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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Stênio Garcia

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.10.2023
28.07.1932 Brasil / Espírito Santo / Mimoso do Sul
Registro fotográfico João Caldas

Stênio Garcia (Porteiro) em cena de Macbeth, 1992
João Caldas, Stênio Garcia
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Stênio Garcia Faro (Mimoso do Sul, Espírito Santo, 1932). Ator. Participa de duas montagens inovadoras no fim dos anos 1960: Cemitério de Automóveis, de Fernando Arrabal (1932), direção de Victor Garcia; e Rito do Amor Selvagem, de José Agrippino de Paula (1937-2007). Ziembinski (1908-1978), Flávio Rangel (1934-1988), Ademar Guerra (1933-1993) e...

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Biografia

Stênio Garcia Faro (Mimoso do Sul, Espírito Santo, 1932). Ator. Participa de duas montagens inovadoras no fim dos anos 1960: Cemitério de Automóveis, de Fernando Arrabal (1932), direção de Victor Garcia; e Rito do Amor Selvagem, de José Agrippino de Paula (1937-2007). Ziembinski (1908-1978), Flávio Rangel (1934-1988), Ademar Guerra (1933-1993) e Antunes Filho (1929), são alguns dos diretores com quem trabalha na fase áurea de sua carreira.

Em 1958, forma-se no Conservatório Nacional de Teatro, no Rio de Janeiro, e ganha uma bolsa de estágio no Teatro Cacilda Becker (TCB), companhia recém-criada. Essa é sua principal escola, sobretudo porque passa a colaborar com o conjunto nas áreas técnica e administrativa, antes de fazer sua estréia profissional como ator em Maria Stuart, de Friedrich von Schiller (1759-1805), com direção de Ziembinski, também em 1958. No ano seguinte, participa dos espetáculos: Os Perigos da Pureza, de Hugh Mills, interpretando o filho de Cacilda Becker (1921-1969); A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho (1824-1895), dirigido por Benedito Corsi, no papel de Saint-Gaudens; Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna (1927-2014), no papel de Bispo, com direção de Cacilda. Atua em O Santo e a Porca, mais um texto de Suassuna, agora sob a direção de Ziembinski, em 1960. No mesmo ano, ingressa no elenco do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em sua última fase, atuando em Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller (1915-2005), dirigido por Alberto D'Aversa (1920-1969); e em O Pagador de Promessas, de Dias Gomes (1922-1999), com direção de Flávio Rangel; e A Semente, de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), As Almas Mortas, de Nikolai Gogol (1809-1852), e A Escada, de Jorge Andrade (1922-1984), todos em 1961; A Morte do Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, Yerma, de Federico García Lorca, e A Revolução dos Beatos, ambos em 1962. Nesses espetáculos é também assistente de direção de Flávio Rangel. Ainda no TBC é dirigido por Antunes Filho em Yerma, de Federico García Lorca. Volta por um ano ao TCB, trabalhando com o diretor Ziembinski, em César e Cleópatra, de Bernard Shaw, O Santo Milagroso, de Lauro César Muniz (1938), e Onde Canta o Sabiá, de Gastão Tojeiro (1880-1965), 1963. No ano seguinte, de volta ao TBC, participa do espetáculo de despedida da companhia, Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, onde faz o papel de Geraldo e é assistente de Antunes Filho. Dirigido por Antônio Abujamra (1932-2015), faz As Fúrias, de Rafael Alberti, no Teatro Ruth Escobar; e, por Ademar Guerra, tem repercussão no desempenho em Oh, Que Delícia de Guerra!, de Joan Littlewood, ambos em 1966. Pelo conjunto desses dois trabalhos recebe o Prêmio Saci e o Prêmio Governador do Estado. Volta a trabalhar com Antunes em Black-Out, de Frederick Knott (1916-2002), 1967, e em A Cozinha, de Arnold Wesker (1932), 1968, onde colabora com o encenador na direção do trabalho de atores. Na companhia de Altair Lima (1936-2002) faz dois musicais: Hair, de Rado e Ragni, mais uma encenação de Ademar Guerra, 1969; e Jesus Cristo Superstar, direção do próprio Altair, 1972. Dois anos antes está em Rito do Amor Selvagem, de José Agrippino de Paula, importante realização do Grupo Sonda, sob a direção de Maria Esther Stockler e José Agrippino. Em 1971, mais uma vez sob a direção de Antunes, alcança um dos pontos altos de sua carreira, protagonizando Peer Gynt, de Henrik Ibsen, em desempenho que lhe vale o Prêmio Molière.

Em 1972, muda-se para o Rio de Janeiro e se engaja no mercado de trabalho na televisão. A sua carreira teatral é progressivamente relegada ao segundo plano, e passa a limitar-se a participações em espetáculos avulsos, nenhum dos quais lhe abre espaço para composições à altura das que haviam marcado a fase anterior de sua carreira.

Trabalha também no cinema, tendo atuado em mais de 20 filmes. Em 1984, participa do último espetáculo do Pessoal do Cabaré, com direção de Buza Ferraz (1950-2010)Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues (1912-1980).

Yan Michalski (1932-1990) avalia seu trabalho: "Ator excepcionalmente vigoroso, dotado de um explosivo potencial corporal e de uma notável intuição de composição cênica, burilada nos seus primeiros anos de ofício pela sua persistente colaboração com alguns dos melhores diretores de São Paulo, Stênio Garcia foi uma das sérias perdas que o teatro sofreu para a televisão"1.

Nota

1 MICHALSKI, Yan. Stênio Garcia. In: ______. Pequena enciclopédia do teatro brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro, 1989. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq.

Obras 2

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Espetáculos 46

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Fontes de pesquisa 9

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  • ALBUQUERQUE, Johana. Stênio Garcia. In: ______. Enciclopédia do teatro brasileiro contemporâneo. São Paulo, 2000. Material elaborado em projeto de pesquisa para Fundação Vitae. Ficha curricular.
  • CARVALHO, Tania. Ney Latorraca: uma celebração. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. (Aplauso Especial).
  • GARCIA, Stênio. Rio de Janeiro: CEDOC / Funarte. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.
  • GUZIK, Alberto; PEREIRA, Maria Lúcia (Org.). Teatro Brasileiro de Comédia. Dionysos, Rio de Janeiro, n. 25, set. 1980. Edição especial.
  • MAGALDI, Sábato; VARGAS, Maria Thereza. Cem anos de teatro em São Paulo (1875-1974). São Paulo: Senac, 2000.
  • MICHALSKI, Yan. Stênio Garcia. In: ______. Pequena enciclopédia do teatro brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro, 1989. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq.
  • MICHALSKI, Yan. Teatro sob pressão: uma frente de resistência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
  • Oh, Que Delícia de Guerra!. São Paulo: Teatro Bela Vista, 1966. 1 programa do espetáculo.
  • Programa do Espetáculo - Black-Out -1967.

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