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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Leonardo Villar

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 03.07.2020
25.07.1923 Brasil / São Paulo / Piracicaba
03.07.2020 Brasil / São Paulo / São Paulo
Leonildo Motta (Piracicaba, São Paulo, 1923 - São Paulo, São Paulo, 2020). Ator. Intérprete do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) durante oito anos, Leonardo Villar ganha o patamar dos primeiros atores em Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, 1958; consolidando essa posição como o protagonista de O Pagador de Promessas, de Dias Gomes, em...

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Leonildo Motta (Piracicaba, São Paulo, 1923 - São Paulo, São Paulo, 2020). Ator. Intérprete do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) durante oito anos, Leonardo Villar ganha o patamar dos primeiros atores em Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, 1958; consolidando essa posição como o protagonista de O Pagador de Promessas, de Dias Gomes, em 1960, dirigido por Flávio Rangel (1934-1988)

Forma-se na primeira turma da Escola de Arte Dramática (EAD) em 1948. Estreia profissionalmente em A Raposa e as Uvas, de Guilherme Figueiredo (1915-1997), com direção de Bibi Ferreira (1922-1919), pela Companhia Dramática Nacional (CDN), já chamando a atenção da crítica. Segue-se A Falecida, de Nelson Rodrigues (1912-1980), em que interpreta a personagem Pimentel. Em Canção Dentro do Pão, de Raimundo Magalhães Junior, dirigido por Sergio Cardoso (1925-1973), disfarça a idade vivendo o velho e ridículo Finot, segundo o crítico Paschoal Carlos Magno (1906-1980), "por força de sua consciência profissional e completa integração ao personagem".1

Passa a integrar o corpo estável do Teatro Brasileiro de Comédia, atuando em vários espetáculos, entre eles: Leonor de Mendonça, de Gonçalves Dias, 1954, e Santa Marta Fabril S. A., de Abílio Pereira de Almeida (1906-1971), 1955, ambos direção de Adolfo Celi (1922-1986). Em 1958, recebe os prêmios Saci e Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, protagonizando Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, direção de Alberto D'Aversa (1920-1969). A Revista Anhembi, depois de considerar o espetáculo uma das melhores e mais homogêneas entre as representações do conjunto, dedica uma avaliação ao ator: "Chegamos [...] ao grande vencedor deste grande espetáculo: Leo Villar, intérprete quase perfeito de Eddie Carbone, o carregador boçal, mas profundamente humano e honesto [...]. Se, nas primeiras cenas, Leo Villar nos pareceu menos à vontade, não muito firme nem sincero em sua interpretação, aos poucos ele foi crescendo [...] com o desenrolar do drama para atingir nas cenas dificílimas com o advogado, alturas inesperadas em tão jovem ator e que lhe valem todas as noites entusiásticos aplausos em cena aberta".2

 Em O Estado de S. Paulo, Décio de Almeida Prado (1917-2000) escreve: "Leonardo Villar está tão comovente e humano como em Um Panorama Visto da Ponte. Não é fácil parecer bom em cena: percebemos, com facilidade, a contrafação. Leonardo Villar não só retrata com tocante veracidade a inocência, mas o faz sem emprestar-lhe nada de edulcorado ou de piegas [...]".Em 1960, recebe os prêmios Governador do Estado de São Paulo e Associação Paulista de Críticos Teatrais pela célebre interpretação do protagonista Zé do Burro de O Pagador de Promessas.

Villar volta a interpretar o mesmo personagem na versão cinematográfia da peça, dirigida por Anselmo Duarte (1920-2009), em 1962, que recebe a Palma de Ouro em Cannes. Seus últimos espetáculos no TBC são A Semente, de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), 1961, e A Morte do Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, 1962, ambos dirigidos por Flávio Rangel.

Durante a década de 1970, atua em diversos espetáculos, entre eles uma nova montagem de Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, desta vez com direção de Odavlas Petti (1929-1997).

Em 1980, atua em Campeões do Mundo, de Dias Gomes, com direção de Antônio Mercado, e, no ano seguinte, está em Motel Paradiso, de Juca de Oliveira (1935), sob a direção de José Renato (1926-2011).

Em 1998, retorna ao cinema em Ação entre Amigos, de Beto Brant (1964).

Além do teatro e do cinema, Leornado Villar também tem trajetória na teledramaturgia como nas novelas O Primeiro Amor (1972), dirigida por Walther Negrão (1941) e  Os Ossos do Barão (1973), de Jorge Andrade (1922-1984).

A trajetória de Leonardo Villar passa por diferentes suportes da dramaturgia brasileira, contribuindo para construção de personagens icônicos no teatro e no cinema como Zé do Burro, de O Pagador de Promessas

Notas

1. MAGNO, Paschoal Carlos. Canção dentro do pão. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 25 jun. 1953.

2. REVISTA ANHEMBI. n. 93, v. 30, ago. 1958.

3. PRADO, Décio de Almeida. Citado em DIONYSOS. Rio de Janeiro: Serviço Nacional de Teatro, n. 25, set. 1980. Número especial sobre o TBC. p. 118.

Obras 1

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Espetáculos 50

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Fontes de pesquisa 8

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  • ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Edélcio Mostaço]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
  • G1. Leonardo Villar, ator de 'O pagador de promessas' e 'Passione', morre aos 96 anos. G1. 03 jul. 2020. Pop & Arte. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2020/07/03/ator-leonardo-villar-morre-aos-96-anos-em-sao-paulo.ghtml. Acesso em: 03 jul. 2020
  • GUZIK, Alberto; PEREIRA, Maria Lúcia (Org.). Teatro Brasileiro de Comédia. Dionysos, Rio de Janeiro, n. 25, set. 1980. Edição especial.
  • MICHALSKI, Yan; TROTTA, Rosyane. Teatro e estado: as companhias oficiais de teatro no Brasil: história e polêmica. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, 1992. 235 p. (Teatro, 21).
  • Programa do Espetáculo - Campeões do Mundo - 1980. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - O Grande Amor de Nossas Vidas - 1978. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - O Sistema Fabrizzi - 1966. Não catalogado
  • VILLAR, Leonardo. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.

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