Luiz Carlos Maciel
Texto
Luiz Carlos Ferreira Maciel (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1938 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017). Teórico e diretor. Um dos fundadores do semanário O Pasquim, assina a coluna Underground, pioneira em divulgar a contracultura no Brasil, e torna-se muito importante para o movimento.
Ele não apenas observa como acompanha de perto a criação de algumas obras-chaves da contracultura, nas áreas do teatro, música e cinema. Em 1967, por exemplo, participa do processo de criação da linguagem de O Rei da Vela, de Oswald de Andrade (1890-1954), pelo Teatro Oficina, ministrando laboratórios de improvisação com os atores. Em 1968, no Teatro Jovem, dirige Barrela, primeira peça escrita por Plínio Marcos (1935-1999), cujo texto é censurado no dia da estréia. No mesmo ano, escreve, para a revista Civilização Brasileira, um ensaio em que procura, na relação com o público, o papel social e psicológico das companhias Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), Teatro de Arena e Teatro Oficina. Ainda em 1968, escreve o roteiro de O Homem que Comprou o Mundo, com direção de Eduardo Coutinho (1933-2014). Assina, em 1969, a coluna de teatro do jornal O País e a coluna Vanguarda no Última Hora. Em 1972, edita o semanário Rolling Stone. Colabora para o caderno Idéias do Jornal do Brasil. Retorna à direção teatral em 1976, com A História do Zoológico, de Edward Albee (1928), único espetáculo que monta na década de 1970. Nesse período publica três livros, Nova Consciência, 1972; A Morte Organizada, 1975; e Negócio Seguinte, 1978. Faz crítica de teatro para a revista Veja de 1977 a 1979. Nos anos 1980, dá cursos de playwriting e screenwriting, técnicas de roteiro, em centros culturais, escolas de teatro e empresas de produção audiovisual.
Durante a década de 1990, tem maior regularidade em suas incursões como diretor teatral, nos espetáculos: Brida, 1992, de Paulo Coelho (1947); Fantoches, 1995, de Erico Verissimo (1905-1975); Jango, uma Tragédia, 1996, única peça escrita por Glauber Rocha (1939-1981); Vida, Paixão e Banana do Tropicalismo, 1998, de Torquato Neto (1944-1972) e Capinan (1941); entre outros.
Em 1996, publica Geração em Transe, em que aborda diferentes momentos e obras da contracultura brasileira.
Admirado por muitos, Luiz Carlos Maciel se torna um ícone da contracultura, escrevendo, editando, dirigindo, dando palpites e criticando o trabalho dos artistas mais solicitados do período. Seu estilo muito próprio de redação imprime uma cara singular aos acontecimentos da época, registro vivo até hoje do desbunde que caracteriza a criação artística de toda a juventude de sua geração.
Espetáculos 29
Fontes de pesquisa 5
- GUERINI, Elaine. Nicette Bruno & Paulo Goulart: tudo em família. São Paulo: Cultura - Fundação Padre Anchieta: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. 256 p. (Aplauso Perfil).
- LEAL, Claudio. Aos 79 anos, morre Luiz Carlos Maciel, jornalista e pensador da contracultura. Folha de S. Paulo, São Paulo, 09 dez. 2017. Ilustrada. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/12/1942085-aos-79-anos-morre-luiz-carlos-maciel-jornalista-e-pensador-da-contracultura.shtml >. Acesso em: 10 dez. 2017.
- MACIEL, Luiz Carlos. Cronologia das atividades realizadas ao longo da carreira profissional. Rio de Janeiro, 2001.Curriculum vitae.
- ______. Quem é quem no teatro brasileiro. Arte em Revista. São Paulo, ano 3, n. 6, p. 70, out. 1981.
- ______. Rio de Janeiro: CEDOC / Funarte. Dossiê Personalidades Artes Cênicas.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
LUIZ Carlos Maciel.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa6781/luiz-carlos-maciel. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7