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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Alex Cerveny

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 12.09.2024
05.11.1963 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica Sergio Guerini/Itaú Cultural

A Raposa e as Uvas, 2004
Alex Cerveny
Pintura sobre azulejo
108,00 cm x 108,00 cm
Acervo Banco Itaú

Alexandro Julio de Oliveira Cerveny (São Paulo, São Paulo, 1963). Desenhista, gravador, escultor, ilustrador, pintor, artista circense, arte-educador. Seu trabalho é marcado pelo uso de pequenos suportes e pela experimentação de variadas técnicas e materiais. Tem o primeiro contato com o universo da arte contemporânea aos 14 anos, trabalhando te...

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Alexandro Julio de Oliveira Cerveny (São Paulo, São Paulo, 1963). Desenhista, gravador, escultor, ilustrador, pintor, artista circense, arte-educador. Seu trabalho é marcado pelo uso de pequenos suportes e pela experimentação de variadas técnicas e materiais. Tem o primeiro contato com o universo da arte contemporânea aos 14 anos, trabalhando temporariamente no estúdio-fábrica de Nelson Leirner (1932-2020).

Artista de formação ampla e independente, estuda desenho e pintura com Valdir Sarubbi (1939-2000), de 1978 a 1982, ano em que passa a frequentar também o curso livre de litografia de Odair Magalhães (1949-1991), na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Entre 1982 e 1986, dedica-se a estudar gravura em metal e técnicas de impressão com Selma Daffré (1951). Na mesma época, torna-se aluno da Academia Piolin de Artes Circenses e, em seguida, passa a integrar o Circo Escola Picadeiro.

Ainda na década de 1980, inicia seu trabalho como arte-educador, lecionando gravura em metal no Paço das Artes, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Mais tarde, em 2002, entra para o Projeto Periferia São Paulo, atuando como professor de escultura em bronze. Durante oito anos, participa também de um projeto educacional da Fundação Vale do Rio Doce, ministrando oficinas de cultura para alunos e professores da rede pública de ensino no Pará, Maranhão, Espírito Santo e Minas Gerais.

Ao longo de sua trajetória artística, realiza várias exposições individuais no Brasil e no exterior, além de participar de mostras importantes, como a 21a Bienal Internacional de São Paulo (1991) e a Viva Brasil Viva (1991), em Estocolmo, Suécia, entre outras feiras de arte contemporânea nos Estados Unidos e na Europa. Em 1991, ganha o Prêmio Secretaria da Cultura, concedido pelo estado de São Paulo, e, em 1995, o Prêmio Aquisição Price Waterhouse do Brasil.

Um lugar de destaque é reservado também às suas ilustrações, que integram diversos livros, como Vejam como eu sei escrever (2001), de José Paulo Paes (1926-1998), e Pindorama (2003), de Sandra Peres (1963) e Luiz Tatit (1951), além de estamparem durante anos as páginas da coluna de Barbara Gancia (1957) na Folha de S.Paulo. Sua produção é apresentada na mostra Alex Cerveny: Desenhos de Ilustração, realizada em 2005 na Estação Pinacoteca, em São Paulo.

Seu trabalho com gravuras alude a um universo fantástico, em que se misturam personagens bíblicos ou mitológicos, crustáceos, torres e outros espaços. Elementos importantes são inscrições e grafismos, associados ao trabalho cuidadoso com o claro-escuro, como na água-forte Mércúrio (1986). Em seus desenhos e aquarelas predomina uma narrativa intimista, inspirada em imagens do cotidiano e em personagens extraídos da literatura e do universo da cultura de massa. Sua obra é repleta de referências pessoais, como a sua vivência de artista circense, presente nas inúmeras figuras retorcidas e elásticas constantes em seus desenhos. 

Como nota o crítico Marcelo Araújo, as imagens ingênuas provenientes de histórias em quadrinhos, misturadas a figuras de santos e anjos, encontram-se sempre em tensão com as sofisticadas texturas da aquarela e os elaborados elementos arquitetônicos que estruturam as composições. 

A obra do artista é marcada pela variedade de técnicas e materiais, compreendendo ainda bordados, colagens, cerâmicas e fotografias. Entre as mais recentes, encontram-se ainda esculturas de pequenas dimensões, trazendo para o plano tridimensional as figuras que até então povoavam sua produção gráfica. Com vastas camadas de referências e sofisticada sensibilidade contemporânea, Alex Cerveny produz uma obra esmerada e inovadora no que diz respeito à forma, além de atentar a questões importantes da realidade brasileira, relacionadas à cultura, à política, à ecologia e à história.

Obras 3

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Reprodução fotográfica Sergio Guerini/Itaú Cultural

A Raposa e as Uvas

Pintura sobre azulejo

Exposições 259

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Mídias (1)

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Alex Cerveny - Enciclopédia Itaú Cultural
Alex Cerveny gosta de se colocar mais como cronista do que como artista: “Invento histórias e coleto ideias de situações da vida cotidiana para contá-las”, explica ele. Isso se revela em seu trabalho como ilustrador de jornais - ele criou desenhos para as colunas de Carlos Heitor Cony, Joyce Pascowitch e Barbara Gancia no jornal “Folha de S.Paulo” -, função na qual ele tem de lidar com a urgência do “fechamento” das edições - ou de livros, suporte cujo processo é mais demorado e, segundo ele, há grande expectativa, seja do editor, do projeto pedagógico ou do escritor. “A ilustração é um departamento da arte combinado com um jeito de se relacionar com os outros e o mundo”, acredita. Cerveny transita ainda pela pintura e o desenho, tornando-os atividades complementares. “Quando a pintura está em processo e não consigo terminá-la, vou para o desenho para tentar encontrar um caminho para resolver essa pintura”, descreve.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 14

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  • ALEXANDRO Júlio de Oliveira Cerveny. Guia das Artes. Disponível em: https://www.guiadasartes.com.br/alexandro-julio-de-oliveira-cerveny/principais-obra. Acesso em: 1 ago. 2023.
  • ARAÚJO, Olívio Tavares. Alex Cerveny. Galeria Revista de Arte, São Paulo, n. 5, pp.43-44, 1987.
  • ARTE e artistas plásticos no Brasil 2000. São Paulo: Meta, 2000.
  • ARTE gravura hoje. São Paulo: Paço das Artes, 1990. [20 p.], 5 il. p.b. color.
  • BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
  • BRASIL Reflexão 97: a arte contemporânea da gravura. Curadoria Uiara Bartira. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1997.
  • CERVENY, Alex. Alex CERVENY. Belo Horizonte: Celma Albuquerque Galeria de Arte, 2000. [4] p., il. color.
  • CERVENY, Alex. Alex Cerveny. Texto Luiz Henrique Horta. Belo Horizonte: Celma Albuquerque Galeria de Arte, 2000. [4] p., il. color.
  • CERVENY, Alex. Corpo e mente. São Paulo: Valu Oria Galeria de Arte, 1996. s.p., il., figs.
  • CERVENY, Alex. Trabalhos recentes. São Paulo: Valu Oria Galeria de Arte, 1999. 16 p., il. color.
  • CERVENY, Alex. [Currículo]. Enviado pelo artista em: setembro de 2012.
  • CERVENY, Alex; RISMONDO, Margarete (Org.). Dessins. Paris: Espaçe Culturel D'Ambassade du Brèsil, 1993.
  • CHIARELLI, Tadeu (org). Alegoria. São Paulo: MAM, [2002].
  • POÉTICA da resistência: aspectos da gravura brasileira. Curadoria Armando Mattos, Denise Mattar, Marcus de Lontra Costa. Rio de Janeiro: MAM, 1994.

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