Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Fayga Ostrower

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 16.02.2024
14.09.1920 Polônia / a definir / Lódz
13.09.2001 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Clausen Bonifácio/Itaú Cultural

Sem Título, 1980
Fayga Ostrower
Litografia
70,00 cm x 89,00 cm

Fayga Perla Ostrower (Lodz, Polônia, 1920 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001). Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, ceramista, escritora, teórica da arte, professora. Precursora da abstração na técnica da gravura, exerce também importante atividade como educadora e escritora. 

Texto

Abrir módulo

Fayga Perla Ostrower (Lodz, Polônia, 1920 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001). Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, ceramista, escritora, teórica da arte, professora. Precursora da abstração na técnica da gravura, exerce também importante atividade como educadora e escritora. 

Vem para o Brasil em 1934 e se estabelece no Rio de Janeiro. Cursa artes gráficas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 1947, onde estuda xilogravura com o pintor austríaco Axl Leskoschek (1889-1975) e gravura em metal com ítalo-brasileiro Carlos Oswald (1882-1971)

Na década de 1940, realiza gravuras figurativas, de linguagem expressionista e cubista, como ocorre em Lavadeiras (1947), tratando frequentemente de temas sociais. Nas várias gravuras com o tema  da maternidade, os traços são delicados, com delineamento bastante sintético das figuras. A artista realiza também ilustrações para periódicos e livros. Trabalha tanto com gravura em metal quanto com xilogravura, técnica que prevalece durante sua primeira individual, em 1948.

A partir de 1953, a artista abandona a figuração e volta-se para o abstracionismo. Como aponta o crítico Antônio Bento (1902-1988), nas gravuras da artista os elementos formais assumem, por vezes, caráter arquitetônico, pela ordenação que ela imprime às linhas, aos ritmos e às cores. O jogo harmônico de planos coloridos verticais e horizontais estabelece contraponto aos efeitos cromáticos. 

Em 1955, viaja para Nova York como bolsista da Fulbright Comission, trabalha no Brooklyn Museum Art School e estuda gravura no Atelier 17, do artista britânico Stanley William Hayter (1901-1988). É agraciada com importantes premiações, como o Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo, em 1957, e o Grande Prêmio Internacional de Veneza, em 1958.  

A artista também tem longa trajetória como docente. Entre 1954 e 1970, leciona no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/SP). Ao longo dos anos de 1960, ministra aulas na Spellman College, Atlanta, nos Estados Unidos, e na Slade School da Universidade de Londres, na Inglaterra. Atua na pós-graduação de universidades brasileiras e procura expandir o alcance da arte, desenvolvendo cursos para operários e centros comunitários. 

Em suas gravuras, apresenta rigor expressivo e uso impactante da cor, que cria espacialidades luminosas, além de técnica apurada e questionamento incessante sobre a essência da criação artística. A partir da década de 1970, dedica-se à aquarela, nas quais retoma sugestões de paisagem e se revela mais lírica.

Em 1969, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro lança um álbum de gravuras realizadas entre 1954 e 1966. Atuando como escritora e teórica da arte, publica livros sobre questões de arte e criação artística, entre eles Criatividade e processos de criação (1978), Universos da arte (1983), Acasos e criação artística (1990) e A sensibilidade do intelecto (1998).  

Em 1983, é realizada no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) a retrospectiva dos quarenta anos de sua obra gráfica e, em 1995, a exposição Gravuras 1950-1995, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro. Em 2001 é lançado pela GMT Editora o livro Fayga Ostrower, organizado por Carlos Martins.

Fayga Ostrower explora a expressão artística de diferentes formas e ângulos. Como gravadora e pintora, desenvolva a temática social e a linguagem abstrata com rigor técnico e apuro no uso das cores e, por meio da educação e da escrita, tematizou o processo de criação e buscou ampliar o acesso à arte.

Obras 27

Abrir módulo
Reprodução fotográfica Pedro Oswaldo Cruz

5403

Água-tinta sobre papel
Reprodução fotográfica Pedro Oswaldo Cruz

5502

Água-tinta e ponta-seca sobre papel
Reprodução fotográfica Vicente de Mello

5823

Xilogravura
Reprodução fotográfica Pedro Oswaldo Cruz

6534

Xilogravura sobre papel
Reprodução fotográfica Pedro Oswaldo Cruz

6621

Xilogravura sobre papel

Exposições 422

Abrir módulo

Mídias (1)

Abrir módulo
Fayga Ostrower - Enciclopédia Itaú Cultural
“A finalidade da arte vem da possibilidade de o ser humano refletir sobre a vida e se fazer perguntas que são as mesmas desde o homem das cavernas até hoje”, acredita a polonesa Fayga Ostrower. Radicada no Brasil em 1934, inicia-se na arte após o término da Segunda Guerra Mundial, engajando-se inicialmente no expressionismo, para então destacar-se no abstracionismo informal. Interessada pela pesquisa e pelos conceitos artísticos, ela afirma que “a arte se dá em um nível de consciência muito elevado”. “É das coisas mais sublimes que o ser humano pode criar”, diz. A artista dedica-se a lecionar sobre o tema no Brasil, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Tem artigos e ensaios publicados, além de peças expostas individualmente e em coletivas no país e no exterior, tendo recebido inúmeros prêmios em bienais de todo o mundo, entre eles, o Grande Prêmio da Bienal Internacional de Veneza, em 1958.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 22

Abrir módulo
  • .
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ARTE e artistas plásticos no Brasil 2000. São Paulo: Meta, 2000.
  • AS Bienais no acervo do MAC: 1951 a 1985. Curadoria Maria Alice Millet de Oliveira. São Paulo: MAC/USP, 1987.
  • BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
  • DACOLEÇÃO: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986.
  • GRAVURA brasileira hoje: depoimentos. Organização Heloisa Pires Ferreira e Maria Luisa Luz Távora; entrevistas Anna Bella Geiger, Emanoel Araújo, Fayga Ostrower, Lívio Abramo, Lotus Lobo, Roberto Magalhães, Rossini Perez. Rio de Janeiro: Oficina de gravura SESC-Tijuca, 1997. v.3.
  • GRAVURA moderna brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: MNBA, 1999. 135 p. , il. color.
  • GRAVURA: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. A gravura brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Rio, 1965.
  • MULHERES gravadoras: uma homenagem à Edith Behring. Curadoria Ana Maria Netto Nogueira; revisão Edith Piza. Jacareí: Casa da Gravura, 1998.
  • O MUSEU Nacional de Belas Artes. São Paulo: Banco Safra, 1985.
  • OSTROWER, Fayga. A música da aquarela. Apresentação Heloisa Aleixo Lustosa. Rio de Janeiro: MNBA, 60 p. , il. color.
  • OSTROWER, Fayga. Exposição retrospectiva de Fayga Ostrower: 40 anos de obra gráfica. apresentação Carlos Martins. organização Carlos Martins. Rio de Janeiro, RJ: Museu Nacional de Belas Artes, 1983. 60 p.
  • PEDROSA, Mário. Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. Organização Otília Beatriz Fiori Arantes. São Paulo : Edusp, 1998.
  • ______. A sensibilidade do intelecto: visões paralelas na arte e na ciência, a beleza essencial. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 305 p. , il. color.
  • ______. Acasos e criação artística. Prefácio Fayga Ostrower. Rio de Janeiro: Campus, 1990. 289 p. , il.
  • ______. Aquarelas e gravuras. Rio de Janeiro: Galeria Bonino, 1991. [16 ] p. , il. color.
  • ______. Gravuras 1950-1995. Organização Júlia Peregrino; apresentação Ferreira Gullar. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995. 88 p. , il. color.
  • ______. Litografias. São Paulo: Kate Gallery, 1980. 2 f. Dobradas, il. color.
  • ______. Retrospectiva. São Paulo: MAB, 1983. [12] p. , 2 il. color.
  • ______. Universos da arte. Prefácio Fayga Ostrower. Rio de Janeiro: Campus, 1983. 358p. , il. color.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: