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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Mary Vieira

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 01.10.2024
30.07.1927 Brasil / São Paulo / São Paulo
24.02.2001 Suíça / a definir / Basiléia

Polivolume: Superfície Multidesenvolvível, 1948
Mary Vieira
Alumínio anodizado
56,00 cm x 10,40 cm

Mary Vieira (São Paulo SP 1927 - Basiléia, Suíça 2001). Escultora, professora. Cursa desenho e pintura com Guignard (1896 - 1962) na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, em 1944. Estuda também escultura com Franz Weissmann (1911 - 2005) e com Amilcar de Castro (1920 - 2002). Realiza pesquisas sobre o movimento e a dinâmica das formas e produ...

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Biografia
Mary Vieira (São Paulo SP 1927 - Basiléia, Suíça 2001). Escultora, professora. Cursa desenho e pintura com Guignard (1896 - 1962) na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, em 1944. Estuda também escultura com Franz Weissmann (1911 - 2005) e com Amilcar de Castro (1920 - 2002). Realiza pesquisas sobre o movimento e a dinâmica das formas e produz, em 1948, suas primeiras esculturas eletromecânicas e um conjunto de trabalhos em madeira intitulado Multivolumes. A partir de 1949, produz os primeiros Polivolumes. Muda-se, em 1951, para a Suíça, onde realiza curso de aperfeiçoamento com Max Bill (1908 - 1994). Participa, em 1954, na Suíça, a convite de Max Bill, da última exposição do Grupo Allianz, constituído por artistas voltados a tendências construtivistas. Nesse ano, inicia atividades em design gráfico, e cria, entre outros trabalhos, o cartaz para a mostra Brasilien Baut [Brasil Constrói], realizada em Zurique, em 1954, da qual também participa com oito obras. A partir de 1966, torna-se professora da Escola Superior de Arte, Técnicas de Planejamento Gráfico e Desenho Industrial, da Universidade da Basiléia, Suíça. A partir de 1970, realiza uma série de obras monumentais na Suíça e no Brasil, como Polivolume: Ponto de Encontro, para o Palácio Itamaraty, em Brasília.

Comentário Crítico
A partir de 1949, Mary Vieira produz os primeiros Polivolumes, estruturas de caráter abstrato-geométrico, que combinam uma parte sólida com segmentos móveis: placas ou círculos concêntricos que giram em torno de um eixo fixo. Essas peças assumem múltiplas configurações ao ser manuseadas pelo observador, representando inúmeras possibilidades plásticas contidas em uma só forma. São quase sempre obras de grande porte, de aço ou alumínio, realizadas com uma técnica apurada. Nos Polivolumes, Mary Vieira explora idéias de contenção e movimento.

 

Em Polivolume: Disco Plástico, Idéia para uma Progressão Serial, 1953/1962, ela usa uma placa quadrada de alumínio, na qual são recortados vários círculos concêntricos, que estão ligados a um eixo vertical e podem ser movimentados pelo espectador. São obtidas assim muitas formas diferentes, a partir da mesma composição.

 

A seriação é um componente importante em sua obra: a artista cria esculturas multiplicáveis não sob a forma de exemplares idênticos, mas sob a forma de peça única em que estão contidas várias outras. Em 1965, realiza 5 mil exemplares do Polivolume: Disco Plástico, para uma loja de departamentos de Zurique: sua produção permite e solicita a seriação. Em 1970, é realizada uma retrospectiva de seus Polivolumes na 35ª Bienal de Veneza.

 

Com a simplicidade que distingue suas construções, as obras seduzem não por um movimento definido e imposto, mas pelas inúmeras soluções oferecidas por uma mesma escultura. Envolvem, portanto, questões relacionadas à arte abstrata, à participação do observador e à seriação, vinculando-se também a uma nova arquitetura.

 

Segundo o crítico e poeta Murilo Mendes (1901 - 1975), os Polivolumes se destacam pela força construtiva, singularidade das linhas, pela cuidada realização técnica e, mais ainda, pela liberdade poética a eles associada. As esculturas de Mary Vieira, em razão de seu caráter e forma dinâmicos, possibilitam experiências lúdicas relativas ao espaço e tempo.

Obras 6

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Exposições 138

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Fontes de pesquisa 9

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  • AMARAL, Aracy (org.). Projeto Construtivo Brasileiro na arte (1950-1962). Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna; São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1977.
  • AMARAL, Aracy, org. Quatro mestres escultores brasileiros contemporâneos; Arte e espaço urbano: quinze propostas. Brasília: Fundação Athos Bulcão, 1996. p. 31.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
  • BRITO, Ronaldo. Neoconcretismo: vértice e ruptura do projeto construtivo brasileiro. Tradução Lia Wyler. Rio de Janeiro: Funarte, 1985. (Temas e debates, 4).
  • MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO PAULO, SP. Arte moderna. Curadoria Nelson Aguilar, Franklin Espath Pedroso, Maria Alice Milliet; tradução Izabel Murat Burbridge, John Norman. São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais/ Fundação Bienal de São Paulo, 2000.
  • PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
  • TRIDIMENSIONALIDADE: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 1999.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

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