Ruy Affonso
Texto
Ruy Affonso Machado (São Paulo, São Paulo, 1920 - idem 2003). Ator e diretor. Intérprete da primeira geração do Teatro Brasileiro de Comédia, elegante e refinado, destacando-se nos papéis característicos da alta classe social.
Após formar-se em direito, pretende seguir a carreira diplomática, mas acaba por integrar-se ao Grupo de Teatro Experimental, GTE, comandado por Alfredo Mesquita, e, posteriormente, ao Grupo Universitário de Teatro, GUT, dirigido por Décio de Almeida Prado. Integra os elencos de O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente; e O Baile dos Ladrões, de Jean Anouilh, duas produções apresentadas na programação amadora do Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, em 1948. No ano seguinte, está em Nick Bar...Álcool, Brinquedos, Ambições, de William Saroyan, com direção de Adolfo Celi, já profissionalizado, atuando nas grandes criações da companhia em sua primeira fase: Arsênico e Alfazema, de Joseph Kesselring; Luz de Gás, de Patrick Hamilton, ambas direções de Celi; O Mentiroso, de Carlo Goldoni, encenação de Ruggero Jacobbi, todas em 1949; no ano seguinte, está em A Ronda dos Malandros, de John Gay, montagem que faz Ruggero Jacobbi retirar-se da companhia; O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams, e Do Mundo Nada Se Leva, de Kaufman e Hart, ambas com o diretor Luciano Salce. Em 1951, integra os elencos de Seis Personagens à Procura de Um Autor, de Luigi Pirandello; Convite ao Baile, de Jean Anouilh; O Grilo da Lareira, de Charles Dickens, este com direção de Ziembinski; Ralé, de Máximo Gorki, encenação de Flaminio Bollini; e A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, comemoração de aniversário de três anos do TBC. Em 1952, seu último ano na companhia, participa de Inimigos Íntimos, de Barillet e Grédy; do 1º ato de Antígone, este na versão de Sófocles; e Vá com Deus, de John Murray e Allen Boretz.
Casando-se com a atriz Elizabeth Heinreid, Ruy sai da empresa e estagia durante um ano em teatros europeus. Em sua volta dirige a companhia de Nicette Bruno e Paulo Goulart, criando É Proibido Suicidar-se na Primavera, de Alejandro Casona, em 1953, e atuando em Week-end, de Noel Coward, numa direção de Antunes Filho.
Em 1955, dirige no Teatro Lotte Sievers, realizando as montagens de A Reunião de Família e A Cacatua Verde, ambos textos de Arthur Schnitzler; E a Morte Foi Contratada, de Lotte Sievers; e O Cadete Winslow, de Terence Rattingan.
Em 1963, está no Teatro Cacilda Becker, TCB, em O Santo Milagroso, de Lauro César Muniz, com o ator Walmor Chagas dirigindo o elenco. Lança, então, em 1966, o grupo Jograis de São Paulo, cuja primeira composição inclui, além dele próprio, Rubens de Falco, Felipe Wagner e Ítalo Rossi, dedicando-se a recitais de poemas. O sucesso leva-os a percorrer o Brasil em longas excursões e também a Europa, numa atividade que se estende por 35 anos.
Em 1974, é novamente dirigido por Antunes Filho, agora no Teatro Maria Della Costa, TMDC, em Tome Conta de Amelie, de Georges Feydeau. É também conduzido por Flávio Rangel em Amadeus, de Peter Shaffer, 1982; e, ao lado de Vera Fisher, em Negócios de Estado, de Louis Verneuil, em 1984.
Espetáculos 44
Fontes de pesquisa 8
- DYONISOS. Rio de Janeiro, n. 25, set. 1980.
- GUERINI, Elaine. Nicette Bruno & Paulo Goulart: tudo em família. São Paulo: Cultura - Fundação Padre Anchieta: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. 256 p. (Aplauso Perfil). 792.092 G932n
- GUZIK, Alberto. TBC: crônica de um sonho. São Paulo: Perspectiva, 1986.
- Morre o ator e diretor teatral Ruy Affonso. Disponível em: [http://www.unifolha.com.br/Materia/?id=6641]. Acesso em: 17 ago. 2007. Unifolha
- PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 1996. (Debates, 211).
- Portal VSP. Disponível em: [http://www.vsp.com.br/noticias/mostra_not.php?id=3321&pagina=2]. Acesso em: 07 jan 2007. Morre Ruy Affonso, um dos fundadores do TBC
- Programa do Espetáculo - Amadeus - SP. Não catalogado
- Programa do Espetáculo - Boca Molhada de Paixão Calada - 1984. Não catalogado
Como citar
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RUY Affonso.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa4668/ruy-affonso. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7