Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Paulo César Pereio

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 13.09.2024
19.10.1940 Brasil / Rio Grande do Sul / Alegrete
12.05.2024 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Paulo César de Campos Velho (Alegrete, Rio Grande do Sul, 1940 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024). Ator. Importante nome do Cinema Novo e do teatro, Pereio cria personagens com um perfil cafajeste e rude trabalhados no prisma do humor.

Texto

Abrir módulo

Paulo César de Campos Velho (Alegrete, Rio Grande do Sul, 1940 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024). Ator. Importante nome do Cinema Novo e do teatro, Pereio cria personagens com um perfil cafajeste e rude trabalhados no prisma do humor.

Inicia sua trajetória no teatro em 1958 em uma montagem de Esperando Godot do dramaturgo irlandês Samuel Beckett, encenação do grupo Teatro de Equipe, em Porto Alegre. Paralelo ao teatro, passa a atuar no cinema, onde estreia em Os Fuzis (1964) de Ruy Guerra (1931). No Teatro, atua com diretores como Zé Celso (1937-2023) e elenco do Teatro de Arena na montagem de O Rei da Vela, em 1967. No mesmo ano, fortalece sua relação com o cinema novo, atuando em Terra em Transe de Glauber Rocha (1939-1981) e que se mantém longeva trabalhando com outros diretores como Nelson Pereira dos Santos (1927) e Gustavo Dahl (1938-2011), com quem consolida a relação com movimento de vanguarda, atuando em O Bravo Guerreiro (1968).

Também se relaciona com a pornochanchada, atuando em filmes como As loucuras de um sedutor (1975), de Alcino Diniz (1930-1996). O ator, que se declarava inspirado pelo ator americano Humphrey Bogart (1899-1957), símbolo de masculinidade no cinema de Hollywood entre as décadas de 1940 e 1950, consolida neste tipo de produção a criação do personagem cafajeste e sedutor através da construção de uma figura masculina rude e grosseira, usando, especialmente, da colocação de sua voz, naturalmente grave.

Atua em Iracema, uma transa amazônica (1974) de Jorge Bodanzky (1932) e Orlando Sena. Pereio é o único ator profissional a atuar no filme junto com um elenco local e vive o caminhoneiro gaúcho Tião Brasil Grande que está em Belém do Pará para buscar um carregamento e onde conhece Iracema [Edna de Cássia (1959)], uma jovem de 15 anos que decide seguir viagem com o motorista debochado e malandro. A atuação de Pereio se destaca pela capacidade de improviso. O ator, que se relaciona em muitos momentos com não atores que estão presentes nas locações, improvisa entre conversas que ganham um aspecto de entrevista mas que se misturam com a ficção da história central do longa.

Com uma trajetória longeva, ao longo de sua carreira trabalha em cerca de 60 filmes, entre eles, na década de 1980, ao lado de Sônia Braga (1950), atua em Eu te amo (1981), de Arnaldo Jabor (1940-2022). Novamente, em uma papel debochado e marcado pela masculinidade rude que é característica de sua atuação, seu papel se opõe ao do galã interpretado por Tarcísio Meira (1935-2021). No longa, vive um empresário falido e com Sônia Braga, que tenta superar o fim com Tarcísio, estabelece um romance cheio de problemáticas e marcado pelo abandono e solidão, das quais, ambos tentam, através do relacionamento, se afastar. Na década de 1980, também faz sua estreia na televisão em novelas como Roque Santeiro (1985-1986) e Salvador da Pátria (1989).

O documentário Peréio, eu de odeio (2023), no qual, através de cenas de duas atuações e depoimentos de personalidades e amigos que convivem e trabalham com o ator, os diretores Allan Sieber (1972) e Tasso Dourado relembram sua trajetória e desenham o perfil do ator e sua personalidade que se confunde com seus personagens.

Ator de personalidade forte, seus personagens se confundem com seu modo de viver fora das atuações e contribui para a criação de um estereótipo de masculinidade que se faz presente na maior parte de seus personagens, especialmente no cinema.

Obras 1

Abrir módulo

Espetáculos 25

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 12

Abrir módulo

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: