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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Bonadei

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 31.01.2024
17.06.1906 Brasil / São Paulo / São Paulo
16.01.1974 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução Fotográfica Autoria Desconhecida

Composição, 1963
Bonadei
Óleo sobre tela, c.i.d.
61,00 cm x 77,00 cm

Aldo Cláudio Felipe Bonadei (São Paulo, São Paulo, 1906 - Idem, 1974). Pintor, designer, gravador, figurinista e professor. Entre 1923 e 1928 é aluno de desenho do pintor Pedro Alexandrino (1856-1942), período em que também freqüenta o ateliê do pintor Antonio Rocco (1880-1944). Em 1929, Bonadei torna-se amigo do professor de arte Amadeo Scavone...

Texto

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Biografia

Aldo Cláudio Felipe Bonadei (São Paulo, São Paulo, 1906 - Idem, 1974). Pintor, designer, gravador, figurinista e professor. Entre 1923 e 1928 é aluno de desenho do pintor Pedro Alexandrino (1856-1942), período em que também freqüenta o ateliê do pintor Antonio Rocco (1880-1944). Em 1929, Bonadei torna-se amigo do professor de arte Amadeo Scavone. Viaja para a Itália, entre 1930 e 1931, e freqüenta a Accademia di Belle Arti di Firenze [Academia de Belas Artes de Florença], onde tem aulas com o pintor Felice Carena (1879-1966) e seu assistente Ennio Pozzi (1893-1972), ambos ligados ao movimento novecento. Nesse período, dedica-se ao desenho da figura humana, principalmente ao nu.  Retorna a São Paulo no início da década de 1930 e participa ativamente do Grupo Santa Helena, da Família Artística Paulista (FAP) e do Sindicato dos Artistas Plásticos. Integra de 1939 e 1941 o Grupo Cultura Musical, criado pelo psiquiatra Adolpho Jagle, que promove reuniões de artistas. Datam dessa época as suas primeiras experiências abstratas. Em 1949 leciona na Escola Livre de Artes Plásticas, primeira escola de arte moderna de São Paulo e participa do Grupo Teatro de Vanguarda. No ano seguinte, funda a Oficina de Arte (ODA), com Odetto Guersoni (1924-2007) e Bassano Vaccarini (1914-2002). No fim da década de 1950 atua como figurinista nas peças Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues (1912-1980), e Casamento Suspeitoso, de Ariano Suassuna (1927-2014), ambas encenadas pela Companhia Nídia Lícia - Sérgio Cardoso. Nesse período, desenha alguns figurinos para dois filmes dirigidos por Walter Hugo Khoury (1929-2003), Fronteiras do Inferno (1958) e Na Garganta do Diabo (1959).

Análise

Em 1915, aos nove anos, Aldo Bonadei executa seu primeiro trabalho a óleo e depois realiza pequenas pinturas autodidaticamente. Entre 1923 e 1928, estuda com Pedro Alexandrino. Freqüenta ainda o ateliê do pintor italiano Antonio Rocco e o curso de desenho e artes no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp). Em 1929, torna-se amigo do professor Amadeo Scavone, com o qual mantém conversas quase diárias sobre arte. Segundo o artista, Scavone o ensina a estruturar mentalmente a composição em formas, linhas e valores de cor.

Bonadei continua a formação artística na Itália, em 1930. Freqüenta em Florença a Accademia di Belle Arti di Firenze, onde estuda com Felice Carena. Tem contato com a estética futurista e com o expressionismo da escola romana, que conta com artistas como Mario Mafai (1902-1965) e Corrado Cagli (1910-1976), e, principalmente, com o movimento Novecento (1922), ao qual Carena é ligado, marcado por uma pintura eclética. Regressa ao Brasil em 1931 e gradualmente adere às pesquisas da arte moderna. A partir de 1935, integra o Grupo Santa Helena, com Mario Zanini (1907-1971), Francisco Rebolo (1902-1980), Fulvio Pennacchi (1905-1992) e Alfredo Volpi (1896-1988), entre outros. Participa também das exposições da Família Artística Paulista (FAP) e do Sindicato dos Artistas Plásticos. Pinta principalmente naturezas-mortas e paisagens urbanas e suburbanas de São Paulo, temas que se tornam constantes. Destaca-se em suas obras do período o diálogo constante com a obra de Paul Cézanne (1839-1906), no tratamento da cor e no uso da pincelada, como pode ser observado em Paisagem (1935) ou em Subúrbio (1937).

Na década de 1940, leciona pintura e trabalha como figurinista, cria modelos para vestidos e desenhos para bordados. Dessa atividade advém a idéia de aplicar sobre a tela costuras ou bordados, de maneira a determinar relevo e textura na composição. O período marca maior liberdade plástica do artista, que pinta quadros que buscam estabelecer relação entre música, ritmos e modulações da cor e pintura. Em seguida, sob o impacto da abstração, que começa a ser apresentada no país em importantes mostras, Bonadei interessa-se pelo cubismo e posteriormente busca a compreensão perceptiva do espaço por meio da teoria da Gestalt [Psicologia da Forma]. Pode-se observar em obras como Mulher Sentada (1948) e Gemini II (1952) a tensão entre o figurativo e o abstrato, que permanece em sua produção posterior.

Aldo Bonadei, para o crítico Jacob Klintowitz, destaca-se entre os pintores do Grupo Santa Helena por sua formação mais erudita. O interesse por diferentes áreas leva-o a desenvolver atividades em poesia, moda e teatro. O artista tem importante atuação, entre os anos 1930 e 1940, na consolidação da arte moderna paulista e, como aponta a estudiosa Lisbeth Rebollo, é um dos pioneiros no desenvolvimento da arte abstrata no Brasil.

Obras 55

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

A um Amigo

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Auto-Retrato

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Auto-Retrato

Óleo sobre cartão
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini

Auto-Retrato

Óleo sobre cartão
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Casario

Óleo sobre tela

Exposições 294

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Fontes de pesquisa 25

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. R703.0981 P818d
  • AJZENBERG, Elza Maria (Org.). Operários na Paulista: MAC USP e artistas artesãos. Curadoria Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: MAC, 2002.
  • AJZENBERG, Elza Maria (Org.). Operários na Paulista: MAC USP e artistas artesãos. Curadoria Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: MAC, 2002. CAT-G SPmac 2002/o
  • ALDO Claudio Felipe Bonadei: reflexão sobre o pintor urbano. São Paulo: Raízes, 1980. (Coleção MWM-IFK). 759.98106 B697a
  • ALMEIDA, Paulo Mendes de. De Anita ao museu. São Paulo: Perspectiva : Diâmetros Empreendimentos, 1976. (Debates, 133).
  • ALMEIDA, Paulo Mendes de. De Anita ao museu. São Paulo: Perspectiva : Diâmetros Empreendimentos, 1976. (Debates, 133). 709.8104 A447d
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979. 709.81 A163ar v.1
  • BONADEI. A Abstração na obra de Bonadei. A figura humana na obra de Bonadei. São Paulo: Grifo Galeria de Arte, 1984.
  • BONADEI. A Abstração na obra de Bonadei. A figura humana na obra de Bonadei. São Paulo: Grifo Galeria de Arte, 1984. B697 1984
  • BONADEI. Aldo Bonadei: o caminho de um pintor. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1984. 31 p., il. color. B697c 1984
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5). IC R703.0981 C376d v.1, pt. 1
  • GONÇALVES, Lisbeth Ruth Rebollo. Aldo Bonadei: introdução ao percurso de um pintor. 1977. 167 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo ? FFLCH/USP, São Paulo.
  • GONÇALVES, Lisbeth Ruth Rebollo. Aldo Bonadei: introdução ao percurso de um pintor. 1977. 167 p., il. (xerox). T759.98104 B697g
  • GONÇALVES, Lisbeth Ruth Rebollo. Aldo Bonadei: o percurso de um pintor. São Paulo: Perspectiva. 209 p., il. (Coleção debates, 232). 759.98104 B697g
  • LEITE, José Roberto Teixeira. 500 anos da pintura brasileira. [S.l.]: Log On Informática, 1999. 1 CD-ROM.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. 500 anos da pintura brasileira. [S.l.]: Log On Informática, 1999. 1 CD-ROM. CDR 759.981 L533q
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. R759.981 L533d
  • LOUZADA, Maria Alice do Amaral. Artes plásticas Brasil 1996: seu mercado, seus leilões. São Paulo: Júlio Louzada, 1996. v. 8. R702.9 L895a v.8
  • LOUZADA, Maria Alice do Amaral. Artes plásticas Brasil 1999. São Paulo: Júlio Louzada, 1999. v. 11. R702.9 L895a v. 11
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1. 709.81 H673 v.1

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