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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Paulo Herkenhoff

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 08.08.2024
08.01.1949 Brasil / Espírito Santo / Cachoeiro de Itapemirim
Paulo Herkenhoff (Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, 1949). Curador, crítico de arte, artista. Atua em instituições nacionais e internacionais. Seu trabalho como curador envolve-se principalmente em ações estruturantes pelos locais em que atua. Preocupa-se na aquisição de obras para suprir lacunas dos acervos dos museus e criar diálogos en...

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Paulo Herkenhoff (Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, 1949). Curador, crítico de arte, artista. Atua em instituições nacionais e internacionais. Seu trabalho como curador envolve-se principalmente em ações estruturantes pelos locais em que atua. Preocupa-se na aquisição de obras para suprir lacunas dos acervos dos museus e criar diálogos entre a produção histórica e artistas contemporâneos. Nos últimos anos, tem se empenhado em aumentar a visibilidade de artistas negros.

Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), e com mestrado na mesma área, pela New York University, na juventude, Herkenhoff tem como ambição profissional seguir carreira na diplomacia. O interesse pela arte, entretanto, faz com que ele desista desse caminho. Frequenta o ateliê do pintor Ivan Serpa (1923-1973) entre 1970 e 1972, marcando a sua entrada no universo artístico.

No início de 1970, participa de exposições como a VII Jovem Arte Contemporânea, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP). Em 1974, realiza sua primeira individual na Central de Arte Contemporânea, apresentando “documentação de acontecimentos” e “(re) diagramações”, publicações com recortes de jornais e fotografias, que se misturam com desenhos seus. Neste ano, participa ainda do grupo pioneiro de artistas que realizam trabalhos de videoarte, apresentando vídeos na mostra Prospectiva/74, no MAC-USP. Convidado pelo curador uruguaio Angel Kalenberg (1936), Herkenhoff faz parte da representação brasileira na X Bienal de Paris em 1977.

Abandona a carreira como artista na década de 1980 para se dedicar à crítica e curadoria. Em 1985, assume a curadoria do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde fica até 1999. Sua gestão é marcada pela reestruturação da instituição após o incêndio que ocorreu em 1978, que destrói quase todo o seu acervo. Um dos marcos é a concessão em comodato da coleção de Gilberto Chateaubriand (1925-2022) de cerca de 4.000 obras, com ícones da história da arte brasileira, ao museu. A instituição também realiza exposições importantes como Transvanguarda e culturas nacionais, na qual participam artistas como Ivens Machado (1942-2015), Leonilson (1957-1993) e Tunga (1952-2016); e Experiência Neoconcreta, em 1991, que celebra os 30 anos do movimento Neoconcreto.

Na década de 1990, Herkenhoff internacionaliza sua carreira de crítico e curador. Atua como consultor da Coleção Cisneros, que preserva importantes obras da arte concreta brasileira, de artistas como Mira Schendel (1919-1988), Lygia Clark (1920-1988), Sérgio Camargo (1930-1990) e Willys de Castro (1926-1988), e da IX Documenta Kassel, na Alemanha. Entre 1999 e 2002, é curador adjunto no departamento de pintura e escultura do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), onde realiza, em 2002, a exposição coletiva Tempo, com a participação de artistas de diversos países. E, em 1997, faz a curadoria do Pavilhão Brasileiro na 47ª Bienal de Veneza.

No ano seguinte, assina a 24ª edição da Bienal de São Paulo (1998), que ficou conhecida como a Bienal Antropofágica. A partir do conceito de antropofagia, explorado pelo escritor Oswald de Andrade (1890–1954), no Manifesto Antropofágico (1928), o curador apresenta trabalhos de 254 artistas. Como Andrade sugeria devorar o que vinha de fora, assimilar outras culturas para criar uma nova; a mostra propunha uma reflexão sobre a história, trazendo trabalhos icônicos de artistas Piet Mondrian (1872–1944), Kasimir Malevitch (1878–1935), Salvador Dalí (1904–1989), e uma tentativa de enxergar como esse passado é processado nos trabalhos no presente. Segundo o curador, a Bienal ainda presta uma homenagem à cidade de São Paulo, que ganha destaque internacional como um símbolo de negociação de diferenças. 

Entre 2003 e 2006, Herkenhoff assume a curadoria do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. Em sua gestão, empenha-se na aquisição de obras para cobrir lacunas que havia no acervo e levantamento de fundos para realizar obras de infraestrutura. Herkenhoff participa também na criação de instituições — a exemplo do Museu de Arte do Espírito Santo, inaugurado em Vitória em dezembro de 1998, e o Museu de Arte do Rio (MAR), aberto em 2013, no qual atua como diretor até 2016.

Uma de suas principais preocupações como diretor da instituição carioca é trabalhar o setor educativo para aproximar o museu, principalmente, de estudantes da rede pública. Além do esforço para montar uma coleção de arte no MAR, o curador articula conjuntos de objetos que se relacionam com a cidade de maneira poética, como uma seleção de números zeros e de símbolos do infinito. Enquanto diretor do museu, Herkenhoff doa ainda para o museu sua coleção de livros de artistas.

Empenhar-se para reconstituir, aumentar ou iniciar uma coleção para as instituições cariocas onde trabalha faz parte de seu modo de gestão. Quem visita feiras de arte durante o período em que o curador está à frente de alguma instituição vê com frequência adesivos colados ao lado de obras de arte com a frase: "Doe ao MAR" ou "Doe aos MNBA" – um jeito direto e bem-humorado de conseguir novas obras para os acervos.

Como pesquisador e crítico, produz livros de artistas como Cildo Meireles (1948), Maria Leontina (1917-1984), Antonio Dias (1944) e Beatriz Milhazes (1960).  Nos últimos anos, ele empenha-se na ampliação da participação de artistas não-brancos nas coleções dos grandes museus. Ao curar a exposição Modos de Ver o Brasil: 30 anos do Itaú Cultural, com colaboração dos curadores Thaís Rivitti (1978) e Leno Veras (1986), por exemplo, sugere à instituição a aquisição de trabalhos de 48 artistas negros. Para Paulo, é importante que críticos e historiadores estudem e valorizem trabalhos a obra desses artistas que geralmente estão à margem do sistema. 

Trabalhando com diferentes formas de pensar a arte, Paulo transita do fazer artístico para a curadoria e produção de pensamento crítico, contribuindo para o reconhecimento de artistas e movimentos na cena artísitca nacional e nos acervos de importantes instituições.

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