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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Paulo Pasta

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 26.09.2018
1959 Brasil / São Paulo / Ariranha
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título, 2002
Paulo Pasta
Óleo e cera sobre tela
220,00 cm x 190,00 cm

Paulo Augusto Pasta (Ariranha, São Paulo, 1959). Pintor, desenhista, ilustrador e professor. Gradua-se em artes plásticas na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1983. Estuda desenho e gravura em metal com Evandro Carlos Jardim (1935). Faz cursos de litografia e serigrafia com Regina Silveira (1939) e pintura...

Texto

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Biografia

Paulo Augusto Pasta (Ariranha, São Paulo, 1959). Pintor, desenhista, ilustrador e professor. Gradua-se em artes plásticas na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1983. Estuda desenho e gravura em metal com Evandro Carlos Jardim (1935). Faz cursos de litografia e serigrafia com Regina Silveira (1939) e pintura, com Donato Ferrari (1933) e Carmela Gross (1946). Atua como arte-educador na Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre 1983 e 1985. Cria obras abstratas nas quais utiliza uma gama cromática reduzida, explorando variações tonais. Em 1984, realiza sua primeira exposição individual na Galeria D. H. L., em São Paulo. Recebe a Bolsa Emile Eddé de Artes Plásticas, em 1988. Tem relevante atividade docente, lecionando pintura na Faculdade Santa Marcelina (FASM), entre 1987 e 1999, e desenho na Universidade Presbiteriana Mackenzie, entre 1995 e 2002. É professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), onde ingressa em 1998. Ministra ainda cursos livres em várias instituições culturais, como o Museu Brasileiro de Escultura (MuBE) e o Instituto Tomie Ohtake (ITO). Em 1990, recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas no Museu de Arte de Brasília (MAB/DF) e, em 1997, o Prêmio Price Waterhouse - Conjunto de Obras, no 25º Panorama de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1998, é publicado o livro Paulo Pasta, pela Edusp. É mestre em artes plásticas pela ECA/USP, em 2002. Ilustra, entre outros, os livros Coração Partido - Uma Análise da Poesia Reflexiva de Drummond e Rocambole, ambos de autoria do crítico literário Davi Arrigucci Jr., publicados pela Editora Cosac & Naify, em 2002 e em 2005, respectivamente.

Análise

A pintura de Paulo Pasta, na década de 1980, apresenta suaves passagens tonais e formas instáveis, indefinidas. Uma de suas principais referências, além da obra de Paul Cézanne (1839-1906) e Henri Matisse (1869-1954), é a pintura do artista norte-americano Jasper Johns (1930). Paulo Pasta, por meio de ligeiras arranhaduras na última camada de tinta da tela, cria formas que se aproximam às de frontões, ânforas e colunas. Essas imagens permitem uma referência ao passado, remetem ao campo da memória. Para o historiador da arte Rodrigo Naves, há nesses trabalhos um quê de nostalgia - eles procuram reatar com um tempo histórico, apontam para a lembrança de uma era sem fraturas, em que gestos individuais e significados sociais se relacionavam harmoniosamente. Há também nas obras do artista um jogo tonal, espécie de cor primeira que contém outras, que se insinua insistentemente, mas os tons e as pinceladas obedecem apenas ao equilíbrio interno da obra.

Como aponta o crítico Alberto Tassinari, no começo da década de 1990, seu trabalho modifica-se: grande parte de suas pinturas tem como motivo algo que lembra um chão ladrilhado com cacos. Esses quadros não levam o olhar do espectador para o horizonte, mas o remetem a obstáculos e a um espaço que não se deixa ver com nitidez. Em trabalhos iniciados em 1994, apresenta mais contrastes de cor, o espaço se amplia e as estruturas tornam-se mais ordenadas. Permanece porém a atmosfera espessa, a densidade das pinturas anteriores. Em 1996, o artista plástico Nuno Ramos (1960), ao comentar as obras de Paulo Pasta apresentadas em exposição individual na Galeria Camargo Vilaça, em São Paulo, ressalta a luminosidade intensa dos quadros que realça as diferenças de tom e cor, luz e sombra, superfície e profundidade, ao mesmo tempo em que paradoxalmente equilibra o conjunto da pintura.

A pintura de Paulo Pasta, para Naves, propõe ao observador uma experiência: ela porta uma espécie de vagar, pede uma suspensão temporal para que o olhar possa se deter morosamente pelas passagens tonais e pelas formas, em lento movimento de diferenciação.

Obras 53

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Caçula

Óleo e cera sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Duas Cruzes

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria decsonhecida

Duas Cruzes

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Fortuna

Óleo e cera sobre tela

Exposições 183

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Mídias (1)

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Paulo Pasta - Enciclopédia Itaú Cultural
Ao definir a pintura, Paulo Pasta realiza uma analogia com a música: “A pintura é boa, para mim, quando faz silêncio”, diz ele, em referência a sua predileção pela quietude e a tranquilidade. “Acho que dentro da imobilidade está a mobilidade. Dentro do silêncio está contido também o ruído”, completa. Em seu trabalho com as cores, ele busca sempre promover uma espécie de equilíbrio que mantenha o “silêncio”, não deixando um tom ser mais “estridente” do que o outro. O resultado é um jogo tonal que, segundo o crítico Rodrigo Naves, é composto por uma cor primeira que contém outras. Comuns na pintura, classificações como figurativismo ou abstracionismo não fazem sentido para ele. “Faço figuração mas, ao mesmo tempo, uso a linguagem abstrata.” Criador em constante mutação, ele crê que sua arte é espelho de sua própria vida. “Você constrói aquilo que vê para também construir um pouco o seu olhar. A pintura me constrói.”

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 7

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  • BRASIL: la nueva generación. Tradução Maria Elvira Iriarte. Caracas: Fundación Museo de Bellas Artes, 1991. il. color.
  • GALERIA Millan Antonio: banco de dados. Disponível em: [http://www.millanantonio.com.br/p/artista_obra.asp?idartista=24]. Acesso em 16.06.2006.
  • IMAGENS de segunda geração. São Paulo: MAC/USP, 1987. 23 p., il. p.b.
  • PASTA, Paulo. Paulo Pasta. São Paulo: Edusp, 1998. 210 p. il. (Artistas da Usp, 10).
  • PASTA, Paulo. Paulo Pasta: 2. bolsa Emile Eddé de artes plásticas. São Paulo: MAC/USP, 1989. , il. color.
  • PASTA, Paulo. Paulo Pasta: desenhos. Ribeirão Preto: Galeria Campus SP/Banespa, 1985. , s. il.
  • STAATLICHE KUNSTHALLE (BERLIN). Werkstatt Berlin - São Paulo 1988. Tradução Sarita Brandt. Berlin, 1988. 94p. il., p.b. color.

Como citar

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