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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Corrêa Lima

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
17.07.1878 Brasil / Rio de Janeiro / São João Marcos
26.08.1974 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução Fotográfica César Barreto

Visionária
Corrêa Lima
Mármore

José Otávio Corrêa Lima (São João Marcos RJ 1878 - Rio de Janeiro RJ 1974). Escultor, professor. Inicia sua formação entre 1892 e 1898, freqüentando como aluno livre as aulas de Belmiro de Almeida (1858 - 1935), Modesto Brocos (1852 - 1936), Zeferino da Costa (1840 - 1915) e Rodolfo Bernardelli (1852 - 1931), na Escola Nacional de Belas Artes - ...

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Biografia
José Otávio Corrêa Lima (São João Marcos RJ 1878 - Rio de Janeiro RJ 1974). Escultor, professor. Inicia sua formação entre 1892 e 1898, freqüentando como aluno livre as aulas de Belmiro de Almeida (1858 - 1935), Modesto Brocos (1852 - 1936), Zeferino da Costa (1840 - 1915) e Rodolfo Bernardelli (1852 - 1931), na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Em 1888, participa da Exposição Geral de Belas Artes. No ano seguinte, é contemplado com o prêmio de viagem ao exterior, pela obra O Remorso. De 1899 a 1902, permanece em Roma, onde se dedica ao estudo da estatuária. Monta um ateliê e mantém sessões de modelo-vivo, das quais participam artistas italianos. Em 1907, de volta ao Brasil, classifica-se em primeiro lugar no concurso do Ministério da Justiça para a execução do monumento ao almirante Barroso, hoje localizado na praça Paris, no Rio de Janeiro. Entre 1910 e 1930, ministra aulas de escultura na Enba e atua como membro do Conselho Superior de Belas Artes. Em 1930, é nomeado presidente de honra da Sociedade Brasileira de Belas Artes do Rio de Janeiro, cargo que ocupa até 1974. Nesse período, torna-se membro da Academia Fluminense de Letras e professor emérito da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro - EBA/UFRJ. 

Comentário Crítico
Com base em um legado neoclássico, divulgado no Brasil pela Missão Artística Francesa, as esculturas de Corrêa Lima buscam equilíbrio, proporção e clareza nas formas e correção nos detalhes. Os contornos são trabalhados de maneira a alcançar a harmonia na completude do conjunto. Em sua produção, a temática alegórica é recorrente, como no conjunto escultórico Da Inteligência e do Estudo, instalado na entrada da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.

As obras Pagé e O Prisioneiro, de bronze, e Caim, de gesso, apresentadas na 8ª Exposição Geral de Belas Artes, em 1901, marcam o reconhecimento do artista diante da crítica de arte do período. Como analisa o crítico de arte Gonzaga Duque (1863 - 1911), Pagé é a figura de um caboclo feiticeiro que, pelo realismo, "se diria apanhado em flagrante pela objectiva das Kodaks". O Prisioneiro, personagem indígena presente na obra poética de Gonçalves Dias (1823 - 1864), é esculpido como um "Apollo taurino, de músculos rígidos e proporções admiráveis". E em Caim, posteriormente passada para bronze, "não há movimento físico, o que nele ressalta é o fisionômico, as expressões faciais".

Mater Dolorosa, apresentada na 9ª Exposição Geral de Belas Artes, 1902, marca o amadurecimento artístico de Corrêa Lima. A figura da mãe, debruçada sobre o corpo do filho morto, apresenta pequenas inovações nos cânones clássicos, como a atitude curvada da cabeça da mulher, que rompe com a forma piramidal dos modelos acadêmicos. A composição linear do grupo, no entanto, ainda mantém a suavidade nas formas, as proporções harmoniosas e a referência de beleza greco-romana, como a da  deusa mitológica Vênus.

Em sua trajetória, Corrêa Lima mantém-se fiel a uma escultura pautada por princípios conservadores, evitando iniciativas renovadoras.

Obras 3

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Reprodução Fotográfica César Barreto

Eterna Luta

Bronze
Reprodução Fotográfica César Barreto

Visionária

Mármore

Exposições 20

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Fontes de pesquisa 9

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ACQUARONE, Francisco. História das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Americana, 1980.
  • COSTA, Angyone. A inquietação das abelhas: o que pensam e o que dizem os nossos pintores, esculptores, architectos e gravadores, sobre as artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Pimenta de Mello, 1927.
  • DEL NEGRO, Carlos. Um escultor fluminense: Corrêa Lima. Rio de Janeiro: Serviço Industrial Gráfico - UFRJ, s.d.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DUQUE, Gonzaga. Contemporâneos: pintores e esculptores. Rio de Janeiro: Tipografia Benedicto de Souza, 1929. 255 p. p.69-76.
  • MORALES DE LOS RIOS FILHO, Adolfo. Subsídios para a história da escultura, gravura e desenho do Rio de Janeiro: 1889-1930. Rio de Janeiro: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, s.d.
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

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