José Rufino
![Sem Título, 1989 / 2002 [José Rufino]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/010794001019.jpg)
Sem Título, 1989
José Rufino
Técnica mista sobre envelope
18,00 cm x 15,50 cm
Coleção João Marino
Texto
Biografia
José Augusto Costa de Almeida (João Pessoa, Paraíba, 1965). Artista visual e professor. Faz curso de iniciação às artes plásticas na Coordenação de Extensão Cultural da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no final década de 1970, e, no começo de 1980, cursa geologia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
No final da década, publica poesias em coletâneas e em jornais do Recife e de João Pessoa, mudando-se para São Paulo em 1990, onde faz pós-graduação em paleontologia na Universidade de São Paulo (USP). Volta para o Recife em 1992 e ministra aulas de paleontologia na UFPE. No mesmo período, interessa-se por poesia, poesia visual e arte postal, integrando mostras no Brasil e no exterior, em países como Argentina, México, Romênia e Portugal. Em sua obra, utiliza elementos carregados de memória, oriundos sobretudo de seu legado familiar, como documentos, cartas e mobiliário.
Produz instalações, desenhos, objetos e também se envolve com a linguagem cinematográfica, realizando curtas-metragem. Em 2006, participa do curta Gravidade como diretor de arte. Integra reconhecidas mostras no país, participando da 25ª Bienal Internacional de São Paulo e recebendo a Bolsa Vitae de Apoio à Cultura (2000) e a Bolsa Funarte de Criação Literária (2010).
Análise
As obras de José Rufino com frequência são formadas com base na articulação de objetos recolhidos de seu legado familiar. Com móveis, documentos, cartas e fotografias, essas obras parecem partir do colecionismo e de uma revisão de sua história, com a qual o artista enfeixa as bases de seus interesses e de seu imaginário, assinalando, na figura de seus pais, um ativismo político ligado ao comunismo e, na figura de seu avô - de quem, aliás, ele empresta o pseudônimo José Rufino -, um passado oligárquico do Nordeste, ligado aos engenhos.
Em Cartas de Areia (1989), utiliza-se de cartas e documentos endereçados a seu avô até os anos 1950 como suportes de pinturas e desenhos, fazendo aderir a esses objetos memórias de infância e lembranças de jogos infantis. Os objetos recolhidos entre os pertences de família começam a ser articulados de modo a se expandir em instalações que apresentam conjuntos de móveis e objetos semiabertos, de cujas portas, gavetas e orifícios escapam materiais de toda sorte, articulando-se pelos espaços expositivos, o que às vezes cria figurações com teor surrealista, como em Incertae Sedis 1, de 2005, em que um móvel parece ter criado raízes. Ao lado de imagens com enraizamento ou ligação orgânica entre elementos diversos, vitrines e dispositivos de apresentação e catalogação perpassam toda a obra, sempre voltada a discussões sobre projeções da memória.
Obras 13
Incertae Sedis
Jogo Fenotípico
Memento Mori
Nostrum spiritus rebellis. Nostrum spiritus domitus
Plasmatio
Exposições 125
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19/12/1992 - 2/2/1991
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1992 - 1992
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11/2/1993 - 28/3/1993
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2/12/1995 - 31/1/1994
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 24
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- CANTON, Katia. Novíssima arte brasileira: um guia de tendências. São Paulo: Iluminuras, 2001. 700.981 C232n
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- WERNECK, Sylvia. De dentro para fora: a memória do local no mundo global. Edição bilíngue. Tradutora: Sylvia Werneck Quartim Barbosa. Porto Alegre: Zouk, 2011.
Como citar
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JOSÉ Rufino.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa10614/jose-rufino. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7