Jean Manzon

Café, 1950
Jean Manzon
Matriz - negativo
Texto
Biografia
Jean Manzon (Paris, França 1915 - Reguengos de Monsaraz, Portugal, 1990). Fotógrafo e cineasta. Jean Manzon inicia sua carreira atuando como repórter fotográfico da revista francesa Paris Soir. Em 1938, integra também a equipe da Match, periódico francês de grande tiragem. Viaja para o Brasil em 1940, fixa-se no Rio de Janeiro, onde atua em publicações dos Diários Associados, principalmente na revista O Cruzeiro, e depois na revista Manchete. É considerado por alguns estudiosos o responsável pela renovação do fotojornalismo brasileiro com a série de ensaios fotográficos que realiza para O Cruzeiro. Nessa publicação, seu trabalho está freqüentemente associado ao de David Nasser, responsável pela redação dos textos. Atua como cineasta a partir de 1952, realiza mais de 900 documentários nas quatro décadas subseqüentes, entre os quais se destaca L'Amazone, premiado com o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza, Itália, em 1966. Entre 1968 e 1972, retorna a Paris e assume nesse período a direção de Paris Match. É autor dos livros Mergulho na Aventura, 1950, em parceria com David Nasser; Flagrantes do Brasil, 1950; Brasil, 1952 (Mônaco); e Féerie Brésilienne, 1957 (Suíça), entre outros.
Análise
Jean Manzon inicia sua carreira como repórter fotográfico da revista francesa Paris Soir, integrando também a equipe que funda a revista Match, periódico francês de grande tiragem. Vem para o Brasil em 1940, estabelecendo-se no Rio de Janeiro, onde atua nas publicações dos Diários Associados, principalmente na revista O Cruzeiro, e posteriormente na revista Manchete. Em 1952, funda uma empresa cinematográfica, que realiza mais de 900 documentários.
Como nota a estudiosa Helouise Costa, Manzon implanta um novo modelo na revista O Cruzeiro. Em suas reportagens, introduz uma linguagem fotográfica decorrente de sua formação européia: ângulos de baixo para cima e vice-versa, tomadas oblíquas, ênfase em detalhes expressivos e uso intencional da cenografia. Seu trabalho está freqüentemente associado ao de David Nasser, responsável pela redação dos textos. Nas fotografias, em um primeiro olhar, destaca-se o caráter de encenação: as imagens são organizadas previamente, tudo parece cuidadosamente arquitetado. Na opinião da pesquisadora, o resultado, longe de ser um registro documental, coloca-se como um momento ideal. Manzon revela uma concepção de fotojornalismo ligada à idéia de montagem desenvolvida pelo cinema de vanguarda. Utiliza preferencialmente uma câmera Rolleiflex, que possibilita grande controle da composição e a marcação prévia do espaço. Apesar do caráter de encenação, suas fotografias são vistas como relatos de cunho realista.
Obras 15
Avenida Rio Branco
Café
Casal
Ciccilo Matarazzo sob Escultura de Maria Martins
Colhedora de Cana-de-Açúcar
Exposições 30
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22/5/1992 - 18/10/1992
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9/5/1995 - 9/6/1995
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6/7/1995 - 6/8/1995
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Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 5
- CARBONCINI, Anna (Coord.). Coleção Pirelli/ MASP de Fotografias: v. 5. São Paulo: MASP, 1995.
- COSTA, Helouise. Um olho que pensa: estética moderna e fotojornalismo. 1988. Tese (Doutorado) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo- FAU/USP. São Paulo, 1998, 2v.
- IMAGENES de Brasil: Coleção Pirelli Masp. Curadoria Fábio Magalhães. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, [199?].
- NARS, Edson Luiz. Um olhar sobre o Brasil pelas lentes de Jean Manzon: de JK a Costa e Silva. 1996. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista - Unesp, Araraquara, 1996.
- PEREGRINO, Nadja. O Cruzeiro: a revolução da fotorreportagem. Rio de Janeiro: Dazibao, 1991.
Como citar
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JEAN Manzon.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa22089/jean-manzon. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7