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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Décio de Almeida Prado

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 22.07.2024
14.08.1917 Brasil / São Paulo / São Paulo
03.02.2000 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro fotográfico Fredi Kleemann

Décio de Almeida Prado, 1958
Fredi Kleemann, Décio de Almeida Prado
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Décio de Almeida Prado (São Paulo, São Paulo, 1917 - São Paulo, São Paulo, 2000). Crítico, ensaísta e professor. O mais influente crítico teatral paulista ao longo de todo o seu exercício profissional, que se inicia em meados da década de 1940 e segue até fins dos anos 1960. Autor de inúmeros ensaios de interpretação da história do teatro brasil...

Texto

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Biografia

Décio de Almeida Prado (São Paulo, São Paulo, 1917 - São Paulo, São Paulo, 2000). Crítico, ensaísta e professor. O mais influente crítico teatral paulista ao longo de todo o seu exercício profissional, que se inicia em meados da década de 1940 e segue até fins dos anos 1960. Autor de inúmeros ensaios de interpretação da história do teatro brasileiro e emérito professor em diversas escolas.

Após completar o curso de filosofia e ciências sociais, em 1938, na Faculdade de Filosofia, Letras, Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP, forma-se, na mesma universidade, em direito, em 1941.

Torna-se professor de filosofia em colégios e, junto à Escola de Arte Dramática - EAD, desenvolve profícua carreira, ministrando teatro brasileiro, estética e história do teatro, desde a fundação da escola até 1963. Funda o Grupo Universitário de Teatro - GUT, ligado à USP, dirigindo Farsa de Inês Pereira e do Escudeiro, de Gil Vicente, destinado a elevar o nível médio das produções vigentes, em 1943. Nesse ano, passa alguns meses nos Estados Unidos, a convite do departamento de Estado. Ao retornar, inicia sua colaboração com a revista Clima, importante órgão de reflexão sobre os novos tempos, assinando a coluna sobre teatro.

Com o GUT - que conta com Cacilda Becker entre seus integrantes - percorre diversas cidades do Estado de São Paulo. Sua última direção com o elenco é O Baile dos Ladrões, de Jean Anouilh, primeira peça apresentada no recém-fundado Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, em 1948.

Escreve sobre teatro, de 1941 a 1944, na revista Clima. De 1946 a 1968, colabora como crítico teatral no jornal O Estado de S. Paulo, onde edita o Suplemento Literário, a partir de 1956. Uma seleção de críticas para o matutino está reunida em três volumes: Apresentação do Teatro Brasileiro Moderno, 1956; Teatro em Progresso, 1964, e Exercício Findo, lançado em 1987.

Em 1966, entra para o departamento de letras da USP, onde se encarrega de formar turmas e efetivar suas mais expressivas pesquisas: João Caetano, em 1972, e, a seguir, João Caetano e a Arte do Ator, em 1984. Teatro: 1930-1980, escrito em 1984, constitui-se em sutilíssimo e arguto ensaio, síntese da evolução dramática contemporânea. Republicado e ampliado como O Teatro Brasileiro Moderno, forma, ao lado de Teatro de Anchieta a Alencar, 1993, e O Drama Romântico Brasileiro, 1996, o tríptico mais referido quando se trata de situar o lugar do teatro na cultura do país. Completa esse painel uma nova e definitiva interpretação da cena nacional, sob o título de História Concisa do Teatro Brasileiro - 1570-1908, surgido em 1999.

Em seu ensaio dedicado a Procópio Ferreira, lançado em 1984, acerta as contas com as velhas gerações antes da renovação modernista. Além destes títulos, Décio está presente na obra coletiva A Personagem de Ficção, em 1968. Nos últimos anos de vida, reúne escritos dispersos e os organiza em volumes: Peças, Pessoas, Personagens, em 1993; e Seres, Coisas, Lugares, em 1997.

Em 1956, recebe o Prêmio Palmes Académiques do governo da França; em 1964, o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; em 1966, o Prêmio Imprensa, da Câmara Brasileira do Livro; em 1967, o Prêmio Brasil-Israel; os prêmios Personalidade do Ano da Associação Paulista de Críticos Teatrais, APCT, em 1967 e em 1971; em 1974, o Mérito Literário, do Pen Club: Seção de São Paulo; em 1981, o Prêmio Televisão (pelo programa A Aventura do Teatro Paulista), da Associação de Críticos Teatrais; em 1984, o Personalidade - Prêmio Mambembe, Inacen, no Rio de Janeiro; em 1988, o Prêmio Molière, especial, no Rio de Janeiro; Homenagem da União Brasileira dos Escritores, em 1994; Prêmio SBAT - APART, 1995; Comenda da Ordem do Rio Branco; e, em 1997, o Prêmio José Ermírio de Moraes pelo livro Seres, Coisas, Lugares - do Teatro ao Futebol, da Academia Brasileira de Letras, ABL.

É presidente da Comissão Estadual de Teatro em 1962, 1967, 1976 e 1977; e presidente da Associação Paulista de Críticos Teatrais - APCT, em 1955, 1958, 1961, 1962, 1966 e 1970.

Na reedição da segunda compilação de críticas de Décio, o pesquisador João Roberto Faria, seu discípulo dileto, sintetiza a expansão intelectual do mestre: "A expressão que Décio de Almeida Prado utilizou no título deste livro - work in progress - , para significar a situação do teatro brasileiro entre 1955 e 1964, pode igualmente ser aproveitada para qualificar o que ocorria com o próprio crítico, cujo trabalho no jornal O Estado de S. Paulo havia começado em 1946, quando tinha 29 anos de idade. Ou seja, tanto o nosso teatro quanto o seu atento observador progrediram juntos, naqueles anos que viram nascer e se desenvolver a modernidade nos palcos nacionais. O aprendizado de novas formas de encenar uma peça e interpretar um papel não foi exclusivo dos artistas e estendeu-se igualmente ao crítico, que tratou não apenas de compreender e apoiar a revolução que se operava, mas também de explicá-la aos seus leitores. Mais que isso, o próprio repertório dramático, que passou a incluir desde autores clássicos até os de vanguarda, precisou ser estudado com afinco, uma vez que o exercício da crítica, em termos modernos, exigia seriedade e conhecimento profundo do assunto. Por conta das dificuldades naturais para um jovem crítico iniciante, Décio lembrou, em depoimento prestado ao Serviço Nacional de Teatro, que seus primeiros textos eram curtos, uma ou duas páginas datilografadas. Mas, conforme afirmou, 'no fim de vinte anos cheguei a escrever artigos com sete, oito páginas, isto é, eu já era capaz de ver num espetáculo muito mais coisas'. Um crítico, pois, em constante progresso! E com um olhar cada vez mais aguçado, qualidade que o tempo e a experiência de espectador aprimoraram".1

Notas

1. FARIA, João Roberto. O Crítico em Progresso. In: PRADO, Décio de Almeida. São Paulo, Teatro em Progresso, Editora Perspectiva, 2002, p. 11.

Obras 1

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Espetáculos 14

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Fontes de pesquisa 6

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  • ALBUQUERQUE, Johana. Décio de Almeida Prado (ficha curricular) In: ___________. ENCICLOPÉDIA do Teatro Brasileiro Contemporâneo. material elaborado em projeto de pesquisa para a Fundação VITAE. São Paulo, 2000.
  • BERNSTEIN, Ana. A crítica cúmplice: Décio de Almeida Prado e a formação do teatro brasileiro moderno. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2005.
  • Jornal da Tarde, 12 fev. 2000. Cad. de Sábado, p.1. Jornal da Tarde
  • PRADO, A. de Almeida, ÁREAS, Vilma; AGUIAR, Flávio. (Org.). Décio de Almeida Prado: um homem de teatro. São Paulo: EDUSP, 1997. 443 p.
  • PRADO, Décio de Almeida. Oração aos velhos. Folha de S.Paulo, São Paulo, 11 dez. 1994. Mais!, p. 6-12.
  • ______. Depoimento. In: DEPOIMENTOS II. Rio de Janeiro: Serviço Nacional de Teatro, 1977.

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