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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Aldo Calvo

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 09.11.2014
1906
1991 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro fotográfico Fredi Kleemann

Aldo Calvo
Fredi Kleemann, Aldo Calvo
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Aldo Calvo (San Remo Itália 1906 - São Paulo SP 1991). Cenógrafo e figurinista. Arquiteto e cenógrafo de grande criatividade e aguda capacidade em resolver problemas operacionais, passa da área artística para a técnica com grande desenvoltura, imprimindo novos rumos a essas atividades.

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Biografia
Aldo Calvo (San Remo Itália 1906 - São Paulo SP 1991). Cenógrafo e figurinista. Arquiteto e cenógrafo de grande criatividade e aguda capacidade em resolver problemas operacionais, passa da área artística para a técnica com grande desenvoltura, imprimindo novos rumos a essas atividades.

Inicia-se em 1935, na Itália, nas áreas de cenografia e indumentária, construindo bem-sucedida carreira de cenógrafo e figurinista de ópera, teatro e cinema, interrompida pela Guerra. Chega ao Brasil em 1947, inicialmente trabalhando com decoração. Logo é descoberto por Franco Zampari e contratado pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), para dirigir o departamento técnico, em que implanta as oficinas de cenografia, carpintaria e cenotécnica, respaldo indispensável para o brilhantismo que o conjunto vai adquirir no acabamento visual das realizações.

Estréia no TBC ainda quando era um espaço para abrigar os amadores, concebendo os cenários de A Mulher do Próximo, texto e direção de Abílio Pereira de Almeida, pelo Grupo de Teatro Experimental (GTE), em 1948, realizando todas as demais cenografias no ano seguinte. Nick Bar...Álcool, Brinquedos, Ambições, de William Saroyan, a estréia profissional do conjunto, com direção de Adolfo Celi, em 1949, conta com sua participação. Seu melhor trabalho nessa fase inicial é para O Mentiroso, de Carlo Goldoni, uma encenação de Ruggero Jacobbi, em que emprega dois palcos giratórios para albergar os cenários, reconstituindo com minúcias as indumentárias do settecento veneziano.

Em 1950, Calvo é o figurinista de Entre Quatro Paredes, de Jean-Paul Sartre, e Um Pedido de Casamento, de Anton Tchekhov, ambas encenações de Celi, e de A Importância de Ser Prudente, de Oscar Wilde; além de supervisionar toda a parte técnica de O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams, duas direções de Luciano Salce.

Em 1951, cria os figurinos para a bem-sucedida montagem de Seis Personagens à Procura de Um Autor, de Luigi Pirandello, e os cenários e figurinos para A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, encenação grandiosa de Salce, concebida para marcar os três anos de inauguração do TBC e realizada no Theatro Municipal.

Assume a chefia de cenografia da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em 1952, onde desempenha um papel-chave no sucesso inicial do empreendimento. Não abandona o TBC, participando como cenógrafo e figurinista em Antígone, de Jean Anouilh, 1952; de Divórcio Para Três, de Victorien Sardou, numa direção de Ziembinski, 1953; como figurinista de Na Terra como no Céu, de Franz Hochwalder, 1953; e Uma Certa Cabana, de André Roussin, 1953, seu último trabalho para a companhia.

Em 1956, Aldo cria cenários e figurinos para a Companhia Tônia-Celi-Autran (CTCA): Otelo, de William Shakespeare - recebe os prêmios Saci, Governador do Estado e Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT), de melhor figurinista -, e A Viúva Astuciosa, de Carlo Goldoni. Em 1957, é homenageado com uma exposição individual na Bienal Internacional de São Paulo. Viaja para a Venezuela, mas retorna ao Brasil pouco depois, onde imprime novo impulso à sua carreira.

Assumindo as funções da arquitetura teatral, participa da reforma ou construção de algumas das melhores salas do país, como o TBC, o Centro de Convivência Cultural de Campinas, o Teatro Guaíra de Curitiba, o Teatro Castro Alves de Salvador, o Palácio das Artes de Belo Horizonte, os Teatros Municipais de Santos, Santo André, Sorocaba e Rio Claro, o Teatro Sérgio Cardoso de São Paulo, o Teatro Nacional de Brasília, os Teatros Adolfo Bloch e Glória do Rio, o Teatro Amazonas de Manaus.

Aldo Calvo tem, nas diferentes atividades de que participa, uma contribuição fundamental para modernizar a mentalidade e as técnicas empregadas no teatro brasileiro, implantando uma consciência de rigor profissional.

Segundo o verbete de um catálogo de exposição, para Aldo Calvo "cenografia é interpretar o texto visual e cenotecnicamente, respeitando e solucionando todo o critério de marcação, criando uma forma de encantamento num período curto e rápido". Prossegue, relatando: "Dedicou-se também à arquitetura teatral, sendo um dos únicos neste setor. Continua desenvolvendo seu trabalho de cenógrafo na ópera, onde encontra sua maior realização. Acredita que em qualquer espaço pode-se fazer cenografia, dependendo da capacidade e da formação do cenógrafo. O que mudou na atual cenografia foram os meios utilizados, pois o conceito continua o mesmo".1

 

Notas
1. FERRARA, J.A.; SERRONI, J. C. (Org.). Cenografia e indumentária no TBC. São Paulo: Secretaria do Estado da Cultura, 1980. p. 39.

Obras 1

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Espetáculos 35

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Exposições 1

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Fontes de pesquisa 5

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  • ALMEIDA, Maria Inez Barros de. Panorama Visto do Rio: Companhia Tônia-Celi-Autran. Rio de Janeiro: Inacen, 1987.
  • ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Edélcio Mostaço]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
  • FERRARA, J.A.; SERRONI, J. C. (Org.). Cenografia e indumentária no TBC. São Paulo: Secretaria do Estado da Cultura, 1980. 157 p. Verbete Aldo Calvo.
  • GUZIK, Alberto. TBC: crônica de um sonho. São Paulo: Perspectiva, 1986.
  • GUZIK, Alberto; PEREIRA, Maria Lúcia (Org.). Teatro Brasileiro de Comédia. Dionysos, Rio de Janeiro, n. 25, set. 1980. Edição especial.

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