Aldemir Martins
![Cangaceiro, 1973 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000079003013.jpg)
Cangaceiro, 1973
Aldemir Martins
Acrílica sobre tela
130,00 cm x 114,00 cm
Texto
Aldemir Martins (Ingazeiras, Ceará, 1922 – São Paulo, São Paulo, 2006). Pintor, gravador, desenhista, ilustrador. Reconhecido pela produção figurativa amplamente difundida nos meios de comunicação, Aldemir Martins recorre a um repertório formal constantemente retomado, no qual se destacam: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas figuras de cerâmica popular; gatos, realizados com linhas sinuosas; e ainda flores e frutas.
Começa a desenhar no Colégio Militar de Fortaleza, que frequenta desde 1934. Na década de 1940, trabalha como artista na capital cearense, ao mesmo tempo que busca atualizar o então incipiente meio artístico da cidade. No princípio da carreira, em 1941, ajuda a criar o Centro Cultural de Belas Artes (CCBA), com Mario Baratta (1915-1983), Antonio Bandeira (1922-1967), Raimundo Cela (1890-1954) e Inimá de Paula (1918-1999). O grupo monta um espaço para exposições permanentes e organiza salões e cursos de arte. Três anos depois, a instituição passa a se chamar Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Martins produz desenhos, xilogravuras, aquarelas, pinturas e colabora, a partir de 1943, como ilustrador na imprensa cearense.
Em 1945, segue para o Rio de Janeiro com Antonio Bandeira e Inimá de Paula. Na cidade, participa de uma coletiva de artistas cearenses na Galeria Askanasy, organizada pelo pintor suíço Jean-Pierre Chabloz (1910-1984). No ano seguinte, muda-se para São Paulo, onde realiza sua primeira exposição individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e retoma a carreira de ilustrador. Entre 1949 e 1951, frequenta os cursos do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e se torna monitor da instituição. Lá estuda história da arte com Pietro Maria Bardi (1900-1999) e gravura com Poty Lazzarotto (1924-1998). Durante o curso, produz o álbum de gravuras Cenas da seca do Nordeste, com prefácio de Rachel de Queiroz (1910-2003). Os trabalhos revelam a importante influência de Candido Portinari (1903-1962) tanto no tratamento do tema como no traço de Martins. Em 1951, faz desenhos de paus-de-arara, rendeiras e cangaceiros, trabalho que no mesmo ano recebe o prêmio aquisição para desenho na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.
Dois anos mais tarde, realiza o cenário da peça Lampião, de Rachel de Queiroz. Em 1956, é premiado como melhor desenhista internacional na 28ª Bienal de Veneza e expõe em diversas partes do mundo. Em 1959, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna e permanece por dois anos na Itália. Na década de 1960, trabalha muito com arte aplicada a objetos comerciais. Em 1962, cria cenário para o 1º Festival da MPB, produzido pela TV Record, e elabora estampas para tecidos da Rhodia Têxtil. Faz ilustrações dos aparelhos de jantar da série Goyana de Cora. A partir da segunda metade dos anos de 1960, cria esculturas de cerâmica e acrílico, além de joias em ouro e prata. Em 1969, ilustra bilhetes de loteria. Seis anos mais tarde, cria a imagem de abertura da telenovela Gabriela, da Rede Globo. Em 1981, repete a experiência na abertura da telenovela Terras do sem fim.
É pelo diálogo com o popular, pela encarnação de arquétipos da brasilidade com seus tipos e temas e pelo uso de linhas fortes e cores vibrantes do imaginário nacional que a obra de Aldemir Martins se projeta com destaque na cultura brasileira.
Obras 36
Espetáculos 1
Exposições 476
Mídias (1)
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Links relacionados 2
Fontes de pesquisa 34
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- POÉTICA da resistência: aspectos da gravura brasileira. Curadoria Armando Mattos, Denise Mattar, Marcus de Lontra Costa. Rio de Janeiro: MAM, 1994.
- TRINCHEIRAS: arte e política no Brasil. Apresentação Helena Severo, M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: MAM, 1994. 16 p., il. p&b.
- XILOGRAVURA: do cordel à galeria. São Paulo: Metrô, 1994.
- ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.
Como citar
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ALDEMIR Martins.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa2273/aldemir-martins. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7