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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Carlos Bastos

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 25.10.2024
12.10.1925 Brasil / Bahia / Salvador
12.03.2004 Brasil / Bahia / Salvador
Reprodução fotográfica Iara Venanzi/ Itaú Cultural

[Sem Título]
Carlos Bastos
Óleo sobre tela, c.i.e.
150,00 cm x 90,00 cm

Carlos Frederico Bastos (Salvador BA 1925 - idem 2004). Pintor, ilustrador, cenógrafo. Inicia sua formação artística na Escola de Belas-Artes da Universidade da Bahia, onde ingressa em 1944 e assiste às aulas de João Mendonça Filho, Raymundo Aguiar e Alberto Valença. Nesse ano, participa, ao lado de Mario Cravo Júnior e de Genaro, da 1ª Mostra d...

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Biografia

Carlos Frederico Bastos (Salvador BA 1925 - idem 2004). Pintor, ilustrador, cenógrafo. Inicia sua formação artística na Escola de Belas-Artes da Universidade da Bahia, onde ingressa em 1944 e assiste às aulas de João Mendonça Filho, Raymundo Aguiar e Alberto Valença. Nesse ano, participa, ao lado de Mario Cravo Júnior e de Genaro, da 1ª Mostra de Arte Moderna da Bahia. Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1946, e conclui os estudos na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Estuda também na Sociedade Brasileira de Belas Artes e na Fundação Getúlio Vargas - FGV, aluno de Santa Rosa, Iberê Camargo e Carlos Oswald. Paralelamente, faz cursos particulares com Candido Portinari e aulas de cenografia com Martim Gonçalves. Em 1947, de volta a Salvador, organiza sua primeira individual na Biblioteca Pública. Nesse mesmo ano, realiza especialização na Arts Students League, Nova York. Vai para Paris, em 1949, onde faz cursos de pintura mural e afresco na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts e aulas de desenho na Académie de la Grande Chaumière. De volta ao Brasil, em 1951, participa do 1º Salão de Arte Moderna, 1952, e do Salão Preto e Branco, 1954, entre outros. Após novo período em Paris, de 1957 a 1958, monta seu ateliê no Solar da Jaqueira em Salvador, fixando-se na cidade. Em 1962, um acidente o mantém por longo período em cadeira de rodas. Edita Santos e Anjos da Bahia, com prefácio de Jorge Amado, em 1965, momento em que uma paralisia leva-o a novo período em cadeira de rodas. Ilustra diversos livros nas décadas de 1970 e 1980.

Análise

O cenário da obra de Carlos Bastos é a Bahia, que ele representa com franca postura realista. Valendo-se de desenho minucioso e forte colorido, suas telas explicitam compromisso com o registro da região e sua cultura. Nesse sentido, sua produção dialoga com a de outros artistas atuantes na Bahia como Carybé, Genaro, Mario Cravo Júnior e Jenner Augusto. Os retratos ocupam lugar destacado na década de 1940 (Auto-Retrato, 1943, Retrato de Wallace Michael, 1948, e Mulher com Gato, 1948), permanecendo filão importante na obra madura (Retrato de Nair e Genaro, 1961, e Retrato de Maria Emília, 1971). As festas - outro eixo temático bastante explorado - fornecem novas possibilidades para a expressão da cor e da vida local (A Procissão, 1947, Festa Cívica, 1958, Procissão do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, 1973/1975, e Festa de São Pedro em Praia do Forte, 1995). Também as figuras populares, negros, meninos abandonados, jogadores etc. são frequentemente convocados a compor telas de cores exuberantes e/ou extensos painéis. O universo religioso, católico e afro-brasileiro, ocupa lugar destacado no interior desse leque temático.

Se a pintura é uma das grandes expressões de Bastos, seu nome está ligado aos murais e painéis que realiza para edifícios públicos que almejam figurar a alma mística do povo, seus símbolos e crenças. Ainda que atento à dimensão social, sua preocupação maior são formas, corpos, linhas e cores, o que leva diversos críticos a sublinharem a "sensualidade" dessas obras. Nos termos de Roger Bastide: "O que impressiona o espectador, antes de mais nada, é a sensualidade que não é como no expressionismo alemão, por exemplo, uma revolta contra a moral burguesa, mas que é espontânea, natural. Sensualidade da cor, que o leva a não temer o decorativismo".

Obras 28

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

A Procissão

Óleo sobre papelão
Reprodução fotográfica Roberto Rosa

Auto-Retrato

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica Paulo Scheuenstuhl

Festa Cívica

Óleo sobre tela

Exposições 204

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Fontes de pesquisa 14

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  • BASTOS, Carlos. 40 anos de pintura: 1945-1985. Salvador: Núcleo de Artes do Desenbanco, 1985.
  • BASTOS, Carlos. Carlos Bastos: pinturas recentes. São Paulo: Gerot Galeria de Arte, 1983. il. color., foto p.b.
  • BASTOS, Carlos. Exposição comemorativa dos 60 anos de Carlos Bastos. Salvador: Galeria O Cavalete, 1985. [24] p., il. color.
  • BASTOS, Carlos. Pinturas. Salvador: Prova do Artista, 1994.
  • BASTOS, Carlos. Pinturas. Salvador: Prova do Artista, 1994. B327p 1994
  • CARLOS Bastos. Prefácio Antonio Carlos Magalhães. Salvador: [s.n.], 2000. 759.98104 B327
  • CARLOS Bastos. Salvador: [s.n.], 2000.
  • CARLOS Bastos: desenhos. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado: COPENE, 2001. (Casa de Palavras.Desenhos, 4).
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5). R703.0981 C376d
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • NÚCLEO de Artes: primórdios da arte moderna na Bahia. Salvador: Núcleo de Artes, 1982. , il. p&b color.
  • PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

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