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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Marco Paulo Rolla

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.08.2024
1967 Brasil / Minas Gerais / São Domingos do Prata
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

A Geladeira, 1992
Marco Paulo Rolla
Acrílica sobre tela
162,00 cm x 250,00 cm

Marco Paulo Ribeiro Rolla (São Domingos do Prata, Minas Gerais, 1967). Pintor, desenhista, artista performático. Em 1990, forma-se na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, no mesmo ano participa do Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e realiza a mostra individual de...

Texto

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Biografia

Marco Paulo Ribeiro Rolla (São Domingos do Prata, Minas Gerais, 1967). Pintor, desenhista, artista performático. Em 1990, forma-se na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, no mesmo ano participa do Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e realiza a mostra individual de desenhos em técnica mista, Construções Fatais, no Palácio das Artes de Belo Horizonte. Expõe novamente no Panorama e também no 12º Salão Nacional de Artes Plásticas, organizado pela Fundação Nacional de Arte (Funarte), no Rio de Janeiro, em 1993. Em 1989 e 1994, recebe o prêmio aquisição do Salão Nacional de Artes Plásticas. Recebe bolsa da Fundação Vitae e apoio do Ministério da Cultura (MinC), faz residência na Rijksakademie van Beeldende Kunsten, Amsterdã, de 1998 a 1999, onde Rolla realiza as performances Comfortables e Objects of Desire. Diversifica a técnica de sua produção, como mostra, em 2000, na exposição E da Volúpia do Desejo à Simplicidade da Morte. No ano seguinte, participa da criação e torna-se coordenador do Centro de Experimentação e Informação de Arte (Ceia), onde produz, em 2003, a performance Banquete. Realiza exposições individuais e coletivas, tanto no Brasil quanto no exterior. Apresenta a performance O Visível e o Invisível na feira de arte Arco 08, em Madri, em 2008.

Análise

Nos trabalhos de Marco Paulo Rolla, o desejo é indissociável da pulsão de morte e os extremos - prazer e dor, bem e mal - estão sempre juntos, como nota o crítico Tadeu Chiarelli.¹ Em pinturas dos anos 1990, encontram-se objetos de desejo, como eletrodomésticos e comidas, joias, vestidos e tecidos suntuosos, em situações de violento desequilíbrio, seja com pessoas gritando e brigando ao redor, seja flutuando ou cobertas de véus pretos e presas em redemoinhos. A tinta é acrílica e a nitidez que talvez antes existisse se dissolve em uma inquietante instabilidade líquida. O crítico Agnaldo Farias ressalta que as telas ativam a memória de tempos de harmonia que foram bruscamente interrompidos.²

Nos objetos, o mesmo conflito se mostra. As figuras elegantes de porcelana holandesa, da série Oracles, 1999, estão quebradas e, dentro delas, há pedaços do que seria o esqueleto daquelas personagens. Em um diálogo com a história da pintura holandesa - as grandes naturezas-mortas -, na série Vanitas, 2003, há carnes e verduras cruas feitas de porcelana, material inusitado para tais representações.

As performances lidam com a mesma temática. Segundo Rolla, as possibilidades expressivas da performance são muito maiores do que as de outras artes e são mais adequadas à crítica do mundo capitalista das novas tecnologias, pois trazem de volta a memória do corpo.³ Em Banquete, uma autêntica refeição servida ao público e a alguns performers, a volúpia está presente nos corpos nus e nos alimentos, e a morte, nos pães em forma de braços e pernas humanos e na galinha viva, sacrificada e devorada crua. Em Comfortables, móveis como camas e sofás estão em lugares improváveis, como paredes e tetos, é o esforço do equilíbrio do artista, numa crítica ao conforto burguês.

Notas

1. CHIARELLI, Tadeu. Com medo de crescer. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 7 jun. 1994.

2. ROLLA, Marco Paulo. Marco Paulo Rolla. Texto Agnaldo Farias. Belo Horizonte: Sala Corpo de Exposições, 1993.

3. MIP : Manifestação Internacional de Performance, 2005, Belo Horizonte. MIP: Manifestação Internacional de Performance - International Performance Manifestation. Belo Horizonte: Rua José Moreira Fraga, 376 Ceia, 2005. p.27.

Obras 17

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

A Geladeira

Acrílica sobre tela

Espetáculos 7

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Espetáculos de dança 4

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Exposições 127

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Performances 1

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Mídias (1)

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Marco Paulo Rolla - Enciclopédia Itaú Cultural
A complexidade do ser humano e suas relações com o corpo, o desejo, o consumo e a tecnologia são as bases de estudo e análise do artista mineiro multidisciplinar Marco Paulo Rolla. Tendo como suporte o desenho, as videoinstalações e variadas performances ao vivo – que incluem também outras expressões artísticas, como teatro, música e dança –, as obras expõem o corpo em sua magnitude: do ápice de sua grandeza e liberdade, passando pelas fragilidades, até sua decomposição. “O espectador tem a possibilidade de entrar na obra através de sua memória, suas angústias corporais e de existência”, explica ele. Desde 2001, Rolla é criador, coordenador e editor do Centro de Experimentação e Informação de Arte (Ceia), em Belo Horizonte, e tem seus trabalhos expostos em mostras individuais e coletivas no Brasil, na Alemanha, na Argentina e na Holanda.

Produção: Documenta Vídeo Brasil Captação, edição e legendagem: Sacisamba Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada) Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 23

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  • A INFÂNCIA perversa: fábulas sobre a memória e o tempo. Curadoria Marcus de Lontra Costa. Rio de Janeiro: MAM, 1995.
  • A PROVA dos nove. Belo Horizonte: CEMIG, 1991. 12 p., il. color.
  • CAITO, Fulvia Marchezi, Marco Paulo Rolla, Rosangela Rennó, Valdirei Dias Nunes. Fotografia Keiju Kobayashi, Fabiana Marchezi, César Duarte, Rosângela Rennó, Eduardo Brandão. São Paulo: Casa Triângulo, 1993. 12 p. il. color.
  • CHAIMOVICH, Felipe. A gravidade caótica de Marco Paulo Rolla: o humor no trabalho do artista. Jornal da Tarde, São Paulo, 22 ago. 1996. p. 8C.
  • CHIARELLI, Tadeu. Com medo de crescer. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 7 jun. 1994. Caderno 2, p. D-5.
  • GERAÇÃO da virada 10+1: os anos recentes da arte brasileira. Curadoria e textos Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos. São Paulo: Instituto Tomie Ohtake, 2006.
  • HOMEM sanduíche. São Paulo: Praça Ramos de Azevedo, 1993. , il p&b.
  • MACHADO, Alvaro. Marco Rolla santifica transgressão, Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 ago. 1996, p. Especial 3.
  • MIP: Manifestação Internacional de Performance, 2005, Belo Horizonte. MIP: Manifestação Internacional de Performance = International Performance Manifestation. Belo Horizonte: CEIA, 2005. 316 p., il. color.
  • MUSEU DE ARTE MODERNA (SÃO PAULO, SP). Arte brasileira no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo: doações recentes 1996-1998. Curadoria Tadeu Chiarelli. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1998.
  • POT: The Liverpool Biennial of Contemporary Art. São Paulo: 2002.
  • ROLLA, Marco Paulo. Da volúpia do desejo à simplicidade da morte. Texto Tadeu Chiarelli; curadoria José Roberto Furtado; tradução John Roberts. Goiânia: MAC, 2000. [12 p. ] il. color.
  • ROLLA, Marco Paulo. Marco Paulo Rolla. São Paulo: Casa Triângulo, 1994. , il. color.
  • ROLLA, Marco Paulo. Marco Paulo Rolla. São Paulo: Casa Triângulo, 1996. il. color.
  • ROLLA, Marco Paulo. Marco Paulo Rolla. Texto Marcos Hill. Cataguases: Museu Chácara Dona Catarina, 2003. Não paginado, il. color.
  • ROLLA, Marco Paulo. Marco Paulo Rolla. Tradução Luíza Pietro. Belo Horizonte: Sala Corpo de Exposições, 1993. , il. color.
  • ROLLA, Marco Paulo. Marco Paulo Rolla: construçoes fatais. Belo Horizonte: Palácio das Artes, 1990. , il. color.
  • ROLLA, Marco Paulo. Marco Paulo Rolla: litogravuras. Belo Horizonte/MG: Itaugaleria, 1990. 1 peça, color., 22cm x 31,5cm.
  • SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS, 11. , 1989, Rio de Janeiro, RJ. 11º Salão Nacional de Artes Plásticas. Rio de Janeiro: Funarte, 1989.
  • SALÃO Nacional de Artes Plásticas, 16., 1998, Rio de Janeiro. 16º Salão Nacional de Artes Plásticas. Curadoria Viviane Matesco, Luiz Camillo Osorio; texto Márcio Souza. Rio de Janeiro: Funarte, 1998.
  • SCHMIDT, Carlos von. Off Bienal. São Paulo: MuBE, 1996. 3 p., il. p&b.
  • SETE artistas emergentes. Curadoria Tamara Habib Saré. Belém: Secult, 1997.
  • TREVISAN, Ricardo (coord.). Amanhã, hoje: a Casa Triângulo de 1988 a 1995. Curadoria Maria Izabel Branco Ribeiro; texto Tadeu Chiarelli. São Paulo: Casa Triângulo, 1995. 63 p., il. p&b color.

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