Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Ivan de Albuquerque

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 06.08.2018
21.02.1932 Brasil / Mato Grosso / Cuiabá
29.10.2001 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Registro fotográfico Gilda Vianna

Ivan de Albuquerque em cena de A Chave das Minas, 1977
Gilda Vianna, Ivan de Albuquerque
Acervo Cedoc/FUNARTE

Ivan de Campos Albuquerque (Cuiabá MT 1932 - Rio de Janeiro RJ 2001). Diretor e ator. Reconhecido na década de 1960 pela elaboração e detalhamento de sua encenação, é consagrado na década de 1970 com espetáculos em que alia refinado tratamento cênico a linguagem experimental.

Texto

Abrir módulo

Biografia

Ivan de Campos Albuquerque (Cuiabá MT 1932 - Rio de Janeiro RJ 2001). Diretor e ator. Reconhecido na década de 1960 pela elaboração e detalhamento de sua encenação, é consagrado na década de 1970 com espetáculos em que alia refinado tratamento cênico a linguagem experimental.

Inicia-se em teatro em O Tablado e forma-se em direção na Fundação Brasileira de Teatro (FBT), em 1958, ao lado de Rubens Corrêa, Yan Michalski e Cláudio Corrêa e Castro. Já nessa fase da carreira se associa a Rubens Corrêa, com quem trabalha por mais de trinta anos, fundando o Teatro do Rio e o Teatro Ipanema.

No Teatro do Rio, estréia como diretor, em 1959, com Oscar, de Claude Magnier. Em 1961, acompanha o trabalho de Ziembinski em dois espetáculos da companhia, Espectros, de Henrik Ibsen, e O Círculo Vicioso, de Somerset Maugham. Em 1962, a encenação de A Invasão, de Dias Gomes, lhe vale todos os prêmios de melhor diretor do ano, distinguindo-se pela elaborada circulação do numeroso elenco no cenário de Anísio Medeiros. Em 1964, com Rubens Corrêa, inicia a construção do Teatro Ipanema. No mesmo ano, vai para São Paulo trabalhar como ator no Teatro Oficina sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, em Andorra, de Max Frisch. Em 1968, o lançamento da nova casa de espetáculos, cria para Ivan novas perspectivas no caminho da investigação de linguagem, com O Jardim das Cerejeiras, de Anton Tchekhov, que lhe confere o Prêmio Molière de melhor diretor. Em 1970, abre o teatro para o talento de Isabel Câmara, integrante da nova geração de dramaturgos paulistas, com As Moças. Ainda em 1970, é dado um passo radical em busca de uma forma inovadora, provocante e poética do espetáculo, com O Arquiteto e o Imperador da Assíria, de Fernando Arrabal, cuja encenação comporta um grau de transgressão inédito na trajetória do diretor e nos desempenhos dos dois intérpretes, Rubens Corrêa e José Wilker, com expressão corporal coordenada por Klauss Vianna, orientação pioneira na área do teatro. O espetáculo, consagrado no Rio de Janeiro e em São Paulo, vale ao diretor os prêmios Molière e Governador do Estado de São Paulo.

Trabalha como ator sob a direção de Rubens Corrêa em Hoje É Dia de Rock, de José Vicente, 1971, o maior sucesso do grupo e um fenômeno na história do teatro. Abre-se então em sua carreira um hiato provocado pela perplexidade diante do autoritarismo político que atinge toda a produção artística brasileira. Depois de quatro anos de recolhimento para meditação e estudos, ele reaparece no Teatro Ipanema, em 1977, dirigindo outra peça de José Vicente, A Chave das Minas, em que conduz a companhia a um mergulho radical no teatro ritualístico, que se prenuncia desde espetáculos anteriores. Em 1981, leva o Troféu Mambembe de melhor direção por O Beijo da Mulher Aranha, de Manuel Puig. Em 1986, a montagem de Artaud!, colagens de textos de Antonin Artaud, leva ao minúsculo espaço do porão do teatro uma linguagem feita com economia de meios e, ao mesmo tempo, essencialmente teatral. O diretor cria um espetáculo de impacto, com a exuberante interpretação de Rubens Corrêa, que três anos depois ainda é apresentado para a platéia assumidamente reduzida (50 lugares) a que se dirigia. Nos anos 1980, o diretor e a equipe do Teatro Ipanema têm dificuldade de adaptar seu trabalho às exigências do mercado e às expectativas do público. A partir do fim dos anos 1980, tornam-se raras as aparições em cena do diretor.

Segundo o crítico Yan Michalski: "Um dos mais completos encenadores brasileiros [...], Ivan de Albuquerque também é um dos que conseguem equilibrar harmoniosamente um artesanato sólido e seguro e uma aguda capacidade de análise de textos com uma generosa abertura para linguagens novas e experimentais".1

Nota

1 MICHALSKI, Yan. Ivan de Albuquerque. In: ______. Pequena enciclopédia do teatro brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro, 1989. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq.

Obras 1

Abrir módulo

Espetáculos 50

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 9

Abrir módulo
  • EICHBAUER, Hélio. [Currículo]. Enviado pelo artista em: 24 abr. 2011. Não catalogado
  • ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Rosyane Trotta]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
  • LIMA, Mariângela Alves de. Quem Faz o Teatro. In: ARRABAL, José; LIMA, Mariângela Alves de; PACHECO, Tânia. Anos 70 - Teatro. Rio de Janeiro: Europa, 1979.
  • MICHALSKI, Yan. Ivan de Albuquerque. In: ______. Pequena enciclopédia do teatro brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro, 1989. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq.
  • MICHALSKI, Yan. O teatro sob pressão: uma frente de resistência. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
  • Programa do Espetáculo - Black-Out -1967. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - Diário de Um Louco - 1964. Não Catalogado
  • Programa do espetáculo - O Arquiteto e o Imperador da Assíria. Não catalogado
  • TEATRO IPANEMA. O Beijo da Mulher Aranha: 1981, Rio de Janeiro, RJ, [1981]. Programa do Espetáculo. Não catalogado

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: