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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Carlos Vergara

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 28.11.2022
29.11.1941 Brasil / Rio Grande do Sul / Santa Maria
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Sem Título, 1986
Carlos Vergara
Vinil acrílico sobre tela
140,00 cm x 140,00 cm

Carlos Augusto Caminha Vergara dos Santos (Santa Maria, Rio Grande do Sul, 1941). Gravador, fotógrafo, pintor. Distingue-se como um dos principais nomes das vanguardas neofigurativas das décadas de 1950 e 1960 e possui uma vasta produção artística.

Texto

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Carlos Augusto Caminha Vergara dos Santos (Santa Maria, Rio Grande do Sul, 1941). Gravador, fotógrafo, pintor. Distingue-se como um dos principais nomes das vanguardas neofigurativas das décadas de 1950 e 1960 e possui uma vasta produção artística.

Ainda jovem, Carlos Vergara começa a trabalhar com cerâmica. Na década de 1950, transfere-se para o Rio de Janeiro, e, paralelamente à atividade de analista de laboratório, dedica-se ao artesanato de jóias de prata e cobre. Treze dessas peças são expostas na 7ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1963. Nesse mesmo ano, volta-se para o desenho e a pintura, realizando estudos com Iberê Camargo (1914-1994)

Em 1965, participa da mostra Opinião 65 com três trabalhos: O general (1965), Vote (1965) e A patronesse e mais uma campanha paliativa (1965). A partir de 1966, Vergara incorpora ícones gráficos e elementos da arte pop à sua base expressionista. Ele faz seus primeiros trabalhos de arte aplicada, como o mural para a Escola de Saúde Pública de Manguinhos e a cenografia para o grupo de teatro Tablado, ambos no Rio de Janeiro, em 1966. Participa também da mostra Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/Rio). Até 1967, produz pinturas figurativas, com pinceladas ágeis e traço caricatural, além de um tratamento expressionista. O crítico de arte Paulo Sérgio Duarte (1946) compara esses trabalhos às pinturas do grupo CoBrA, de artistas como Acir Juram (1914-1973) e Karel Appel (1921-2006), pelo "culto à liberdade expressiva, apropriação do desenho infantil, elogio do primitivo e do louco"1.

Também em 1967, organiza ao lado de colegas a mostra Nova Objetividade Brasileira, que procura fazer um balanço da vanguarda brasileira. Atua ainda como cenógrafo e figurinista de peças teatrais. Nesse período, produz pinturas figurativas, que revelam afinidades com o expressionismo e a arte pop. 

Em 1968, passa a pintar sobre superfícies de acrílico, fazendo desaparecer as marcas artesanais de sua prática pictórica. No mesmo ano, explora novas linguagens e mostra o ambiente Berço esplêndido (1968), na Galeria Art Art, em São Paulo. O trabalho combina as investigações sensoriais de artistas como Hélio Oiticica (1937-1980) com a denúncia política.

Durante a década de 1970, utiliza a fotografia e filmes Super-8 para estabelecer reflexões sobre a realidade. O carnaval passa a ser também objeto de sua pesquisa. Atua ainda em colaboração com arquitetos, realizando painéis para diversos edifícios, empregando materiais e técnicas do artesanato popular. 

Em 1972, publica o caderno de desenhos Texto em branco, pela editora Nova Fronteira. Durante os anos 1980, volta à pintura, produzindo quadros abstratos geométricos, nos quais explora, principalmente, tramas de losangos que determinam campos cromáticos. Utiliza em seus trabalhos pigmentos naturais, retirados de minérios, materiais que também usa na produção de monotipias, muitas delas realizadas em ambientes naturais, como o pantanal mato-grossense. Em 1997, realiza a série Monotipias do Pantanal, na qual explora o contato direto com o meio natural, transferindo para a tela texturas de pedras ou folhas, entre outros procedimentos.

Carlos Vergara tem uma produção artística contundente desde a década de 1950 e explora uma série de suportes distintos desde a gravura até a fotografia e a pintura.
 

Notas

1. DUARTE, Paulo Sérgio. Carlos Vergara. Rio de Janeiro: Santander Cultural, 2003. p. 94.

Obras 41

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Espetáculos 5

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Exposições 353

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Mídias (1)

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Carlos Vergara - Enciclopédia Itaú Cultural
O gaúcho Carlos Vergara entende o fazer artístico como a tentativa de promover o surgimento de uma obra que, nesse processo, crie sua própria justificativa de estar no mundo. “A grande vantagem disso é que, se o artista erra, não tem muita importância. Mas, se um artista acerta, pode ter importância, na medida em que é uma contribuição para a educação do olhar”, diz ele. As viagens e o contato com objetos e temas primitivos estão entre os motivos que desencadeiam seu processo criativo. A arte, para Vergara, surge do instinto humano de se revelar e se compreender e da capacidade do homem de se emocionar com aquilo que ele mesmo pode produzir. “Você faz [arte] para se sentir vivo”, conclui.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 15

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ARAUJO, Emanoel. Carlos Vergara: à procura da cor brasileira. In: VERGARA, Carlos. Carlos Vergara 89/99. Curadoria Emanoel Araújo. São Paulo: Pinacoteca, 1999.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • COSTA, Maria de Fátima G. O Brasil de hoje no espelho do século XIX: artistas alemães e brasileiros refazem a Expedição Langsdorff. São Paulo: Estação Liberdade, 1995. 143 p., il., p&b. color.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DUARTE, Paulo Sérgio. Estranha Proximidade. Disponível em: [http://www.cvergara.com.br/pt/textos/index.php?idx=a9003]. Acesso em: 26 jan. 2006.
  • OPINIÃO 65. Curadoria. Rio de Janeiro: Galeria de Arte Banerj, 1985. (Ciclo de exposições sobre arte no Rio de Janeiro).
  • PIZA, Waltércio Caldas, Vergara, Hércules Barsotti, Milton Dacosta, Antonio Manuel, Amilcar de Castro. Texto Ronaldo Brito. São Paulo: Gabinete de Arte, 1986. [70] p., il. p.b. color.
  • PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
  • ROSA, Renato, PRESSER, Décio. Dicionário de artes plásticas no Rio Grande do Sul. 2. ed. rev. ampl. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2000. 527p. R700.98165 R7887d 2. ed.
  • VERGARA, Carlos & OSORIO, Luiz Camilo. Conversa entre Carlos Vergara e Luiz Camilo Osorio. In: VERGARA, Carlos. Carlos Vergara 89/99. Curadoria Emanoel Araújo. São Paulo: Pinacoteca, 1999. 40 p., il. color. p. 5-32.
  • VERGARA, Carlos. Carlos Vergara. Texto Hélio Oiticica. Brasília: Mec; Rio de Janeiro: Funarte, 1978. 48 p., il. color. (Arte brasileira contemporânea).
  • VERGARA, Carlos. Carlos Vergara: 20ª Bienal de São Paulo. São Paulo: Gabinete de Arte Raquel Arnaud, 1989. il. color., fotos p.
  • VERGARA, Carlos. Monotipias do pantanal: pinturas recentes. Coordenação Ana Helena Curti. São Paulo: MAM, 1997. 24 p., il. color.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

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