Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Antígone

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 21.12.2015
21.08.1952 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro fotográfico Fredi Kleemann

Antígone, 1952
Fredi Kleemann
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Principal montagem do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em 1952. Adolfo Celi (1922-1986), o diretor, reúne num mesmo espetáculo o original grego de Sófocles (ca.496 a.C-ca.405 a.C) e a leitura moderna de Jean Anouilh (1910-1987) do mesmo mito, numa realização à altura dos melhores espetáculos da companhia. A tradução de Sófocles é de Guilherme...

Texto

Abrir módulo

Histórico
Principal montagem do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em 1952. Adolfo Celi (1922-1986), o diretor, reúne num mesmo espetáculo o original grego de Sófocles (ca.496 a.C-ca.405 a.C) e a leitura moderna de Jean Anouilh (1910-1987) do mesmo mito, numa realização à altura dos melhores espetáculos da companhia. A tradução de Sófocles é de Guilherme de Almeida (1890-1969), definida como uma "transcrição", em sua tentativa de criar em português a mesma beleza do original. A tradução do texto de Jean Anouilh é de Bandeira Duarte.

Antígone trata da luta pelo poder desencadeada na cidade de Tebas, onde dois irmãos - Polinice e Etéocles - morrem guerreando-se mutuamente. O tirano Creonte, tio dos jovens, proíbe que Polinice, o invasor seja enterrado. Antígone, irmã dos dois combatentes, desrespeita o decreto e dá sepultura ao irmão, invocando as leis divinas e os costumes, segundo ela, mais fortes do que aquelas estabelecidas posteriormente pelos homens.

A discussão política é o cerne dos dois textos, sendo que a versão de Jean Anouilh, escrita em 1943, alude diretamente à França sob a ocupação nazista. O espetáculo dura quatro horas e Celi usa o mesmo elenco, com a mesma distribuição de papéis nas duas versões, reforçando os contrastes entre elas.

A cenografia para a tragédia de Sófocles é de Bassano Vaccarini (1914-2002), os figurinos são assinados por ele e Rina Fogliotti. Os cenários e figurinos para a versão francesa são uma realização de Aldo Calvo (1906-1991). A maquiagem de Leontij Tymoszcenko, resulta de um minucioso trabalho de pesquisa de época. As máscaras da versão grega são do artista plástico Darcy Penteado (1926-1987).

A recepção crítica da montagem de Sófocles é bem mais positiva do que a da revisão moderna de Jean Anouilh. Cacilda Becker (1921-1969) (Antígone) e Paulo Autran (1922-2007) (Creonte) destacam-se à frente do numeroso elenco, ganhando o Prêmio Saci de melhor atriz e ator, juntamente com Celi, que leva o de melhor diretor. No comentário de Ruggero Jacobbi (1920-1981), as "nove semanas de um espetáculo praticamente interminável, com textos de Sófocles e do Anouilh menos fútil, seriam um recorde de civilização teatral em qualquer parte do mundo".1

O crítico Décio de Almeida Prado (1917-2000) aprova a montagem: "Antígone é um debate de idéias. Até aí nenhuma novidade. Adolfo Celi sempre gostou de peças de fundo filosofante [...]. A direção, desta vez, não se apóia mais em achados brilhantes e de caráter quase precioso, como o balanço de Seis Personagens, talvez porque não tenha sentido necessidade de demonstrar aos outros e a si mesmo a sua capacidade criadora. A encenação de Antígone, tão sensível, tão justa, tão inteligente, parece provar que Celi acaba de atingir um ponto ideal de maturidade, aquele em que o intérprete realiza o milagre de criar tudo de novo, sem acrescentar propriamente nada".2

Notas
1 JACOBBI, Ruggero. Antígone. Folha da Noite, Rio de Janeiro, 15 out. 1952.
2 PRADO, Décio de Almeida. As duas Antígones. Apresentação do Teatro brasileiro moderno. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 2001. p. 298.

Ficha Técnica

Abrir módulo
Autoria
Jean Anouilh
Sófocles

Tradução
Bandeira Duarte / Antígone
Guilherme de Almeida / Antígone

Direção
Adolfo Celi

Cenografia
Aldo Calvo / Antígone
Bassano Vaccarini

Criação de máscaras
Darcy Penteado

Figurino
Aldo Calvo / Antígone
Bassano Vaccarini / Antígone
Darcy Penteado / Antígone
Rina Fogliotti / Antígone

Elenco
Ana Balechi / 1ª Escrava
Benedito Corsi / Coro de Tebanos; 3º Guarda
Cacilda Becker / Antígone
Carlos Vergueiro / Antígone
Elizabeth Henreid / Antígone
Fredi Kleemann / Antígone
Guiomar Olivastro / Antígone
Jaime Barcelos / Antígone
José Karat Filho / Antígone
Leonardo Villar / Antígone
Luiz Calderaro / Antígone
Luiz Linhares / Antígone
Marina Freire / Antígone
Mário Gregori / Antígone
Maurício Barroso / Antígone
Nydia Licia / Eurídice
Paulo Autran / Antígone (Prêmio Saci)
Rubens Costa / Antígone
Ruy Affonso / Antígone
Sergio Cardoso / Antígone
Ziembinski / Antígone

Produção
Franco Zampari

Obras 2

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 3

Abrir módulo
  • GUZIK, Alberto. TBC: crônica de um sonho. São Paulo: Perspectiva, 1986.
  • GUZIK, Alberto; PEREIRA, Maria Lúcia (Org.). Teatro Brasileiro de Comédia. Dionysos, Rio de Janeiro, n. 25, set. 1980. Edição especial.
  • PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 1996. (Debates, 211).

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: