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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Luiz Carlos Ripper

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 27.08.2022
16.07.1943 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
20.12.1996 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Luiz Carlos Mendes Ripper (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1943 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996). Cenógrafo, figurinista, diretor e iluminador. Dá nova dimensão ao tratamento cenográfico nas encenações dos principais grupos cariocas dos anos 70, refletindo as expectativas inovadoras propostas por seus integrantes.

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Biografia

Luiz Carlos Mendes Ripper (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1943 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996). Cenógrafo, figurinista, diretor e iluminador. Dá nova dimensão ao tratamento cenográfico nas encenações dos principais grupos cariocas dos anos 70, refletindo as expectativas inovadoras propostas por seus integrantes.

De 1962 a 1965 faz curso de artes e arquitetura na Universidade de Brasília. Inicia carreira profissional no cinema em 1965 e trabalha com vários cineastas, como Nelson Pereira dos Santos, Walter Lima Júnior, Arnaldo Jabor, Leon Hirschman, Carlos Diegues, entre outros.

Em 1970, inicia as atividades no teatro, acumulando, muitas vezes, as funções de diretor, produtor, cenógrafo, figurinista e iluminador. Cria a "ambientação visual" para as encenações do Teatro Ipanema, destacando-se os espetáculos Hoje É Dia de Rock, de José Vicente (1945 - 2007), com direção de Rubens Corrêa (1931 - 1996), 1971, ganhando o Prêmio Governador do Estado de melhor figurino; e A China É Azul, de José Wilker (1946 - 2014), 1972, sendo novamente premiado como melhor figurinista pelo Molière. Neles, a disposição cênica da cenografia rompe com a concepção convencional de palco-platéia, integrando os espectadores ao plano dos atores. Cria um corredor, onde o público fica disposto dos dois lados, envolvendo a representação. Como diretor, destacam-se seus trabalhos em Avatar, de Paulo Afonso Grisolli (1934 - 2004), 1974; uma ousada mas não muito bem-sucedida parceria com o espanhol Fernando Arrabal em A Torre de Babel, produção do Teatro Ruth Escobar (1936), 1977; e El Dia Que Me Quieras, de José Ignácio Cabrujas, premiado como um dos melhores espetáculos de 1980, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1988, Ripper ganha Prêmio Shell de melhor cenografia por Extra-Vagância, de Dacia Maraini, texto dirigido por ele.

Sobre seu trabalho em Avatar, o crítico Yan Michalski (1932 - 1990) comenta: "Acumulando agora as funções de ambientador visual com a direção, concebeu um espaço cênico de grande originalidade e expressividade visual, no qual os corpos dos atores desenhavam uma estranha dança violentamente estilizada".1

Professor de educação artística, artes cênicas, artes plásticas e de cenografia, participa na reforma didática da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e dá aulas de cenografia no Rio de Janeiro, no Instituto de Arquitetos do Brasil, Pontifícia Universidade Católica, Faculdade de Arquitetura da Universidade Santa Úrsula, e em Brasília no Centro de Extensão Cultural da Universidade de Brasília. Entra para a Fundação Nacional de Artes Cênicas, Fundacen, em 1986. Assume a direção do Centro Técnico de Artes Cênicas. Formula as bases de atuação do novo Centro, que, entre outras atividades, dá assessoria para construção e reformas de espaços cênicos e oferece cursos na área de cenotécnica. No fim de 1995, paralisa suas atividades devido a problemas de saúde.

Luiz Carlos Ripper, juntamente com a musicista Cecília Conde (1934),  participam intensamente dos laboratórios propostos pelos grupos do Teatro Ipanema e A Comunidade, na criação de um ambiente visual e sonoro orgânico para seus espetáculos. Essas criações cenográficas e musicais pontuaram as encenações de grupos da década de 1970, com novas relações entre palco-platéia, ator-personagem, produção-grupo, dramaturgia-criação coletiva. O trabalho de cenografia de Luiz Carlos Ripper, segundo o professor e crítico Roberto de Cleto, se destaca por propor um "espaço em mutação, onde as áreas e os volumes devem ser tão capazes de transmutação quanto a palavra e a emoção do ator e onde o espaço cênico dos teatros tenha maior capacidade de mobilidade interna da cena e externa da platéia, possibilitando ao espectador participar mais diretamente daquela fantasia".2

Notas

1. MICHALSKI, Yan. O teatro sob pressão: uma frente de resistência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985, p.60-61.

2. CLETO, Roberto de. O caminho da cenografia de LCR. Última Hora, Rio de Janeiro, 29 nov. 1972.

Espetáculos 48

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Exposições 1

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Fontes de pesquisa 7

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  • ALBUQUERQUE, Johana. Luiz Carlos Ripper. In: ______. Enciclopédia do teatro brasileiro contemporâneo. São Paulo, 2000. Material elaborado em projeto de pesquisa para a Fundação Vitae. Fichas curriculares.
  • CLETO, Roberto de. O caminho da cenografia de LCR. Última Hora, Rio de Janeiro, 29 nov. 1972.
  • ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Rosyane Trotta]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
  • MICHALSKI, Yan. O teatro sob pressão: uma frente de resistência. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
  • Programa do Espetáculo - El Dia Que Me Quieras - 1980. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - Torre de Babel - 1977. Não catalogado
  • RIPPER, Luiz Carlos. Rio de Janeiro: CEDOC / Funarte. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.

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