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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Nicette Bruno

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.12.2020
07.01.1933 Brasil / Rio de Janeiro / Niterói
20.12.2020 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Registro fotográfico Fredi Kleemann

Retrato de Nicette Bruno
Fredi Kleemann, Nicette Bruno
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Nicete Xavier Miessa (Niterói, Rio de Janeiro, 1933 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020). Atriz. Intérprete do papel característico de ingênua, ao início de sua carreira, Nicette torna-se, juntamente com seu marido Paulo Goulart, empresária e dona da Companhia Nicette Bruno, incorporando grandes personagens à sua galeria de criações.

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Nicete Xavier Miessa (Niterói, Rio de Janeiro, 1933 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020). Atriz. Intérprete do papel característico de ingênua, ao início de sua carreira, Nicette torna-se, juntamente com seu marido Paulo Goulart, empresária e dona da Companhia Nicette Bruno, incorporando grandes personagens à sua galeria de criações.

Inicia-se muito jovem, atuando em Romeu e Julieta, de William Shakespeare, na direção de Esther Leão, pelo Teatro Universitário (TU), em 1945. Interpreta a personagem Ordella de A Filha de Iório, de Gabriele D'Annunzio, em 1947. No ano seguinte, participa de Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, direção de Ziembinski, dois trabalhos para o Teatro Popular de Arte (TPA), companhia de Maria Della Costa e Sandro Polloni. Após participações na companhia de José César e Sarah Borba, faz, em 1949, O Sorriso de Gioconda, de Aldous Huxley, com Dulcina de Moraes. Com Maria Jacintha, no Teatro de Arte, integra os elencos de Dias Felizes, de André Pagnol, 3200 Metros de Altitude, Julien Luchaire e Já É de Manhã no Mar, da própria diretora, todos em 1947. Novamente no Teatro Universitário de Jerusa Camões, aparece em O Fantasma de Canterville, baseado em Oscar Wilde.

Funda em São Paulo, em 1951, aos 17 anos, o Teatro de Alumínio, na Praça das Bandeiras, edifício sede do Teatro Íntimo Nicette Bruno, TINB, companhia criada anos mais tarde. Ali conhece Paulo Goulart em Senhorita Minha Mãe, de Louis Verneuil, com quem se casa e passa a dividir a direção da equipe. Chama a atenção em: Ingênua até Certo Ponto, de Hugh Herbert, sendo dirigida por Armando Couto, e Week-end, de Noel Coward, direção de Antunes Filho ambas em 1953; além da premiada criação de Aparecida, em Pedro Mico, de Antônio Callado, em 1958. Os Amantes, de Samuel Rawet e Paixão da Terra, de Heloísa Maranhão, precedem a criação de Zefa entre os Homens, com direção de Ziembinski, é novo marco em sua carreira, em 1962.

Nessa ocasião o casal muda-se para Curitiba, desenvolvendo atividades junto à Escola de Teatro do Guaíra, e participando da fase áurea do Teatro de Comédia do Paraná, entre 1962 e 1966. Nicette integra, entre outros, o elenco de Um Elefante no Caos, de Millôr Fernandes, 1963; e A Megera Domada, de William Shakespeare, 1964, ambos sob a direção de Cláudio Corrêa e Castro.

Novamente em São Paulo, o casal associa-se a Antônio Abujamra para a criação do Teatro Livre, levando à cena Boa Tarde, Excelência, de Sérgio Jockyman, em 1967; Os Últimos, de Máximo Gorki, e O Olho Azul da Falecida, de Joe Orton, em 1968.

Retorna em 1974, comandando o Teatro Paiol, sendo premiada como atriz em O Efeito dos Raios Gama nas Margaridas do Campo, de Paul Zindel; Dona Rosita, a Solteira, de Federico García Lorca, 1980, ambos com Abujamra como diretor; Agnes de Deus, de John Pielmaier, uma direção de Jorge Takla, 1982; e Aviso Prévio, de Consuelo de Castro, sob o comando de Francisco Medeiros, em 1987. No ano seguinte, novamente com Abujamra, monta À Margem da Vida, de Tennessee Williams. No Rio de Janeiro, participa de Meu Reino por um Cavalo, original de Dias Gomes, uma encenação de Antônio Mercado, em 1989.

Em 1994, atua em Enfim Sós, de Lawrence Roman, com direção de José Renato; participa da montagem de Gertrude Stein, Alice Toklas & Pablo Picasso, de Alcides Nogueira, numa direção dupla de Abujamra e Marcio Aurelio. Em 1998, faz um excelente trabalho em Somos Irmãs, de Sandra Louzada, arrebatando os prêmios Shell e Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), de melhor atriz; e em 2000, mais uma vez em parceria com Abujamra, surge em Crimes Delicados, de José Antônio de Souza.

Ativa participante na televisão, integra algumas novelas de sucesso, como: Éramos Seis, Papai Coração, Rosa dos Ventos, Meu Pé de Laranja Lima e Bebê a Bordo.

Nicette faz parte de uma ilustre família de artistas, integrada pela sua mãe Eleonor Bruno, seu marido Paulo Goulart e suas filhas Beth Goulart e Bárbara Bruno.

Comentando seu trabalho nos anos 1950, período em que ela dirige uma companhia e escolhe o repertório adequado a seu tipo mignon, o crítico Décio de Almeida Prado comenta: "Nicette Bruno, quando chegou a São Paulo, já veio como perfeita profissional de palco, no sentido da atriz que entra em cena e, por bem ou por mal, domina logo o público. A força da presença, essa qualquer coisa imponderável que distingue os atores calejados e que se chama autoridade, ela a possuía num grau pouco comum para a sua extrema juventude. [...] Cada novo espetáculo seu significa, em geral, uma pequena vitória sobre si mesma, um pequeno triunfo na luta contra a falsa teatralidade - e em tais casos o que interessa principalmente é a continuidade da evolução".1

Notas

1. PRADO, Décio de Almeida. 'Ingenuidade'. In: ______. PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno. São Paulo: Perspectiva, 1996. p. 206.

Obras 1

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Espetáculos 88

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Fontes de pesquisa 11

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  • ANUÁRIO de teatro 1994. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1996.
  • BOA Noite, Mãe. São Paulo, 1984. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro Paiol.
  • EICHBAUER, Hélio. [Currículo]. Enviado pelo artista em: 24 abr. 2011.
  • GUERINI, Elaine. Nicette Bruno & Paulo Goulart: tudo em família. São Paulo: Cultura - Fundação Padre Anchieta: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. 256 p. (Aplauso Perfil).
  • LOUREIRO, Cláudia e RODRIGUES, Matheus. Nicette Bruno morre no Rio, vítima de Covid-19. G1, Rio de Janeiro, 20 dez. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/12/20/nicette-bruno-morre-no-rio-vitima-de-covid-19.ghtml. Acesso em: 20 dez. 2020.
  • MAGALDI, Sábato. A eterna revelação de 33 Anos de teatro. Jornal da Tarde, São Paulo, p. 21, 5 maio 1980.
  • MAGALDI, Sábato; VARGAS, Maria Thereza. Cem anos de teatro em São Paulo (1875-1974). São Paulo: Senac, 2000.
  • PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 1996. (Debates, 211).
  • Programa do Espetáculo - Classe Média Televisão Quebrada - 1978.
  • Programa do Espetáculo - O Homem Inesperado - 2008.
  • Programa do Espetáculo - O Prisioneiro da Segunda Avenida - 2008.

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