Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Hilal Sami Hilal

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 23.09.2021
24.07.1952 Brasil / Espírito Santo / Vitória
Reprodução fotográfica Ira Venanzi/Itaú Cultural

Sem Título, 2011
Hilal Sami Hilal
Cobre e papel de fibra de algodão
141,50 cm x 115,50 cm

Hilal Sami Hilal (Vitória ES 1952). Artista multimídia. Cursa artes plásticas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em Minas Gerais, nos Festivais de Inverno de Ouro Preto de 1973 e 1974, estuda gravura em metal. Em 1977, um ano depois de se formar, começa a dar aulas na universidade e a pesquisar o papel artesanal. Em 1981, vai ao F...

Texto

Abrir módulo

Hilal Sami Hilal (Vitória ES 1952). Artista multimídia. Cursa artes plásticas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em Minas Gerais, nos Festivais de Inverno de Ouro Preto de 1973 e 1974, estuda gravura em metal. Em 1977, um ano depois de se formar, começa a dar aulas na universidade e a pesquisar o papel artesanal. Em 1981, vai ao Festival de Inverno de Diamantina, em Minas Gerais, para estudar as artes da fibra, e viaja ao Japão para se aperfeiçoar na técnica do papel. Em 1984, participa do 15º Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e da mostra Papéis do Papel, na Fundação Nacional de Arte - Funarte, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, tem sua primeira individual na Galeria Usina, em Vitória. Em 1996, deixa de dar aulas para dedicar-se apenas à sua produção artística e toma parte da Mostra Brasil: Papel Feito à Mão, no Equador. No ano seguinte, expõe no 25º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP, e em coletivas na Índia e no Líbano. O trabalho toma então a forma de um rendilhado e ele o mostra na Alemanha, nos Estados Unidos, na Espanha e na França. Em 2002, recebe o prêmio do júri na 8ª Bienal Paper Art, Turbulenzen in Papier, em Düren, Alemanha. Em 2007, faz no Museu Vale, em Vitória, uma grande individual que depois é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ e no Sesc Pompeia. Também em 2007, participa da coletiva Radical Lace & Subversive Knitting, no Museum of Arts and Crafts, de Nova York.

A obra de Hilal Sami Hilal apresenta grande variedade de materiais e de significados. Hilal começa pintando aquarelas, mas logo passa a fabricar papel artesanal tendo como base uma pasta de algodão feita de roupas velhas de amigos e familiares. Os papéis são grossos e têm camadas, sugerindo uma arqueologia, mas se apresentam como pinturas, pois têm cores e profundidade. O crítico Casemiro Xavier de Mendonça (1947-1992) os chama de tapetes voadores1. Hilal entende que em seu trabalho o papel não é apenas um suporte.

Quando coloca a pasta de papel em uma bisnaga de confeiteiro, usando-a para desenhar, o papel se transforma em um rendilhado. Esse traçado lembra a caligrafia e a arquitetura árabes, que remetem à sua origem familiar. Os trabalhos que executa em folha de metal podem se constituir de superfícies autônomas, reunidas em livros, ou mesmo enroladas em uma bola. Ele desenha letras, números e nomes de pessoas sobre quadriculados e usa ácido para corroer as partes em branco. Ao sobrepor as folhas, o artista cria concavidades, ressaltando os espaços vazios.

O vazio tem grande importância também quando utiliza resina e outros materiais. Ele se faz presente em toda a obra. Hilal afirma que todo seu trabalho pode ser relacionado à morte do seu pai, ocorrida quando ele tem apenas 12 anos2. Pela arte, procura lidar com aquela ausência, reconstituindo essa figura. Sua exposição itinerante, iniciada em 2007 no Museu do Vale do Rio Doce, em Vila Velha, Espírito Santo, intitulada Seu Sami, é uma homenagem a seu pai.

Notas

1. HERKENHOFF, Paulo. In: HILAL, Hilal Sami. Seu Sami. Vila Velha: Museu Vale do Rio Doce, 2007, p. 38.

2. Ibidem, p. 80.

Obras 4

Abrir módulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Acrílica e papel artesanal sobre tela de polipropileno
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Grafite, pigmento, acrílica, acrylon e papel artesanal sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título

Grafite, gesso, pastel seco, acrílica, acrylon e papel artesanal
Reprodução fotográfica Ira Venanzi/Itaú Cultural

Sem Título

Cobre e papel de fibra de algodão

Exposições 93

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 8

Abrir módulo
  • FERREIRA, Glória (Org.). Crítica de arte no Brasil: temáticas contemporâneas. Rio de Janeiro: Funarte, 2006.
  • HILAL Sami Hilal. Porto Alegre: Galeria Tina Zappoli, 1988.
  • HILAL Sami Hilal: pinturas. Texto de Casimiro Xavier de Mendonça. Vitória: Galeria Usina, 1986.
  • HILAL, Hilal Sami. In: GALERIA MARILIA RAZUK. São Paulo, 2021. Disponível em: www.galeriamariliarazuk.com.br/artistas/hilal-sami-hilal/curriculo.
  • HILAL, Hilal Sami. Seu Sami. Texto Paulo Herkenhoff. Vila Velha: Museu Vale do Rio Doce, 2007. 124 p.
  • HIRSZMAN, Maria. Obra de Hilal Sami Hilal evoca a memória afetiva. O Estado de São Paulo, São Paulo, 1 jun. 2000. Caderno 2, D9.
  • MORAES, Angélica de. Hilal expõe obras em que mesclam Oriente e Ocidente. O Estado de São Paulo, São Paulo, 4 jun. 1998. Caderno 2, D7.
  • MORAIS, Frederico. Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: da Missão Artística Francesa à Geração 90: 1816-1994. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: