Mário Zanini
![Vila, 1963 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/013302039538.jpg)
Vila, 1963
Mário Zanini
Óleo sobre tela, c.i.e.
65,00 cm x 53,50 cm
Texto
Mário Zanini (São Paulo, São Paulo, 1907 – idem, 1971). Pintor, decorador, ceramista, professor. Filho de imigrantes italianos, desenvolve sua trajetória artística em São Paulo, onde reside no bairro operário do Cambuci – fato que deixa marcas em sua produção, com predomínio de cenas de uma cidade em transformação.
Aos 13 anos, inicia o curso de pintura da Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo. Entre 1922 e 1924, trabalha como letrista na Companhia Antarctica Paulista. Em 1924, matricula-se no curso noturno de desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), que conclui em 1926.
Conhece Alfredo Volpi (1896-1988) em 1927 e, no ano seguinte, estuda com o pintor Georg Elpons (1865-1939). Entre 1933 e 1938, trabalha no escritório de decoração do artista Francisco Rebolo (1902-1980). Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins (1911-1979) e Clóvis Graciano (1907-1988). Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena.
Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização, como ressalta a crítica de arte Alice Brill (1920-2013). A afinidade com Volpi, segundo Brill, pode ser observada no modo de aplicar as pinceladas e no tratamento das figuras. Já a influência da obra do pintor francês Paul Cézanne (1839-1906), que marca a produção dos artistas santelenistas, está presente, por exemplo, em Trecho de Linha, de 1939.
Em 1940, recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e é convidado por Rossi Osir (1890-1959) a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte. Sua primeira exposição individual acontece em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo. Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. Em 1958, ensina gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos. A partir de 1968, leciona na Faculdade de Belas Artes de São Paulo.
Tanto na gravura como na pintura, o artista apresenta diversas cenas da cidade de São Paulo, em que, por vezes, aparecem as chaminés das fábricas vistas da janela de seu ateliê. A temática da vida urbana é constante em sua produção, na qual aparecem retratados, por exemplo, músicos populares, operários e grupos de crianças ou ciclistas.
Mario Zanini pinta também muitas paisagens, em que retrata os subúrbios paulistanos que começavam a ser tomados pela metrópole. Representa, em várias obras, grupos de pessoas às margens do rio Tietê, como lavadeiras, e as regatas que ali se realizavam. Acompanhado por outros artistas do Grupo Santa Helena, realiza frequentes viagens ao litoral e interior do estado de São Paulo, que lhe servem de inspiração.
Compartilhando com o Grupo Santa Helena características como a representação de figuras anônimas e da realidade urbana, a preocupação com o apuro formal e o acompanhamento das tendências europeias, Mario Zanini dedica sua obra sobretudo à vida no subúrbio de São Paulo.
Obras 24
Ávores e Casas
Barcos Carregando Lenha
Camponeses
Casario
Casas
Exposições 170
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25/1/1934 - 2/1934
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25/1/1935 - 24/2/1935
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14/12/1936 - 14/1/1935
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Exposições virtuais 1
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21/8/2022 - 24/6/2021
Fontes de pesquisa 29
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Como citar
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MÁRIO Zanini.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa8627/mario-zanini. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7