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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Odorico Tavares

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 05.06.2024
1912 Brasil / Pernambuco / Timbaúba
1980 Brasil / Bahia / Salvador
Odorico Montenegro Tavares da Silva (Timbaúba PE 1912 - Salvador BA 1980). Jornalista, escritor, poeta e colecionador de arte. Forma-se bacharel em direito pela Faculdade de Direito do Recife. Inicia a carreira de jornalista no Diário de Pernambuco, pertencente ao grupo Diários Associados. Em 1933, funda a revista literária Momento, com o também...

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Biografia

Odorico Montenegro Tavares da Silva (Timbaúba PE 1912 - Salvador BA 1980). Jornalista, escritor, poeta e colecionador de arte. Forma-se bacharel em direito pela Faculdade de Direito do Recife. Inicia a carreira de jornalista no Diário de Pernambuco, pertencente ao grupo Diários Associados. Em 1933, funda a revista literária Momento, com o também jornalista e poeta Aderbal Jurema (1912 - 1986), com quem publica, em 1934, 26 Poemas. Em 1939, lança A Sombra do Mundo, seu segundo livro de poemas.

Fixa-se em Salvador em 1942, convidado por Assis Chateaubriand (1892 - 1968) para dirigir a rede dos Diários Associados da Bahia, da qual fazem parte o jornal vespertino O Estado da Bahia, a Rádio Sociedade e o Diário de Notícias - adquirido após sua chegada. No Diário de Notícias assina a coluna diária Rosa dos Ventos, em que publica diversos artigos sobre a vida cultural e artística da Bahia, com especial destaque para as artes plásticas. É responsável também pela direção do suplemento cultural do jornal, editado semanalmente.

Em 1944, organiza, com o escritor Jorge Amado (1912 - 2001) e o gravador paulista Manoel Martins (1911 - 1979), a primeira exposição de arte moderna brasileira na Bahia, promovida pela seção da Bahia da Associação Brasileira de Escritores, na Biblioteca Pública de Salvador. São expostas obras de artistas como Lasar Segall (1891 - 1957), José Pancetti (1902 - 1958), Di Cavalcanti (1897 - 1976), Bonadei (1906 - 1974), Santa Rosa (1909 - 1956), Oswaldo Goeldi (1895 - 1961), Tarsila do Amaral (1886 - 1973) , Alfredo Volpi (1896 - 1988). Publica o livro Poesias, em 1945, com ilustrações de Santa Rosa. Em 1947, faz diversas reportagens para a revista O Cruzeiro, depois reunidas no livro Bahia, Imagens da Terra e do Povo, de 1951. Ilustrado por Carybé (1911 - 1997), o livro é premiado com a medalha de ouro na 1ª Bienal Internacional do Livro e Artes Gráficas de São Paulo, em 1961. Para a reportagem, escrita por ocasião do cinqüentenário da Guerra de Canudos, Tavares viaja pela região percorrida pelo escritor Euclides da Cunha (1866 - 1909) na Bahia, acompanhado pelo fotógrafo francês Pierre Verger (1902 - 1996).

Ele incentiva a criação da Sociedade de Cultura Artística da Bahia, no início da década de 1950, e participa da organização da galeria Oxumaré, a primeira galeria de arte da Bahia, fundada em 1950 por Carlos Eduardo da Rocha, Zitelman de Oliva, José Martins Catharino e Manoel Cintra Monteiro. Em atividade até o início da década de 1960, em dependências cedidas pelo Diários Associados, a galeria realiza importantes exposições de artistas modernos e inicia a comercialização de artes plásticas em Salvador.

Tavares apóia com entusiasmo a criação do Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM/BA, projetado e dirigido pela arquiteta Lina Bo Bardi (1914 - 1992) e inaugurado em 1966. Incentiva também a criação do Museu de Arte Sacra da Bahia, inaugurado pela Universidade Federal da Bahia - UFBA em 1959, colaborando com o historiador da arte dom Clemente Maria da Silva-Nigra na organização da primeira exposição do museu, para a qual empresta as melhores imagens sacras de sua coleção.

Funda, em 1960, a TV Itapoan, primeira emissora de televisão da Bahia. A programação da emissora dá grande apoio a jovens artistas baianos, como Mario Cravo Júnior (1923), Carlos Bastos (1925), Genaro (1926 - 1971) e Raimundo de Oliveira (1930 - 1966). Em 1963 escreve Os Caminhos de Casa - Notas de Viagem. Colabora nas campanhas para a criação do Teatro Vila Velha, em 1964.

Em 1967, torna-se o primeiro presidente do Conselho Estadual de Cultura da Bahia. No mesmo ano, em comemoração dos 25 anos de sua permanência na Bahia, o governo do Estado institui o Prêmio Odorico Tavares para artistas plásticos. Colaborador de Assis Chateaubriand em suas iniciativas culturais, participa da criação do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp em 1947, empenha-se na campanha de formação dos museus regionais e envolve-se na execução do projeto do Museu Regional de Feira de Santana, em 1967.

É eleito para a Academia Baiana de Letras em 1971. Em 1974, escreve Meus Poemas aos Meus Pintores e, em 1975, publica o Livro de Luciano, dedicado ao neto Luciano Tavares, nascido em 1974. Cultiva amizade especial pelo pintor José Pancetti, e é um grande incentivador de seus trabalhos. Ambos trocam larga correspondência até os últimos dias de Pancetti, que, desejando ter sua biografia escrita por Odorico, lhe entrega seus diários e cadernos. São de autoria de Pancetti os retratos de Odorico Tavares, de sua esposa, Gercina Tavares, e da sua filha, Maria Tavares.

Interessado em artes plásticas, arte sacra e arte popular, forma entre 1950 e 1970 uma expressiva coleção, de obras da imaginária religiosa barroca dos séculos XVII e XVIII, mobiliário dos séculos XVIII e XIX, pinturas, gravuras e desenhos de diversos artistas brasileiros, como Candido Portinari (1903 - 1962), Di Cavalcanti, Djanira (1914 - 1979), Segall, Volpi, Pancetti, Antonio Bandeira (1922 - 1967), Guignard (1896 - 1962), Manabu Mabe (1924 - 1997), Cicero Dias (1907 - 2003). Em suas viagens ao exterior, adquire, entre outras, obras de Pablo Picasso (1881 - 1973), Joan Miró (1893 - 1983), Henri Matisse (1869 - 1954), Modesto Cuixart (1925) e Georges Roualt (1871 - 1958).

Encomenda ao arquiteto Diógenes Rebouças (1914 - 1994) o projeto de uma casa especialmente para abrigar sua coleção. Além de obras de arte, a coleção Odorico Tavares reúne álbuns de artista, fotografias, poemas, cartões-postais, cartas e fotografias das reportagens feitas por ele para a revista O Cruzeiro, bem como suas correspondências pessoais.

Exposições 1

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Fontes de pesquisa 3

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  • SCALDAFERRI, Sante. Os primórdios da arte moderna na Bahia: depoimentos, textos e considerações em torno de José Tertuliano Guimarães e outros artistas. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado, 1997. (Casa de Palavras. Memória, 2).
  • TAVARES, Odorico. A arte brasileira da coleção Odorico Tavares. Salvador: Museu de Arte da Bahia, 1982.
  • TAVARES, Odorico. Odorico Tavares a minha casa baiana: sonhos e desejos de um colecionador. Curadoria Emanoel Araújo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2005.

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