Poty Lazzarotto
![PM Serviço de Asfalto, 1944 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/005738001013.jpg)
PM Serviço de Asfalto, 1944
Poty Lazzarotto
Aquarela
17,80 cm x 26,70 cm
Acervo Fundação Poty Lazzarotto (Curitiba, PR)
Texto
Napoleon Potyguara Lazzarotto (Curitiba, Paraná, 1924 – Idem, 1998). Gravador, desenhista, ilustrador, muralista, professor. O artista possui extensa e eclética obra gráfica. No começo da carreira, cria diversas histórias em quadrinhos e ilustra livros de autores nacionais e estrangeiros. Grande propagador da gravura, atua como professor em diversas cidades brasileiras.
Muda-se para o Rio de Janeiro em 1942 e estuda pintura na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Frequenta o curso de gravura no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Em 1946, viaja para Paris, onde permanece por um ano. Estuda litografia na École Supérieure des Beaux-Arts, com bolsa do governo francês. No campo da litografia, destaca-se por fazer uma das primeiras apropriações artísticas conhecidas da litografia: pedras litográficas previamente usadas na impressão de rótulos industriais são retrabalhadas pelo artista, que preserva nelas os traços das gravações anteriores.
Em 1950, funda, ao lado de Flávio Motta (1923-2016), a Escola Livre de Artes Plásticas, na qual leciona desenho e gravura. Nessa época, organiza o primeiro curso de gravura do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) e, ao longo da década de 1950, estende-o para outras capitais brasileiras, como Curitiba, Salvador e Recife.
Desde os anos 1960 tem destaque como muralista, com diversas obras em edifícios públicos e particulares no país e no exterior. Tem relevante atuação como ilustrador de obras literárias, como as de Jorge Amado (1912-2001), Graciliano Ramos (1892-1953) e Euclides da Cunha (1808-1909). Sobre seu desenho, por vezes busca na estilização das formas o efeito da xilogravura. Entretanto, pode também se alternar entre a mancha e o traço, aproximando-se, por exemplo, da obra de Aldemir Martins (1922-2006) e de outros artistas da geração de 1940 e 1950.
Em 1968, é convidado pelos sertanistas Orlando Villas Boas (1914-2002) e Noel Nutels (1913-1973) para uma estada no Parque Nacional do Xingu, durante a qual realiza cerca de duzentos desenhos sobre os hábitos e costumes dos indígenas. Para a crítica de arte Nilza Procopiak, nesses trabalhos, o artista demonstra notável domínio da forma e da técnica, tanto na gradação entre as espessuras das linhas, como nos planos, nos contornos e na observação dos motivos geométricos presentes na cestaria e na cerâmica.
Poty dedica-se também à realização de obras monumentais em madeira, concreto e cerâmica. Seus murais, vitrais e painéis apresentam ampla relação com a atividade de gravador, principalmente pela aproximação da visualidade da xilogravura. Para o estudioso Orlando DaSilva (1923-2012), um elemento comum em sua produção é o vigor no traço dos desenhos, no corte decisivo e profundo tanto na madeira para a gravura, como na talha e nos murais.
É autor dos livros A propósito de figurinhas (1986) e Curitiba, de nós(1989), em parceria com Valêncio Xavier Niculitcheff (1933-2008). Executa diversos murais, como o da Casa do Brasil, em Paris, em 1950, e o painel para o Memorial da América Latina, em São Paulo, em 1988. A partir dos anos 1980 são lançadas várias publicações sobre sua produção: Poty ilustrador (1988), de Antônio Houaiss (1915-1999); Poty: trilhos, trilhas e traços (1994), de Valêncio Xavier Niculitcheff, e Poty: o lirismo dos anos 90 (2000), de Regina Casillo.
Poty Lazzarotto é um nome de destaque no panorama das artes visuais brasileira. Versátil, sua produção caminha entre a ilustração, a gravura, o mural, o painel e o vitral, além de sua atuação como professor, essencial para a divulgação da gravura no Brasil.
Obras 35
Exposições 230
Fontes de pesquisa 17
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- A NOVA flor de abacate / Os dissidentes: Grupo Guignard - 1943 / 1942. Rio de Janeiro: Galeria de Arte Banerj, 1986. [80p.], il. p.b.
- AFINIDADES II - Elas! Curitiba: Museu Oscar Niemeyer, 2022. Disponível em: https://www.museuoscarniemeyer.org.br/exposicoes/afinidades2. Exposição realizada no período de 26 out. 2022 a 28 mai. 2023. Acesso em: 19 mai. 2023.
- BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
- BRASIL Reflexão 97: a arte contemporânea da gravura. Curadoria Uiara Bartira. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1997.
- CASILLO, Regina de Barros Correia. Poty: o lirismo dos anos 90. Projeto gráfico Luiz Antonio Guinski; fotografia Marcos Campos; versão em inglês Anna Camati, Lucia Casillo. Curitiba: Solar do Rosário, 2000. 55 p., il. color.
- DASILVA, Orlando. Poty, o artista gráfico. Curitiba: Fundação Cultural Curitiba, 1980.
- GRAVURA brasileira: quatro temas. Curadoria e texto Nelson Augusto. Rio de Janeiro: Escola de Artes Visuais do Parque Lage, 1989.
- GRAVURA moderna brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes. Curadoria Rubem Grilo. Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1999.
- GRAVURA: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000.
- HOUAISS, Antonio. Poty Ilustrador. Curitiba: Centro Cultural IBM, Palacete Leão Jr., 1988.
- MARTINS, Carlos (Coord.). Acervo gravura: doações recentes 1982/1984. Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1984.
- NICULITCHEFF, Valêncio Xavier. Poty: trilhos, trilhas e traços. Apresentação Rafael Greca de Macedo. Curitiba: Prefeitura, 1994. 207 p., il. color, p&b.
- OS COLECIONADORES - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras. Curadoria Jacob Klintowitz. São Paulo: Centro Cultural FIESP, 1998.
- POTY e o livro. Curitiba: Museu de Arte do Paraná, 1997. folha dobrada, il. p.b. color.
- POTY. Poty Lazzaroto. Curitiba: Museu Metropolitano de Arte de Curitiba, 1994. 32 p., il. p&b color.
- POTY. Poty ilustrador 88. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1988. , il. p&b.
Como citar
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POTY Lazzarotto.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa1567/poty-lazzarotto. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7