Léo Jusi
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Biografia
Luiz Leôncio Jusi (Curitiba PR 1930). Diretor. Defensor do incremento à dramaturgia nacional, lança vários textos inéditos, inclusive de Nelson Rodrigues (1912-1980), seu autor favorito, tanto como encenador quanto como diretor do Teatro Santa Rosa, do qual está à frente de 1961 a 1976.
Estuda escultura com Bruno Giorgio (1905-1993), pintura com Almir Mavignier (1925), e teatro, como ator, no Curso Prático de Teatro do Serviço Nacional de Teatro (SNT), de 1949 a 1952. Em 1951, ingressa na companhia de Procópio Ferreira (1898-1979), fazendo papéis secundários. Em 1953, elabora, com Augusto Boal (1931-2009), Abdias do Nascimento (1914-2011) e Nelson Rodrigues, um manifesto em favor do incentivo à dramaturgia nacional, sob o título de Companhia Suicida do Teatro Brasileiro. Une-se ao autor Glaucio Gill (1932-1965) em um trabalho com associações e clubes - nesse circuito faz sua primeira experiência como diretor, em A Mulher de Todos Nós, de Pedro Bloch (1914-2004). Revela-se em 1954, dirigindo a segunda versão de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, com cenários de Santa Rosa (1909-1956). Em 1955, é supervisor cênico do Teatro Duse. Em 1956, obtém grande sucesso com a montagem do musical Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes (1913-1980), música de Tom Jobim (1927-1994), com o Grupo de Teatro Experimental (GTE), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Outro espetáculo baseado em texto de Nelson Rodrigues, a criação original de Perdoa-me por Me Traires, também lançado no Municipal do Rio de Janeiro, 1957, obtém sucesso e causa escândalo, principalmente por misturar em cena atores negros e brancos. No elenco, o próprio Nelson faz sua primeira (e talvez única) experiência como ator, declarando que pretende exaltar a importância do canastrão no teatro. Em 1958, Léo Jusi encena, para o Teatro Experimental do Negro (TEN), a montagem original do texto impressionista de Abdias do Nascimento, Sortilégio. Volta-se mais uma vez para Nelson Rodrigues ao dirigir em 1958, em São Paulo, Vinde Ensaboar Vossos Pecados, uma adaptação de Dorotéia. Em 1961, associado a Gláucio Gill e ao produtor Hélio Bloch, funda no Rio de Janeiro, em Ipanema, o Teatro Santa Rosa, do qual é, até o fechamento da casa em 1976, o diretor artístico, passando a concentrar praticamente toda a sua atividade de diretor no seu palco. Dirige o espetáculo inaugural da sala, Procura-se Uma Rosa, com peças curtas de Vinicius de Moraes, Gláucio Gill e Pedro Bloch; e ainda, entre outros, a bem-sucedida comédia de Gláucio Gill, Toda Donzela Tem Um Pai Que É Uma Fera, 1962; o musical de Hélio Bloch, A Úlcera de Ouro, 1967; o lançamento do humorista Ziraldo (1932) como comediógrafo com Este Banheiro É Pequeno Demais para Nós Dois, 1968; e o grande sucesso de público Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá, de Fernando Mello, 1973, do qual assinaria em 1974 uma nova montagem em São Paulo, e que remontaria várias vezes nos anos subseqüentes. Em 1970, participa ativamente da fundação da Associação Carioca de Empresários Teatrais (ACET). Com o desaparecimento do Teatro Santa Rosa, sua atividade como diretor torna-se cada vez mais esporádica, sendo substituída pelo seu trabalho como professor de direção e de prática de montagem no Centro de Letras e Artes da Universidade do Rio de Janeiro (Uni-Rio).
Espetáculos 18
Fontes de pesquisa 6
- ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Márcio Freitas]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
- ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Rosyane Trotta]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
- GUERINI, Elaine. Nicette Bruno & Paulo Goulart: tudo em família. São Paulo: Cultura - Fundação Padre Anchieta: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. 256 p. (Aplauso Perfil). 792.092 G932n
- JUSI, Léo. Rio de Janeiro: CEDOC / Funarte. Dossiê Personalidade Artes Cênicas.
- PERDOA-ME por me Traíres. Rio de Janeiro: CEDOC / Funarte. Dossiê Espetáculo Teatro Adulto.
- Programa do Espetáculo - Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá - 1973. Não catalogado
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
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LÉO Jusi.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa349393/leo-jusi. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7