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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Laércio de Freitas

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 10.07.2024
20.06.1941 Brasil / São Paulo / Campinas
05.07.2024 Brasil / São Paulo / São Paulo
Foto de Marcus Leoni/Itaú Cultural

Laércio de Freitas, 2023

Laércio de Freitas (Campinas, São Paulo, 1941 - São Paulo, São Paulo, 2024). Pianista, arranjador, maestro, compositor. Laércio de Freitas é um importante instrumentista na concepção de uma linguagem contemporânea do choro. Com o álbum São Paulo no Balanço do Choro, de 1980, o músico contribui decisivamente para uma adequação do gênero à sonorid...

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Laércio de Freitas (Campinas, São Paulo, 1941 - São Paulo, São Paulo, 2024). Pianista, arranjador, maestro, compositor. Laércio de Freitas é um importante instrumentista na concepção de uma linguagem contemporânea do choro. Com o álbum São Paulo no Balanço do Choro, de 1980, o músico contribui decisivamente para uma adequação do gênero à sonoridade do piano e dá continuidade às experiências no mesmo campo iniciadas por um de seus mestres, Radamés Gnattali (1906-1988).
 
A mãe é violinista e o pai toca bandolim. A mãe o alfabetiza ao mesmo tempo que o ensina a ler e escrever música. Com cinco anos, apresenta vocação. Aos oito anos, entra para o Conservatório Carlos Gomes para estudar piano e se forma aos 16. Desde pequeno, apresenta-se no programa Clube Papai Noel, da Rádio Tupi, dedicado às crianças. Nos bastidores da emissora, conhece dois de seus maiores incentivadores: o multi-instrumentista Esmeraldino Salles (1916-1979) e o maestro Erlon Chaves (1933-1974).
 
Erlon Chaves o convida para integrar a orquestra da rádio e formar um trio para acompanhar os cantores que se apresentam na emissora. Esmeraldino torna-se integrante do trio e, ao longo dessa convivência, Laércio aguça seu interesse e conhecimento pela linguagem do choro.
 
Nos anos 1960, começa a participar de gravações em álbuns de intérpretes importantes da música brasileira. Grava em seis faixas, por exemplo, no álbum Alaíde Costa, de Alaíde Costa (1935), lançado em 1965; também está presente no disco Mustang Cor de Sangue (1969), de Marcos Valle (1943).
 
Em 1969, integra o grupo Tamba 4, substituindo Luiz Eça (1936-1992) indicado por Dom Salvador (1938). Viaja ao México para excursionar com o quarteto, formado pelo baterista e percussionista Hélcio Milito (1931-2014), o flautista e saxofonista Bebeto Castilho (1939-2023) e o baixista Dório Ferreira. Grava o terceiro álbum do grupo, Tamba 4, lançado em 1970.
 
Durante o período no México, Laércio compõe “Capim Gordura”, motivado pela saudade do país natal. De volta ao Brasil em 1970, integra o grupo de Luiz Carlos Vinhas (1940-2001) e a música faz parte do repertório das apresentações. Vinhas grava a composição em 1971, e a canção, com influência da musicalidade do interior de São Paulo, se torna um sucesso. A repercussão da gravação abre as portas para Laércio de Freitas gravar seu primeiro disco solo.
 
Lançado em 1972, O Som Roceiro tem produção de Durval Ferreira (1935–2007) e reúne sete composições originais do autor. O trabalho segue a linha das referências interioranas em algumas faixas, mas expande a sonoridade para a música pop na versão para “Mummy Blue”, do francês Ricky Shayne (1944), e para a MPB, com a regravação de “Chuva, Suor e Cerveja”, de Caetano Veloso (1942).
 
Durante essa década, Laércio se torna um músico de estúdio extremamente ativo e participa como instrumentista e arranjador de centenas de álbuns da música brasileira. Assina arranjos para Clara Nunes (1942-1983), Emílio Santiago (1946-2013), Erasmo Carlos (1941-2022), Ivan Lins (1945), João Donato (1934-2023) e Tim Maia (1942-1998). Um dos principais destaques é o álbum homônimo de Elza Soares (1930-2022) de 1973.para o qual o pianista assina os arranjos de todas as faixas.
 
Na mesma década, Laércio integra os grupos de Radamés Gnattali e Severino Araújo (1917-2012) e se aprofunda na linguagem do choro. O saxofonista e arranjador J.T. Meirelles (1940-2008) o convida para participar do disco Severino Araújo e a Orquestra Tabajara de 1975. O pianista segue com o grupo do compositor e clarinetista e participa também das gravações do álbum seguinte, A Tabajara de Severino Araújo, lançado em 1977. Também a convite de Meirelles, participa do álbum Depoimentos Vol. 2, que Gnatalli grava com seu sexteto em 1975. Laércio torna-se integrante do grupo.
 
A convivência com ambos, dois dos principais compositores e arranjadores do choro, instiga o pianista a se aprofundar na linguagem do gênero e lança o álbum São Paulo no Balanço do Choro em 1980. A obra é considerada um divisor de águas para o choro, com uma abordagem inovadora para o piano na concepção instrumental e influência do jazz estadunidense.
 
A imersão no gênero guia também os álbuns seguintes: Terna Saudade (1988); Laércio de Freitas e Carlos Malta (1993), em parceria com o flautista e saxofonista Carlos Malta (1960); e Laércio de Freitas homenageia Jacob do Bandolim (2007), em parceria com o violonista Alessandro Penezzi (1974) e com repertório de Jacob do Bandolim (1918–1969).
 
Nos anos 2000, a convite do saxofonista, clarinetista e arranjador Proveta (1961), assina arranjos para três álbuns lançados pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) com a Banda Mantiqueira, entre 2003 e 2007. Em 2022, é lançado o álbum Moderno e Inédito, em que sete pianistas, entre eles Amilton Godoy (1941) e Cristovão Bastos (1946), interpretam composições de Laércio.

Laércio de Freitas tem a qualidade de circular pelos mais diferentes gêneros musicais ao longo da carreira. Se por um lado é referência como compositor e arranjador de choro, por outro é um instrumentista requisitado em centenas de álbuns da MPB e do samba, além de se tornar referência na fusão de música popular e erudita, principalmente pelo trabalho com a Osesp e a Banda Mantiqueira. Essa versatilidade garante ao artista um lugar de destaque na música brasileira como instrumentista, compositor e arranjador.

Obras 2

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Espetáculos 11

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Fontes de pesquisa 5

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