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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Ziraldo

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 08.08.2024
24.10.1932 Brasil / Minas Gerais / Caratinga
06.04.2024 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro

Menino Maluquinho, 1988
Ziraldo

BiografiaZiraldo Alves Pinto (Caratinga MG 1932). Desenhista, caricaturista, cartunista, ilustrador, jornalista e escritor. Apresenta seu primeiro desenho aos 7 anos de idade no jornal Folha de Minas, em 1939. Em 1949, muda-se para o Rio de Janeiro, onde colabora nos periódicos infantis Vida Infantil, Vida Juvenil e Sesinho e começa a publicar t...

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Biografia
Ziraldo Alves Pinto (Caratinga MG 1932). Desenhista, caricaturista, cartunista, ilustrador, jornalista e escritor. Apresenta seu primeiro desenho aos 7 anos de idade no jornal Folha de Minas, em 1939. Em 1949, muda-se para o Rio de Janeiro, onde colabora nos periódicos infantis Vida Infantil, Vida Juvenil e Sesinho e começa a publicar trabalhos na revista A Cigarra. Em 1952 ingressa na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG e realiza trabalhos mensais na revista Era uma Vez. Em 1954, substitui o caricaturista Borjalo (1925 - 2004) no jornal Folha de Minas e colabora no jornal Binômio. Em 1957, muda-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, começa a trabalhar na  revista O Cruzeiro, onde, dois anos depois, cria o personagem Pererê. Com o sucesso desse personagem, a empresa O Cruzeiro passa a publicar uma revista mensal apenas com suas histórias. No ano de 1963, começa a trabalhar no Jornal do Brasil e, em 1964, na revista Pif-Paf, dirigida por Millôr Fernandes (1923). Em 1967, edita o suplemento dominical Cartum JS, do Jornal dos Sports. No ano seguinte, ganha destaque internacional, e tem seus desenhos publicados em revistas estrangeiras. Integra a equipe de fundadores do jornal O Pasquim, lançado em 1969. Desde então, dedica-se à publicação de livros infantis e, entre muitos títulos, destacam-se Flicts (1969), O Menino Maluquinho (1980) e O Bichinho da Maçã (1982). Em 1982 abandona a direção d'O Pasquim para dedicar-se principalmente à literatura infantil. Em 1999, funda as revistas Bundas - paródia da revista Caras - e Palavra. Em 2002, começa a publicar um novo periódico chamado O Pasquim 21.

Comentário Crítico
Nascido em Minas Gerais, Ziraldo cresce no Rio de Janeiro. Em 1949, tem seu primeiro cartum publicado na revista A Cigarra. No ano seguinte, retorna para Minas Gerais, onde conclui o curso de direito. Nesse período, colabora nas publicações Folha de Minas e Binômio. Em 1956, volta a residir no Rio de Janeiro, e se dedica à atividade de cartunista. Realiza trabalhos para publicações como Folha de S. Paulo, Fatos e Fotos, Fairplay, Jornal do Brasil e Correio da Manhã e, internacionalmente, na Mad (Estados Unidos), Penthouse e Private Eye (Inglaterra) e Planète e Plexus (França).

Para o historiador Herman Lima, Ziraldo integra o grupo de artistas cujo trabalho sucede, na imprensa ilustrada do Brasil, ao grupo dos que se dedicam à caricatura política ou pessoal, desde que esse gênero perde força durante o Estado Novo (1937 - 1945), com as restrições impostas pelo Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP. O estudioso Gilberto Maringoni destaca a relação de suas obras, assim como as de Millôr Fernandes (1923) e Fortuna (1931 - 1994), entre outros, com a produção dos cartunistas europeus do pós-guerra.

Um dos primeiros personagens criados pelo artista é o Pererê, que aparece em histórias em quadrinhos de mesmo nome, publicadas pela empresa O Cruzeiro, no formato de revista, em cores, entre 1960 a 1964. Para o estudioso Joaquim da Fonseca, nessas histórias são apresentados temas e personagens brasileiros, sendo o principal deles o saci. Nos trabalhos, de maneira indireta, o autor faz alusão às injustiças e às iniqüidades que afligem o Brasil. A revista alcança grande popularidade. Em 1964, Ziraldo participa da criação do jornal O Pasquim. O próprio artista define a publicação como um centro difusor de jornalismo crítico que pretende fazer resistência à ditadura.

Seus personagens tornam-se muito conhecidos, como, por exemplo, a Supermãe, cujas histórias são publicadas no Jornal do Brasil e na revista Claudia. Nesses trabalhos, o artista satiriza a imagem da mãe superprotetora.

Em 1969, Ziraldo publica seu primeiro livro infantil: Flicts, que conta a história de uma cor que procura seu lugar no mundo. Desde então tem se dedicado à realização de livros para crianças. Com o Menino Maluquinho, publicado em 1980, explora o universo criativo da infância. Sua produção inclui também diversas paródias de atores famosos de cinema e de super-heróis de histórias em quadrinhos, como do Super-Homem, Dick Tracy ou Batman e Robin. Em 2002, Ziraldo é um dos responsáveis pela volta da publicação do Pasquim, que recebe o nome de Pasquim 21 em alusão ao novo século. Para o historiador Pedro Corrêa do Lago, Ziraldo é, dos caricaturistas brasileiros surgidos na segunda metade do século XX, aquele cujo desenho se torna mais popular e cujo traço é talvez o mais reconhecível dos artistas de sua geração.

Obras 45

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Espetáculos 22

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Exposições 29

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Fontes de pesquisa 10

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • BRAGA, José Luiz. O Pasquim e os anos 70: mais pra epa que pra oba... Brasília: UnB, 1991.
  • CAMPEDELLI, Samira Youssef (org.); ABDALA JUNIOR, Benjamin (org.). Ziraldo. Ilustração Ziraldo. Sao Paulo: Abril Educação, 1982. 108 p., il. p.b., foto. (Literatura comentada).
  • Enciclopédia dos quadrinhos. Assistência de edição Ana Maria Goidanich Fleck; design da capa Caulos. Porto Alegre: L&PM, 1990. 399 p., il. p&b.
  • FONSECA, Joaquim da. Caricatura: a imagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999.
  • LAGO, Pedro Corrêa do. Caricaturistas brasileiros: 1836-1999. Rio de Janeiro: Sextante Artes, 1999. p. 164-169.
  • LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil IV. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963.
  • Programa do Espetáculo - Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá - 1973.
  • REGO, Norma Pereira. Pasquim: gargalhantes pelejas. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1996. 127 p., il. p&b. (Arenas do rio, 6).
  • TEATRO ALIANÇA FRANCESA. Belas Figuras: São Paulo, SP, [1983]. Programa do Espetáculo.

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