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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Yara Amaral

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 05.06.2022
16.09.1936 Brasil / São Paulo / São Paulo
31.12.1988 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Yara Amaral Goulart (São Paulo SP 1936 - Rio de Janeiro RJ 1988). Atriz. Intérprete que constrói sua trajetória ao longo dos anos 1960 e 1970, trabalhando com diretores representativos do eixo Rio-São Paulo, culminando com suas atuações no Teatro dos Quatro nos anos 1980. Morre no trágico acidente no Réveillon do Bateau Mouche no auge de sua car...

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Yara Amaral Goulart (São Paulo SP 1936 - Rio de Janeiro RJ 1988). Atriz. Intérprete que constrói sua trajetória ao longo dos anos 1960 e 1970, trabalhando com diretores representativos do eixo Rio-São Paulo, culminando com suas atuações no Teatro dos Quatro nos anos 1980. Morre no trágico acidente no Réveillon do Bateau Mouche no auge de sua carreira.

Inicia no teatro amador em São Paulo e em 1962 participa de um dos Festivais de Teatros de Estudantes organizados por Paschoal Carlos Magno. No mesmo ano, ingressa na Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), onde se forma em 1965, quando estréia profissionalmente como a Sra. Elvsted na montagem de Hedda Gabler, de Henrik Ibsen.

Participa do Centro de Pesquisa do Teatro Brasileiro na casa de Cacilda Becker e Walmor Chagas. Em 1966, passa pelo Teatro de Arena onde, interpretando um pequeno papel em O Inspetor Geral, de Nikolai Gogol, é aplaudida em cena aberta. Faz a empregada Rita na criação original de O Fardão, de Bráulio Pedroso, dirigida por Antônio Abujamra, 1967, e integra O Burguês Fidalgo, de Molière, direção de Ademar Guerra, 1968. Cria o papel feminino de Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos, 1970.

Mudando-se para o Rio de Janeiro participa do Grêmio Dramático Brasileiro, de Aderbal Freire-Filho (Aderbal Junior), destacando-se pela criação do papel de Adélia em Reveillon, de Flávio Márcio, 1974. No mesmo ano, protagoniza outro ambicioso espetáculo experimental, Avatar, de Paulo Afonso Grisolli, dirigido por Luiz Carlos Ripper. Pelo conjunto desses dois trabalhos ganha seu primeiro Prêmio Molière.

Contracena com Fernanda Montenegro em A Mais Sólida Mansão, de Eugene O'Neill, 1976; e tem expressivo desempenho em Os Filhos de Kennedy, de Robert Patrick, 1977. Coordena três ciclos de leituras públicas. No ciclo que ocorre em 1977, no Teatro Ruth Escobar, procura divulgar textos nacionais proibidos pela censura. Em 1978, participa do elenco de Os Veranistas, de Máximo Gorki, espetáculo inaugural do Teatro dos Quatro.

É atriz, co-produtora e animadora em duas produções cooperativadas: El Dia que Me Quieras, de José Ignácio Cabrujas, 1980, e À Moda da Casa, de Flávio Márcio, 1981. Ganha seu segundo Prêmio Molière protagonizando uma comédia inconseqüente, Eu Posso?, de Reinaldo Loy, 1982.

Em 1983, volta ao Teatro dos Quatro, para fazer Goneril na montagem de Rei Lear, de William Shakespeare, dirigida por Celso Nunes. Desde então torna-se atriz convidada permanente do Teatro dos Quatro, onde faz um trabalho por ano, sempre em papéis de peso: Sra. Agazzi em Assim É...(Se Lhe Parece), de Luigi Pirandello, 1984; Rosa em Sábado, Domingo e Segunda, de Eduardo De Filippo, 1986, um desempenho comovente, premiado com o seu terceiro Molière; o monólogo Imaculada, de Franco Scaglia, 1986; Aspázia em Cerimônia do Adeus, de Mauro Rasi, 1987; e o papel-título em Filumena Marturano, de Eduardo De Filippo, 1988.

Yara Amaral atua, também, em papéis de destaque em várias telenovelas.

O crítico Yan Michalski avalia seu trabalho, depois da morte da atriz: "A carreira de Yara Amaral foi, como poucas, a de uma batalhadora que, por um lado, esteve sempre disposta a lutar pelos interesses do teatro em várias frentes; e, por outro, no seu ofício de atriz foi construindo obstinadamente um instrumental cada vez mais sólido. Na reta final da sua trajetória encontrou, nas mammas italianas, um filão interpretativo particularmente condizente com o seu temperamento, sem por isso limitar seu talento a um tipo estratificado. O fato de ter sido, nessa época, uma das poucas atrizes a ser seguidamente convidada para papéis de protagonista sem ser dona ou sócia de uma companhia atesta bem o prestígio de que gozava no meio".1

Nota

1. MICHALSKI, Yan. Yara Amaral (1936-1988). In: ___________. PEQUENA Enciclopédia do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.

Espetáculos 32

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Fontes de pesquisa 8

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  • AMARAL, Yara. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.
  • ARENA conta Tiradentes. São Paulo: Teatro de Arena, 1967. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro de Arena.
  • CARVALHO, Tania. Ney Latorraca: uma celebração. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. (Aplauso Especial).
  • ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Edélcio Mostaço]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos.
  • MICHALSKI, Yan. Yara Amaral. In: ___________. PEQUENA Enciclopédia do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.
  • Programa do Espetáculo - El Dia Que Me Quieras - 1980.
  • Programa do Espetáculo - O Inspetor Geral - 1966.
  • Teatro de Arena. Dionysos, Rio de Janeiro, n. 24, out. 1978. Edição especial.

Como citar

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