Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
![Guerra I, s.d. [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000466047013.jpg)
Guerra I
Carlos Scliar
Têmpera a ovo, encerada sobre tela
47,50 cm x 65,50 cm
Texto
Histórico
Com uma coleção de cerca de 16 mil peças, o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) no Rio de Janeiro apresenta-se como o principal museu de arte brasileira, notadamente no que diz respeito à produção do século XIX. Criado por iniciativa do ministro Gustavo Capanema (1900-1985) em 1937, e inaugurado em 1938 pelo presidente Getúlio Vargas (1882-1954), o MNBA tem origem na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), antiga Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). Pelo Decreto-Lei nº 378, de 13 de janeiro de 1937, a coleção de obras da Enba passa a constituir o núcleo principal da coleção do novo museu. O acervo inicial é formado pelas 54 obras que Joachim Lebreton (1760-1819) traz para o Brasil em 1816 como chefe da Missão Artística Francesa; por trabalhos dos professores e artistas franceses que formam a Missão, entre eles Nicolas Antoine Taunay (1755-1830) e Debret (1768-1848); peças da coleção pessoal de dom João VI (1767-1826); obras adquiridas ao longo do século XIX em salões e exposições anuais da Aiba e doações de artistas.
Desde sua fundação, o MNBA ocupa o edifício de estilo eclético construído entre 1906 e 1908, por Adolfo Morales de los Rios (1858-1928), para abrigar a Enba, na avenida Rio Branco. Divide espaço com os cursos da escola até 1976, quando esses são finalmente transferidos para a Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O espaço é ocupado pela Fundação Nacional de Arte (Funarte), que deixa o prédio em 1995. Em 1982, as instalações do museu são restauradas.
Enriquecida ao longo dos anos com importantes aquisições e doações, atualmente sua coleção abarca pintura, escultura, desenho, gravura de artistas nacionais e estrangeiros, além de significativa coleção de arte popular brasileira, africana, decorativa, medalhas e mobiliário. Do conjunto de obras, 80% é constituído por obras sobre papel. A coleção de gravuras do museu é uma das mais importantes do país por mostrar um panorama histórico significativo, com trabalhos de Carlos Oswald (1882-1971), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Lívio Abramo (1903-1992), Lasar Segall (1891-1957), Maria Bonomi (1935), Fayga Ostrower (1920-2001) entre outros, e de matrizes xilográficas de Oswald e Goeldi. No plano internacional, destacam-se as gravuras de Rembrandt van Rijn (1606-1669), Honoré Daumier (1808-1879), Piranesi, Turner, Pablo Picasso (1881-1973) e Joán Miró (1893-1983). A coleção de desenhos apresenta trabalhos de mestres do século XIX como Grandjean de Montigny (1776-1850), Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879), Zeferino da Costa (1840-1915), Henrique Bernardelli (1858-1936), Rodolfo Bernardelli (1852-1931), Rodolfo Amoedo (1857-1941), Victor Meirelles (1832-1903) e Eliseu Visconti (1866-1944), e de artistas modernos e contemporâneos como Anita Malfatti (1889-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Djanira (1914-1979), Gregório Gruber (1951) e Anna Maria Maiolino (1942).
Na coleção de pintura sobressaem seções específicas como maneirismo e barroco, do século XVI ao XVIII; pinturas holandesas e flamengas dos séculos XV, XVI e XVII, incluindo as oito paisagens brasileiras do artista holandês Frans Post (1612-1680); o núcleo de pintura internacional do século XIX com a maior coleção brasileira do pintor francês pré-impressionista Eugène Louis Boudin (1824-1898). No âmbito da pintura nacional ou produzida no Brasil, apesar de forte ser o oitocentista, há pinturas representativas tanto do período colonial - com obras de Leandro Joaquim (ca.1738-ca.1798) e Manuel Dias de Oliveira (1764-1837) - quanto do século XX. Entre as telas do século XIX que se destacam estão o Retrato de Dom João VI (1817) de Debret; Batalha dos Guararapes (1875/1879) e Primeira Missa no Brasil (1860) de Victor Meirelles; Batalha do Avaí (1877/1879) de Pedro Américo (1843-1905); Caipiras Negaceando (1888) de Almeida Júnior (1850-1899). Há paisagens de Castagneto (1851-1900) e Caron (1862-1892) e obras de Eliseu Visconti. A parte moderna é representada, entre outros, por Tarsila do Amaral (1866-1973), Guignard (1896-1962), Maria Leontina (1917-1984), Candido Portinari (1903-1962), Ivan Serpa (1923-1973), Iberê Camargo (1914-1994); e nomes mais contemporâneos como Paulo Pasta (1959), Eduardo Sued (1925) e Jorge Guinle (1947-1987).
A seção de escultura contém o menor número de obras. Inicia-se por incentivo de Rodolfo Bernardelli, diretor da Enba no final do século XIX. É dele a maioria das obras: 250 esculturas e gessos doados por seu irmão, após sua morte. Na década de 1990, o museu recebe doação de 31 trabalhos de escultores modernos e contemporâneos, entre eles Auguste Rodin (1840-1917), Iole de Freitas (1945), Rubem Valentim (1922-1991), Farnese de Andrade (1926-1996), Franz Weissmann (1911-2005) e Amilcar de Castro (1920-2002).
Obras 367
A Bacante
A Caminho do Curral
A Carioca
A Copa
Espetáculos 1
-
6/8/1999 - 29/8/1999
Exposições 345
Links relacionados 2
Fontes de pesquisa 3
- ACERVO Museu Nacional de Belas Artes. Apresentação Edemar Cid Ferreira, Heloisa Aleixo Lustosa; tradução Isa Mara Lando, Owen Beith, Stanley Heilbrun. São Paulo: Instituto Cultural Banco Santos, 2002. 284 p., il. color.
- CHILVERS, Ian (org.). Dicionário Oxford de arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
- O MUSEU Nacional de Belas Artes. Prefácio Alcídio Mafra de Souza; edição Alcídio Mafra de Souza. São Paulo: Banco Safra, 1985. 396 p., il. p&b color. (Banco Safra).
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
MUSEU Nacional de Belas Artes (MNBA).
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/instituicao16694/museu-nacional-de-belas-artes-mnba. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7