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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Aldemir Martins

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 31.01.2024
08.11.1922 Brasil / Ceará / Ingazeiras
05.02.2006 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Cangaceiro, 1973
Aldemir Martins
Acrílica sobre tela
130,00 cm x 114,00 cm

Aldemir Martins (Ingazeiras, Ceará, 1922 – São Paulo, São Paulo, 2006). Pintor, gravador, desenhista, ilustrador. Reconhecido pela produção figurativa amplamente difundida nos meios de comunicação, Aldemir Martins recorre a um repertório formal constantemente retomado, no qual se destacam: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas fi...

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Aldemir Martins (Ingazeiras, Ceará, 1922 – São Paulo, São Paulo, 2006). Pintor, gravador, desenhista, ilustrador. Reconhecido pela produção figurativa amplamente difundida nos meios de comunicação, Aldemir Martins recorre a um repertório formal constantemente retomado, no qual se destacam: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas figuras de cerâmica popular; gatos, realizados com linhas sinuosas; e ainda flores e frutas.

Começa a desenhar no Colégio Militar de Fortaleza, que frequenta desde 1934. Na década de 1940, trabalha como artista na capital cearense, ao mesmo tempo que busca atualizar o então incipiente meio artístico da cidade. No princípio da carreira, em 1941, ajuda a criar o Centro Cultural de Belas Artes (CCBA), com Mario Baratta (1915-1983), Antonio Bandeira (1922-1967), Raimundo Cela (1890-1954) e Inimá de Paula (1918-1999). O grupo monta um espaço para exposições permanentes e organiza salões e cursos de arte. Três anos depois, a instituição passa a se chamar Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Martins produz desenhos, xilogravuras, aquarelas, pinturas e colabora, a partir de 1943, como ilustrador na imprensa cearense.

Em 1945, segue para o Rio de Janeiro com Antonio Bandeira e Inimá de Paula. Na cidade, participa de uma coletiva de artistas cearenses na Galeria Askanasy, organizada pelo pintor suíço Jean-Pierre Chabloz (1910-1984). No ano seguinte, muda-se para São Paulo, onde realiza sua primeira exposição individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e retoma a carreira de ilustrador. Entre 1949 e 1951, frequenta os cursos do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e se torna monitor da instituição. Lá estuda história da arte com Pietro Maria Bardi (1900-1999) e gravura com Poty Lazzarotto (1924-1998). Durante o curso, produz o álbum de gravuras Cenas da seca do Nordeste, com prefácio de Rachel de Queiroz (1910-2003). Os trabalhos revelam a importante influência de Candido Portinari (1903-1962) tanto no tratamento do tema como no traço de Martins. Em 1951, faz desenhos de paus-de-arara, rendeiras e cangaceiros, trabalho que no mesmo ano recebe o prêmio aquisição para desenho na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.

Dois anos mais tarde, realiza o cenário da peça Lampião, de Rachel de Queiroz. Em 1956, é premiado como melhor desenhista internacional na 28ª Bienal de Veneza e expõe em diversas partes do mundo. Em 1959, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna e permanece por dois anos na Itália. Na década de 1960, trabalha muito com arte aplicada a objetos comerciais. Em 1962, cria cenário para o 1º Festival da MPB, produzido pela TV Record, e elabora estampas para tecidos da Rhodia Têxtil. Faz ilustrações dos aparelhos de jantar da série Goyana de Cora. A partir da segunda metade dos anos de 1960, cria esculturas de cerâmica e acrílico, além de joias em ouro e prata. Em 1969, ilustra bilhetes de loteria. Seis anos mais tarde, cria a imagem de abertura da telenovela Gabriela, da Rede Globo. Em 1981, repete a experiência na abertura da telenovela Terras do sem fim.

É pelo diálogo com o popular, pela encarnação de arquétipos da brasilidade com seus tipos e temas e pelo uso de linhas fortes e cores vibrantes do imaginário nacional que a obra de Aldemir Martins se projeta com destaque na cultura brasileira.

Obras 36

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Cangaceiro

Acrílica sobre tela
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Caranguejo

Litografia
Reprodução Fotográfica Autoria Desconhecida

Cardeal

Acrílica sobre tela

Espetáculos 1

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Exposições 476

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Mídias (1)

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Aldemir Martins - Enciclopédia Itaú Cultural
Intuitivo e autodidata, Aldemir Martins se inspira na paisagem e na cultura sertanejas para compor sua obra. “Repórter da vida”, segundo sua própria definição, o artista retrata cangaceiros, galos, gatos e a vegetação do interior em suas telas, desenhos e gravuras. “Eu gosto demais do sertão. Sou filho de sertanejo, vivia no sertão, fui criado no sertão”, conta. Outra paixão tipicamente brasileira que aparece em seu trabalho é o futebol. Antes de se dedicar à arte, Martins trabalhou como pintor no Exército brasileiro. “Fui cabo pintor concursado”, relembra. Pintava as viaturas com pistolas de tinta. “No meu tempo, não tinha escola nem a profissão. A profissão foi criada por nós: eu, Marcelo [Grassmann], [Luiz] Sacilotto criamos esse negócio de ser pintor.”

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 34

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  • 100 obras Itaú. São Paulo: Itaugaleria, 1985.
  • 100 obras-primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura. Curadoria Marta Rossetti Batista. São Paulo: IEB, 1993.
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • 19 Pintores. São Paulo: MAM, 1978. 40p. il. color.
  • ALDEMIR Martins: linha, cor e forma. Edição Emanoel Araújo; comentário Edwaldo Pacote. São Paulo: MWM-IFK, 1985. 245p. il. p.b. color. (Coleçao MWM-IFK).
  • ARTE e artistas plásticos no Brasil 2000. São Paulo: Meta, 2000.
  • ARTE erótica. Rio de Janeiro: MAM, 1993. 16 p., 13 il. p.b.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • ASSIS, Célia de (coord.). Monumentos urbanos: obras de arte na cidade de São Paulo. São Paulo: Prêmio, 1998.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
  • BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
  • BONATO, Mirella (coord.). São Paulo Gravura Hoje. Curadoria Alex Gama, Renina Katz, Maria Bonomi. Rio de Janeiro: Funarte, 1999.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • Disponível em: [http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u57508.shtml]. Acesso em: 06 fev. 2006. Folha Ilustrada
  • EXPOSIÇÃO de Artistas Brasileiros. Rio de Janeiro: MAM, 1952.
  • KLINTOWITZ, Jacob. Coleção Aldo Franco. Versão em inglês Carolyn Brisset. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 2000. (Coleções).
  • LEITE, José Roberto Teixeira. 500 anos da pintura brasileira. [S.l.]: Log On Informática, 1999. 1 CD-ROM.
  • LOUZADA, Júlio (org.). Arte brasileira contemporânea: inverno'98. São Paulo: Júlio Louzada, 1998.
  • LOUZADA, Maria Alice do Amaral. Artes plásticas Brasil 1999. São Paulo: Júlio Louzada, 1999. v. 11.
  • MARTINS, Aldemir. Aldemir Martins. Apresentação Lêdo Ivo. Rio de Janeiro: Realidade Galeria de Arte, 1981. [8 p.], il. p.b. color.
  • MARTINS, Aldemir. Aldemir Martins. Edição Roniwalter Jatobá; comentário José Alfredo O. V. Pontes, Roniwalter Jatobá. São Paulo: Eletropaulo, 1992. 93p. il. p.b. color.
  • MARTINS, Aldemir. Aldemir Martins. Paris: Espace Latino Americain, 1989. , il. color.
  • MARTINS, Aldemir. Aldemir Martins. São Paulo: Eletropaulo, 1992.
  • MARTINS, Aldemir. Aldemir Martins. São Paulo: Galeria de Arte André, 1987. 32 p., il. color.
  • MARTINS, Aldemir. Aldemir Martins. São Paulo: Galeria de Arte André, 1991. 32 p., il. color.
  • MARTINS, Aldemir. Aldemir Martins: natureza a traços e cores. Tradução Sol Biderman. São Paulo: Valoarte, 1989. 119 p. : il. color.
  • MOSTRA RIO GRAVURA, 1999, Rio de Janeiro. Mostra Rio Gravura: catálogo geral dos eventos. Tradução Stephen Berg. Rio de Janeiro: Prefeitura Municipal, 1999.
  • MUSEU Municipal de Arte: acervo. Curitiba: Museu Municipal de Arte, 1991.
  • NOVIS, Vera. Antonio Bandeira, um raro. Rio de Janeiro: Salamandra, 1996. 280 p., il. color.
  • PINACOTECA do Estado de São Paulo: 1970. Curadoria Carlos von Schmidt, Donato Ferrari, Paulo Mendes de Almeida, Delmiro Gonçalves. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1970. 12 p. Exposição realizada no período de dez. 1970 a fev. 1971.
  • POÉTICA da resistência: aspectos da gravura brasileira. Curadoria Armando Mattos, Denise Mattar, Marcus de Lontra Costa. Rio de Janeiro: MAM, 1994.
  • TRINCHEIRAS: arte e política no Brasil. Apresentação Helena Severo, M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: MAM, 1994. 16 p., il. p&b.
  • XILOGRAVURA: do cordel à galeria. São Paulo: Metrô, 1994.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

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