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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Camilla Amado

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 25.07.2024
08.08.1939 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
06.06.2021 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Estreia revelando seu potencial de atriz, em 1957, no espetáculo com o qual o diretor Luís de Lima (1925-2002) lança o teatro de Ionesco no Brasil, num programa com os textos A Lição, A Cantora Careca e As Cadeiras. Seguem-se: uma substituição em Eles Não Usam Black-Tie (1958), de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), na visita carioca do Teatro ...

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Camilla de Holanda Amado Martins Nercessian (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1939 - idem, 2021). Atriz. Intérprete carioca ligada ao teatro experimental, capaz de atuar em papéis cômicos e dramáticos. Na década de 1970 trabalha com os principais diretores do período.

Estreia revelando seu potencial de atriz, em 1957, no espetáculo com o qual o diretor Luís de Lima (1925-2002) lança o teatro de Ionesco no Brasil, num programa com os textos A Lição, A Cantora Careca e As Cadeiras. Seguem-se: uma substituição em Eles Não Usam Black-Tie (1958), de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), na visita carioca do Teatro de Arena de São Paulo; uma participação em Um Elefante no Caos (1959)de Millôr Fernandes (1923-2012), direção de João Bethencourt (1924-2006) e uma substituição na remontagem carioca de Anjo de Pedra (1960), de Tennessee Williams (1911-1983), com direção de Benedito Corsi (1924-1996), numa produção do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).

De jovem promessa ela passa a atriz profissional prestigiada, sobretudo pelos jovens diretores de maior destaque, a partir dos seus trabalhos em A Vida Impressa em Dólar (1962), de Clifford Odets (1906-1963), direção de Paulo Afonso Grisolli (1934-2004) e Amor em Três Dimensões (1963), de Murray Schisgal (1926-2020), direção de Ivan de Albuquerque (1932-2001). Mas é em uma montagem quase marginal de A Exceção e a Regra (1967)de Bertolt Brecht (1898-1956), dirigida por Antônio Pedro (1940), que ela atinge o primeiro ponto alto da sua carreira. No papel do carregador ela demonstra uma inteligência interpretativa e uma variedade de recursos que lhe valem críticas elogiosas. Praticamente todos os seus trabalhos subseqüentes dão-se em espetáculos que, seja pela natureza dos textos, pela empostação da encenação, ou pelas características dos esquemas de produção, situam-se à margem da corrente principal do teatro profissional. É assim que ela atua em O Segredo do Velho Mudo (1972), de Nelson Xavier (1941-2017), direção de Cecil Thiré (1943-2020); Encontro no Bar (1973), de Bráulio Pedroso (1931-1990), direção de Celso Nunes (1941); As Desgraças de uma Criança (1973), demolidora e debochada versão da comédia de Martins Pena (1815-1848) dirigida por Antônio Pedro, onde Camilla revela um corrosivo temperamento farsesco; e Vôo dos Pássaros Selvagens (1975), de Aldomar Conrado (1936), direção de Aderbal Freire-Filho (1941). Em 1976, participa da tentativa de Ziembinski (1908-1978) de produzir a mise-en-scéne original, de 1943, de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues (1912-1980), no papel de Alaíde, que ela realiza com sinceridade e liberalismo. No mesmo ano, está num outro texto de Nelson Xavier, Trivial Simples, dirigido por Ruy Guerra (1931).

O teatro dos anos 1980 aproveita pouco o talento de Camilla Amado. Sua experiência como autora, em Don Quixote de la Pança (1980), direção de Aderbal Freire-Filho, resulta frustrada, assim como, sua tentativa de direção de O Banquete (1982), de Mário de Andrade (1893-1945). Também a sua atuação em Tá Ruço no Açougue (1985), adaptação de Santa Joana dos Matadouros, de Bertolt Brecht, dirigida por Antônio Pedro, pouco acrescenta à sua trajetória. Já em Momentos (1987), um emocionante solo em que, dirigida por Ítalo Rossi (1931-2011), ela dramatiza crônicas de alguns dos expoentes nacionais do gênero, Camilla realiza uma convincente exibição das suas possibilidades interpretativas.

O crítico Yan Michalski (1932-1990) escreve sobre a atriz: "Camilla Amado é uma das mais sensíveis, versáteis e inteligentes atrizes da sua geração. Seu rosto excepcionalmente expressivo, seu gestual preciso e bonito, sua capacidade de inflexionar com colorida gama de emoções e a sua abertura a tudo que não seja rotineiro contribuem para desenhar uma presença cênica muito pessoal. Mas os seus interesses, a sua personalidade artística e a sua ousadia têm-se chocado com as limitações do mercado de trabalho da atualidade, resultando dali uma carreira aquém do seu potencial interpretativo".1

Nota

1. MICHALSKI, Yan. Camilla Amado. In: ___________. PEQUENA Enciclopédia do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.

Espetáculos 39

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Fontes de pesquisa 5

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  • ALBUQUERQUE, Johana. Camilla Amado (ficha curricular). In: ________. ENCICLOPÉDIA do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material elaborado em projeto de pesquisa para Fundação Vitae. São Paulo, 2000.
  • AMADO, Camilla. Curriculum enviado pela atriz. Rio de Janeiro, 2000.
  • COSTA, Luiz Antônio. Morre atriz Camila Amado, aos 82 anos. G1, Rio de Janeiro, 06 jun. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/06/06/morre-a-atriz-camilla-amado-aos-82-anos.ghtml. Acesso em: 06 jun. 2021.
  • EICHBAUER, Hélio. [Currículo]. Enviado pelo artista em: 24 abr. 2011.
  • MICHALSKI, Yan. Camilla Amado. In: ___________. PEQUENA Enciclopédia do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.

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