulo Figueiredo Galeria de Arte, 1988. [16] p.
  • JAÚ e arte: um compromisso. Apresentação Marcantônio Vilaça; texto Lorenzo Mammì, Márcio Doctors, Paulo Herkenhoff, Rodrigo Naves, Sônia Salzstein; tradução Lilian Camargo Veirano Astiz; fotografia Romulo Fialdini, Pedro Franciosi, Eduardo Brandão, Antonio Ribeiro, Sérgio Zalis, Lobo Lobato, Bob Wolfenson; projeto gráfico Noris Lisboa. São Paulo: Jaú Construtora e Incorporadora, 1989. [74] p., il. color.
  • MIGUEZ, Fábio. Fabio Miguez. Tradução José Paulo Paes, Izabel Murat Burbridge, Edmund Keely, Philip Sherrard. São Paulo: Marília Razuk Galeria de Arte, 1995.
  • MIGUEZ, Fábio. Fábio Miguez. Texto de Taisa Helena P. Palhares. São Paulo : Centro Universitário Maria Antônia : Marília Razuk Galeria de Arte, 2001.
  • NAVES, Rodrigo. A matéria da expressão. In: MIGUEZ, Fábio. Fabio Miguez. Texto Rodrigo Naves. São Paulo: Paulo Figueiredo Galeria de Arte, 1988. [16] p., il. color.
  • NAVES, Rodrigo. A proximidade do mundo. In: JAÚ e arte: um compromisso. Apresentação Marcantônio Vilaça; texto Lorenzo Mammì, Márcio Doctors, Paulo Herkenhoff, Rodrigo Naves, Sônia Salzstein; tradução Lilian Camargo Veirano Astiz; fotografia Romulo Fialdini, Pedro Franciosi, Eduardo Brandão, Antonio Ribeiro, Sérgio Zalis, Lobo Lobato, Bob Wolfenson; projeto gráfico Noris Lisboa. São Paulo: Jaú Construtora e Incorporadora, 1989. [74] p., il. color.
  • NAVES, Rodrigo. O Vento e o moinho: ensaios sobre arte moderna e contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 531 p., il. p&b.
  • NAVES, Rodrigo. O quanto possas. In: MIGUEZ, Fábio. Fabio Miguez. Tradução José Paulo Paes, Izabel Murat Burbridge, Edmund Keely, Philip Sherrard. São Paulo: Marília Razuk Galeria de Arte, 1995.
  • PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
  • SALZSTEIN, Sônia. Questao de materialidade. Guia das Artes, São Paulo: Casa Editorial Paulista, v.3, n.11, p.42-46, 1988.
  • SÉRGIO Sister, Fábio Miguez, Rodrigo de Castro. Texto de Tiago Mesquita. Minas Gerais: Celma Albuquerque Galeria de Arte, 2003.
  • TASSINARI, Alberto (org.). Fábio Miguez | Deriva. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
  • TASSINARI, Alberto. A conquista do quadro. In: MIGUEZ, Fábio. Fábio Miguez. São Paulo: Marília Rakuk Galeria de Arte, 1998.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: