Fayga Ostrower
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Sem Título, 1980
Fayga Ostrower
Litografia
70,00 cm x 89,00 cm
Texto
Fayga Perla Ostrower (Lodz, Polônia, 1920 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001). Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, ceramista, escritora, teórica da arte, professora. Precursora da abstração na técnica da gravura, exerce também importante atividade como educadora e escritora.
Vem para o Brasil em 1934 e se estabelece no Rio de Janeiro. Cursa artes gráficas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 1947, onde estuda xilogravura com o pintor austríaco Axl Leskoschek (1889-1975) e gravura em metal com ítalo-brasileiro Carlos Oswald (1882-1971).
Na década de 1940, realiza gravuras figurativas, de linguagem expressionista e cubista, como ocorre em Lavadeiras (1947), tratando frequentemente de temas sociais. Nas várias gravuras com o tema da maternidade, os traços são delicados, com delineamento bastante sintético das figuras. A artista realiza também ilustrações para periódicos e livros. Trabalha tanto com gravura em metal quanto com xilogravura, técnica que prevalece durante sua primeira individual, em 1948.
A partir de 1953, a artista abandona a figuração e volta-se para o abstracionismo. Como aponta o crítico Antônio Bento (1902-1988), nas gravuras da artista os elementos formais assumem, por vezes, caráter arquitetônico, pela ordenação que ela imprime às linhas, aos ritmos e às cores. O jogo harmônico de planos coloridos verticais e horizontais estabelece contraponto aos efeitos cromáticos.
Em 1955, viaja para Nova York como bolsista da Fulbright Comission, trabalha no Brooklyn Museum Art School e estuda gravura no Atelier 17, do artista britânico Stanley William Hayter (1901-1988). É agraciada com importantes premiações, como o Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo, em 1957, e o Grande Prêmio Internacional de Veneza, em 1958.
A artista também tem longa trajetória como docente. Entre 1954 e 1970, leciona no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/SP). Ao longo dos anos de 1960, ministra aulas na Spellman College, Atlanta, nos Estados Unidos, e na Slade School da Universidade de Londres, na Inglaterra. Atua na pós-graduação de universidades brasileiras e procura expandir o alcance da arte, desenvolvendo cursos para operários e centros comunitários.
Em suas gravuras, apresenta rigor expressivo e uso impactante da cor, que cria espacialidades luminosas, além de técnica apurada e questionamento incessante sobre a essência da criação artística. A partir da década de 1970, dedica-se à aquarela, nas quais retoma sugestões de paisagem e se revela mais lírica.
Em 1969, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro lança um álbum de gravuras realizadas entre 1954 e 1966. Atuando como escritora e teórica da arte, publica livros sobre questões de arte e criação artística, entre eles Criatividade e processos de criação (1978), Universos da arte (1983), Acasos e criação artística (1990) e A sensibilidade do intelecto (1998).
Em 1983, é realizada no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) a retrospectiva dos quarenta anos de sua obra gráfica e, em 1995, a exposição Gravuras 1950-1995, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro. Em 2001 é lançado pela GMT Editora o livro Fayga Ostrower, organizado por Carlos Martins.
Fayga Ostrower explora a expressão artística de diferentes formas e ângulos. Como gravadora e pintora, desenvolva a temática social e a linguagem abstrata com rigor técnico e apuro no uso das cores e, por meio da educação e da escrita, tematizou o processo de criação e buscou ampliar o acesso à arte.
Obras 27
Exposições 422
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1/10/1944 - 31/10/1944
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15/8/1946 - 5/9/1946
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Mídias (1)
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Links relacionados 2
Fontes de pesquisa 22
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- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- ARTE e artistas plásticos no Brasil 2000. São Paulo: Meta, 2000.
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- BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
- DACOLEÇÃO: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986.
- GRAVURA brasileira hoje: depoimentos. Organização Heloisa Pires Ferreira e Maria Luisa Luz Távora; entrevistas Anna Bella Geiger, Emanoel Araújo, Fayga Ostrower, Lívio Abramo, Lotus Lobo, Roberto Magalhães, Rossini Perez. Rio de Janeiro: Oficina de gravura SESC-Tijuca, 1997. v.3.
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- LEITE, José Roberto Teixeira. A gravura brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Rio, 1965.
- MULHERES gravadoras: uma homenagem à Edith Behring. Curadoria Ana Maria Netto Nogueira; revisão Edith Piza. Jacareí: Casa da Gravura, 1998.
- O MUSEU Nacional de Belas Artes. São Paulo: Banco Safra, 1985.
- OSTROWER, Fayga. A música da aquarela. Apresentação Heloisa Aleixo Lustosa. Rio de Janeiro: MNBA, 60 p. , il. color.
- OSTROWER, Fayga. Exposição retrospectiva de Fayga Ostrower: 40 anos de obra gráfica. apresentação Carlos Martins. organização Carlos Martins. Rio de Janeiro, RJ: Museu Nacional de Belas Artes, 1983. 60 p.
- PEDROSA, Mário. Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. Organização Otília Beatriz Fiori Arantes. São Paulo : Edusp, 1998.
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- ______. Universos da arte. Prefácio Fayga Ostrower. Rio de Janeiro: Campus, 1983. 358p. , il. color.
Como citar
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FAYGA Ostrower.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa435/fayga-ostrower. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7