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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP)

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 28.08.2018
10.08.1961 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Mulher no Alpendre, 1950
Tadashi Kaminagai
Óleo sobre tela, c.i.e.
72,00 cm x 58,00 cm

Aberto ao público em 10 de agosto de 1961, o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (MAB-FAAP), no bairro do Pacaembu, em São Paulo, vem somar-se aos museus de arte existentes na cidade, com a particularidade de voltar-se para a produção artística nacional. Da proposta inicial fazem parte a organização e a conservação de u...

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Histórico

Aberto ao público em 10 de agosto de 1961, o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (MAB-FAAP), no bairro do Pacaembu, em São Paulo, vem somar-se aos museus de arte existentes na cidade, com a particularidade de voltar-se para a produção artística nacional. Da proposta inicial fazem parte a organização e a conservação de um acervo dedicado a obras de artistas brasileiros ou estrangeiros radicados no Brasil, além da preparação de exposições consagradas à arte nacional e internacional.

A origem da instituição liga-se à família Álvares Penteado, há muito envolvida com as artes e a educação em São Paulo. É Armando Álvares Penteado (1884-1947) que, em testamento redigido em 23 abril de 1938, deixa clara a intenção de organizar um museu de arte, tarefa que sua esposa, D. Annie, inicia em janeiro de 1947, com a criação da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Isso ocorre no contexto do pós-guerra, em que se assiste ao nascimento de vários museus e instituições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), Fundação Bienal de São Paulo – no bojo de um processo de atualização cultural das elites ilustradas.

Em São Paulo, sobretudo, a existência de um mecenato é papel decisivo para a criação de diversas instituições culturais na época. Ciccillo Matarazzo (1898-1977) e Assis Chateaubriand (1892-1968) estão à frente de diversas iniciativas no campo das artes e da cultura, e sinalizam, cada qual a seu modo, tentativas de aproximação às linguagens artísticas modernas, que têm lugar na Europa e nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Em julho de 1960, uma sessão solene dá início às atividades do MAB, dirigido por Lúcia Pinto de Souza e coordenado por Wolfgang Pfeiffer (1912-2003). O conselho reúne nomes célebres no panorama artístico e intelectual nacional, como Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898-1969), Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), Sérgio Milliet (1898-1966), Yan de Almeida Prado (1898-1991) e outros. A exposição de abertura – O Barroco no Brasil –, com mais de 300 obras e cursos paralelos (como o de Antonio Candido (1918-2017) e Sérgio Buarque sobre o barroco literário), conhece grande sucesso. As moldagens de gesso dos profetas do Aleijadinho e de obras barrocas de Minas Gerais e Bahia, feitas pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN) e expostas na ocasião, se incorporam ao edifício do MAB e decoram o saguão de entrada.

Nos primeiros anos de existência, o museu dá destaque aos artistas ligados ao movimento moderno na arte brasileira, como Bonadei (1906-1974), em 1963; Oswaldo Goeldi (1895-1961), em 1964 e 1966; Di Cavalcanti (1897-1976), em 1965; Flávio de Carvalho (1899-1973), em 1968 e Victor Brecheret (1894-1955), em 1969. Além disso, o espaço para jovens artistas se amplia a partir de 1965, em função no novo perfil universitário assumido pela FAAP – sob a presidência de Lúcia Pinto de Souza – com a criação do curso de artes plásticas e, em seguida, de engenharia, comunicações, economia e administração. Nesse ano, passa a fazer parte da programação fixa do museu a Anual de Artes – que se mantém até hoje –, organizada em conjunto com a Faculdade de Artes Plásticas e aberta aos estudantes.

Data de 1965 a coletiva Propostas 65 – exposição e debates sobre aspectos do realismo atual do Brasil –, que reúne Flávio Império (1935-1985), Carlos Vergara (1941), Geraldo de Barros (1923-1998), Mira Schendel (1919-1988), Nelson Leirner (1932), Wesley Duke Lee (1931-2010), entre muitos outros. O impacto da mostra resulta em duas outras edições, Propostas 66 e 67. Em 1966, o museu inaugura dois outros setores: o Instituto Battioli de Restauro (a cargo dos artistas italianos Luciana, Enrico e Elisabeta Battioli) e o I Museu do Traje Brasileiro, coordenado por Lourdes Milliet e Darcy Penteado (1926-1987). Em 1977, é criado um setor especializado em pesquisa e documentação de arte brasileira, anexo ao museu e à faculdade, dirigido por Daisy Peccinini. Dois projetos realizados por esse setor dão origem às exposições O Grupo Seibi e o Grupo Santa Helena: décadas de 1935/1945, em 1977, e O Objeto na Arte: Brasil Anos 60, em 1978.

Ao lado de retrospectivas nacionais – além das mencionadas, sem esquecer de citar as de Carlos Scliar (1920-2001), em 1983; Arcangelo Ianelli (1922-2009); em 1995; Ismael Nery (1900-1934), em 2000 e José Pancetti (1902-1958), em 2001 –, o museu realiza mostras internacionais de artes plásticas (Jean Cocteau, 1997, de arte russa, 1999, e Vlaminck, 2001, entre outras) e coletivas dedicadas ao vídeo, à fotografia, à moda e à arquitetura. Grandes exposições históricas têm lugar no MAB, por exemplo, A Arte no Egito no Tempo dos Faraós, 2001, e A Herança dos Czares, 2005. Outras, dedicadas à cultura popular e às questões nacionais, conhecem grande popularidade, por exemplo, Brasileiros que nem Eu, que nem Quem?, organizada por Bia Lessa (1958), em 1999.

O acervo do museu inicia-se com a coleção de D. Annie, à qual são acrescentadas aquisições por meio de doações e compras, e hoje mantém em torno de 2.500 obras de artistas brasileiros. A coleção tem caráter variado, com obras de artistas acadêmicos como Pedro Alexandrino (1856-1942) e Eliseu Visconti (1866-1944); acervos importantes de artistas modernistas como Anita Malfatti (1889-1964), Oswaldo Goeldi, Victor Brecheret, Flávio de Carvalho e Lívio Abramo (1903-1992); obras representativas de artistas como Cicero Dias (1907-2003), Alfredo Volpi (1896-1988), Francisco Rebolo (1902-1980), Antonio Gomide (1895-1967), entre outros; representantes da abstração lírica dos anos 1950 – Flavio-Shiró (1928) e Arcangelo Ianelli – e das tendências construtivas – Geraldo de Barros, Mary Vieira (1927-2001) e Franz Weissmann (1911-2005) –; artistas que têm destaque na década de 1960 – Wesley Duke Lee, José Roberto Aguilar (1941) e Newton Mesquita (1949) –, além de contemporâneos: Fábio Miguez (1962), Paulo Whitaker (1958) e Marco Paulo Rolla (1967).

Obras 39

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Reprodução fotográfica Fernando Silveira

Abstrato

Óleo sobre compensado

Afgan

Eletrografia com fio de cabelo do modelo costurado no original
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Auto-retrato

Óleo sobre tela

Exposições 185

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Performances 1

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Fontes de pesquisa 2

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  • LOURENÇO, Maria Cecília França. Museus acolhem moderno. São Paulo: Edusp, 1999. 293 p., il. p&b. (Acadêmica, 26).
  • MUSEU de Arte Brasileira: 40 anos. São Paulo: MAB, 2001.

Como citar

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