Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Cabral Teive

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 04.11.2024
08.02.1816 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
06.11.1863 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Interior de um Cárcere
Cabral Teive

Joaquim Lopes de Barros Cabral Teive (Rio de Janeiro RJ 1816 - idem 1863). Pintor, desenhista, cenógrafo e professor, caricaturista. Aluno da primeira turma da Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), matricula-se nas aulas de pintura de Debret (1768-1848) e de arquitetura de Grandjean de Montigny (1776-1850), em 1826. Nas duas primeiras mostras...

Texto

Abrir módulo

Biografia
Joaquim Lopes de Barros Cabral Teive (Rio de Janeiro RJ 1816 - idem 1863). Pintor, desenhista, cenógrafo e professor, caricaturista. Aluno da primeira turma da Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), matricula-se nas aulas de pintura de Debret (1768-1848) e de arquitetura de Grandjean de Montigny (1776-1850), em 1826. Nas duas primeiras mostras de professores e alunos da Aiba, de 1829 e 1830, apresenta cópias de desenhos arquitetônicos de Grandjean de Montigny e duas pinturas, cópias de telas de Félix EmíleTaunay (1795-1881), professor de pintura de paisagem. Participa da Exposição Geral de Belas Artes de 1842 com a obra Naufrágio da "Medusa", que possivelmente se inspira na composição de Le Radeau de La "Méduse", do pintor francês Géricault (1791-1824). Expõe também nas edições de 1843 e 1850. Na primeira, mostra a tela Interior de um Cárcere, que hoje integra o acervo do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Torna-se professor substituto da cadeira de desenho da Aiba em 1850 e professor catedrático de pintura histórica em 1857, com o falecimento do pintor e professor Corrêa Lima (1878-1974). Sua nomeação é tida como causa do pedido de exoneração do diretor da instituição, Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879), que não concorda com a escolha. Cabral Teive leciona na Aiba até 1860. Um ano depois, pinta o teto e painéis laterais para a capela-mor da Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, no Rio de Janeiro.

Comentário Crítico
Há apenas uma obra de Cabral Teive em coleção pública. Trata-se de Interior de um Cárcere, óleo que mostra uma arquitetura de calabouço, com colunas e arcos pobremente iluminados. Segundo o crítico Gonzaga Duque (1863-1911), "É uma obra fraca; esbatida e lisa como uma pintura em porcelana, feita por mão pouco amestrada."1 Segundo o crítico Walter Zanini, é uma boa tela que mostra a ligação do romantismo com a cenografia.2 De fato, o quadro lembra a base arquitetônica para uma imagem fantástica de prisão de Giovanni Battista Piranesi (1720-1778), como um cenário vazio para uma ação que ali se desenvolveria.

Existe menção a outras telas, como Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto-Seguro, Passagem do Exército Brasileiro no Rio Negro e A Deposição do Cristo,mas delas só temos os títulos. Cabral Teive executa pintura histórica, retrato, paisagens e temas religiosos, embora, julgando pelas referências disponíveis, seja menos marcante como pintor do que como cenógrafo. O arquiteto e historiador Adolfo Morales de los Rios Filho (1887-1973) o insere entre os cenógrafos brasileiros de vertente simbólica, como João Francisco Muzzi (17-- - 1802) e Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879), que sucedem aos de vertente mitológica, como José Leandro de Carvalho (1770-1834). Identifica uma progressiva emancipação estilística na cenografia dos artistas brasileiros, indica o campo de maior atuação de Cabral Teive, fato reconhecido como um aspecto limitante de sua carreira por Porto-Alegre.

Segundo Porto-Alegre, Cabral Teive é autor de caricaturas contra ele que circulam na década de 1850. Não temos exemplares dessas sátiras, as quais o historiador Herman Lima distingue daquelas publicadas na revista Brasil Ilustrado, de 1856, e do Álbum do Pintamonos, sem data.4

Notas
1 DUQUE, Gonzaga. A Arte Brasileira. Campinas: Mercado de Letras, 1995, p. 121.
2 ZANINI, Walter (Coord.). História Geral da Arte no Brasil. V - II. São Paulo: Instituto Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983, p. 408.
3 LIMA, Herman. História da Caricatura no Brasil. V - II. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963, p. 741-42.
4 Ibidem, V - I, p. 67, 86-87.

Obras 4

Abrir módulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Exposições 11

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 12

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Rio de Janeiro: Spala, 1992. 2v.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DUQUE, Gonzaga. A Arte brasileira: pintura e esculptura. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & C., 1888. 254 p.
  • DUQUE, Gonzaga. A arte brasileira: pintura e esculptura. Introdução Tadeu Chiarelli. Campinas: Mercado de Letras, 1995. (Arte: ensaios e documentos).
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil I. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963.
  • LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil II. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963.
  • MORALES DE LOS RIOS FILHO, Adolfo. Grandjean de Montigny e a evolução da arte brasileira. Rio de Janeiro: Noite, 1941.
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: