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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Antonio Rocco

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 13.04.2017
23.07.1880 Itália / Campânia / Amalfi
28.11.1944 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Menino e Galinha
Antonio Rocco
Óleo sobre tela, c.i.e.

Antonio Rocco (Amalfi, Itália 1880 - São Paulo, São Paulo, 1944). Pintor e professor. Estuda pintura com Domenico Morelli (1826 - 1901) e Filippo Palizzi (1818 - 1899), no Instituto de Belas Artes de Nápoles, entre 1899 e 1905, quando apresenta a tela Os Mineiros. Participa da Bienal de Turim, em 1908. Vem para o Brasil, em 1913, e se estabelece...

Texto

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Biografia

Antonio Rocco (Amalfi, Itália 1880 - São Paulo, São Paulo, 1944). Pintor e professor. Estuda pintura com Domenico Morelli (1826 - 1901) e Filippo Palizzi (1818 - 1899), no Instituto de Belas Artes de Nápoles, entre 1899 e 1905, quando apresenta a tela Os Mineiros. Participa da Bienal de Turim, em 1908. Vem para o Brasil, em 1913, e se estabelece em São Paulo. No ano seguinte, recebe em seu ateliê a visita de Nestor Pestana, diretor do jornal O Estado de S. Paulo, que lhe dedica um artigo elogioso na edição de 2 de julho de 1914. Faz sua primeira individual na cidade, no salão do palacete do conde Prates em 1918, ano em que a Pinacoteca do Estado de São Paulo adquire a tela Os Emigrantes, ca.1910 de sua autoria. Ainda em 1918, funda a Escola Novíssima, com Nicolo Petrilli e A. Sironi, com cursos destinados à educação profissionalizante e ao ensino público feminino, e elabora a capa da revista A Cigarra para a edição comemorativa de seu primeiro aniversário. Em 1919, passa seis meses na fazenda do empresário Oscar Souza Pinto, em São Carlos do Pinhal, onde pinta paisagens, animais e cenas do cotidiano. Participa de várias edições da Exposição Geral de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e do Salão Paulista de Belas Artes. Integra a exposição coletiva Grupo Almeida Júnior, organizada por Torquato Bassi (1880 - 1967), no Palácio das Arcadas, em São Paulo, em 1928. A convite do vice-cônsul italiano de São Paulo, integra a 2ª Exposição Provincial de Salerno, Itália. É professor de vários artistas paulistas, entre eles Colette Pujol (1913 - 1999) e Bernardino de Sousa Pereira (1895 - 1985).

Análise

Antonio Rocco forma-se na escola napolitana de paisagem, caracterizada pela pintura ao ar livre, preocupada com a representação da luz natural. De seus professores Domenico Morelli (1826 - 1901) e Filippo Palizzi (1818 - 1899), herda, do primeiro, a preocupação com a cor e a pincelada mais livre, do segundo, a importância do desenho e da composição geométrica do quadro, aspectos que procura sempre harmonizar em seu trabalho. Estabelecido no Brasil desde 1913, Rocco logo consegue uma boa inserção no meio paulistano. Inicialmente, sua reputação se constrói com a pintura de temática social, como a obra Os Emigrantes, ca.1910. A tela de grandes proporções, pertencente à Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp desde 1918, retrata a partida de italianos no cais de Imma Colatella, em Nápoles, Itália. O êxodo de trabalhadores rurais, resultante da situação econômica italiana, é apresentado de maneira a criar empatia com o espectador. A composição é perpendicular, opondo o formato mais horizontal da tela à verticalidade das figuras em cena, que ocupam todo o primeiro plano. A família que parte carrega seus pertences - cestas, trouxas, instrumentos de trabalho -, alheios à observação do pintor, com exceção do menino, cujo olhar fixa o espectador. A luminosidade é rebaixada, as figuras e os objetos são feitos de grossas camadas de tinta de tons terrosos, em que se nota o trabalho da espátula, aplicadas sobre uma tela de tramas largas, que contribui para o aspecto rústico do conjunto.

À medida que o tempo passa, Rocco se dedica, quase que exclusivamente, a pinturas de paisagem, gênero e retratos, nunca mais retornando à temática que o consagra. Quando aborda esses temas, sua fatura ganha um caráter bastante diverso, a pincelada solta e o acúmulo de camadas de tinta dão lugar a um modelado controlado e um clareamento da paleta, como por exemplo, no Retrato do Dr. Altino Arantes, ca.1916, também pertencente à Pesp. É significativo que essa característica tenha sido elogiada pelo crítico Nestor Pestana do jornal O Estado de S. Paulo, em 1914, que a considera não uma acomodação ao gosto vigente, mas uma opção do artista em "tratar assuntos diferentes por diferentes modos, acomodando as formas de expressão à natureza de cada um".1

Nota

1. PESTANA, Nestor. O pintor Antonio Rocco. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 jul. 1914, s.p. 

Obras 5

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Registro fotográfico Sérgio Guerini

As Curiosas

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Due Sorelle

Óleo sobre cartão
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Os Emigrantes

Óleo sobre tela

Exposições 42

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Fontes de pesquisa 27

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. xxxxxx
  • ARTE BRASILEIRA século XX: Galeria Eliseu Visconti: pinturas e esculturas. Rio de Janeiro: MNBA, 1984.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997. xxxxxx
  • AZEVEDO, Valéria Silva Vicente de (org.). Iconografia paulistana em coleções particulares. São Paulo: Sociarte, 1999.
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  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • CAMARGOS, Marcia Mascarenhas de Rezende. Villa Kyrial: crônica da belle époque paulistana. Apresentação Antonio Candido. São Paulo: Senac, 2001. 255 p., il. p&b.
  • DEZENOVEVINTE: uma virada no século. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1986.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • HELIOS (Menotti del Picchia). Correio Paulistano, São Paulo, 29 abril 1921. 1p.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. xxxxxx
  • LOUZADA, v.1-9. xxxxxx
  • MUGNAINI, Túlio. [Sem Título]. A Gazeta, São Paulo, 9 out. 1954. s.p.
  • NOTAS de arte no atelier do Pintor Antonio Rocco. O Commercio de São Paulo, São Paulo, 01 set. 1926. s.p.
  • NOTAS de arte. O Commercio de São Paulo, São Paulo, 19 jun. 1916. s.p.
  • PESTANA, Nestor. O pintor Antonio Rocco. O Estado de São Paulo, São Paulo, 2 julho 1914, s.p.
  • PINACOTECA do Estado de São Paulo - São Paulo. Rio de Janeiro: Funarte, 1982. (Museus brasileiros, 6).
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944.
  • ROCCHI, Leopoldo. [Sem Título]. Il Piccolo, São Paulo, 29 abril 1921.
  • ROCCO, Antonio. Antonio Rocco: 1880/1980: centenário de nascimento. Texto Vitória Daniela Bousso; apresentação Cunha Bueno, Fábio Magalhães. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1980. 27 p., il. p&b.
  • ROSSI, Mirian Silva. Circulação e mediação da obra de arte na Belle Époque paulistana. Anais do Museu Paulista. São Paulo, v. 6/7, 2003. p.83-122. Disponível em: https://www.scielo.br/j/anaismp/a/YLwdJRqskJVcfdJXqxqSsHm/?format=pdf&lang=pt.
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  • TARASANTCHI, Ruth Sprung. Pintores paisagistas em São Paulo (1890-1920). 1986. 303 f. Tese (Doutorado) - Escola da Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, São Paulo, 1986. T759.09281 T177p v.2
  • VIDAL, Barros. A pintura de Antonio Rocco. Vamos Ler, Rio de Janeiro, 5 dezembro de 1940, s.p.

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